O título do novo trabalho de Lô Borges evoca o livro de memórias de seu pai, Salomão Borges (1916-2014) -  (crédito: Ramon Lisboa - 30/5/2024/EM/D.A.Press)

O título do novo trabalho de Lô Borges evoca o livro de memórias de seu pai, Salomão Borges (1916-2014)

crédito: Ramon Lisboa - 30/5/2024/EM/D.A.Press


A história de “Tobogã”, novo álbum de Lô Borges, começa a ser contada nesta sexta-feira (2/8), com o lançamento da faixa-título, que traz a participação de Fernanda Takai. O disco mesmo, pela Deck, só virá a público no próximo dia 23.

 


O que “Tobogã”, a canção, revela é uma parte da história da família Borges, que passa pela admiração de uma jovem pelo Clube da Esquina e culmina com uma novidade para a carreira de Lô, do alto de seus 72 anos. “Dos parceiros todos, ela tem uma coisa peculiar. Não temos contato pessoal. Acho legal ser assim, dá um distanciamento. Entre nós, só existe a arte”, diz Lô.

 


Ela, no caso, é a médica brasiliense Manuela Costa – “Não dessas de consultório, mas de hospital público”, Lô conta – que ele conheceu em 2003. Na época, aos 18 anos, ela veio a BH e, no obrigatório circuito Santa Teresa, foi até a casa dos Borges, na Rua Divinópolis.

 


Casa em Santa Teresa


Recebida por dona Maricota (1920-2006) e Salomão Borges (1916-2014), acabou conhecendo-o também. Coincidentemente, o cantor e compositor visitava os pais. Manuela saiu do encontro com o livro de memórias do veterano jornalista Salomão, “Tobogã” (1987).

 

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Voltaram a se encontrar cinco anos depois, numa tarde de autógrafos que Lô fez em Brasília. “Na hora em que fui autografar o disco, ela me disse que escrevia um monte de coisas, se eu não poderia passar meu contato.” Desde então, os dois se viram pessoalmente em não mais do que uma ou duas ocasiões.

 


Ao longo desses anos todos, Manuela enviou poemas para Lô. “Como ela mandava muito, um dia eu falei: ‘Vamos inverter. Eu mando a música e você faz a letra’”. Em uma semana, ele já tinha duas, sendo “Tobogã” uma delas, inspirada no livro de Salomão.

 


Hoje, além do single, também será lançado o lyric video, criado por Izabele Petersen. A canção começa doce, evocando um clima lúdico (“Vou lá no fundo do olho do rio/Pra uma gota buscar/Guardar num frasco marcado de vidro/Prum dia eu te mostrar”). A influência paterna está presente em outra parte da canção, “Meu grande pai com sal nas mãos me dizia/A vida é um tobogã”.

 


Fernanda Takai entrou nessa história aos 45 do segundo tempo, conta Lô. “Quando estou terminando um álbum, antes da mixagem, sempre escuto meus discos muitas vezes. Estava fazendo uma audição de ‘Tobogã’ e vi que faltava uma menina para cantar. Escutava a voz da Fernanda.”

 


Mandou mensagem junto com a música, ela respondeu logo em seguida e gravou sua participação no estúdio 128 Japs, que John Ulhoa mantém no quintal da casa deles, na Pampulha. Em 2010, Fernanda havia participado de quatro faixas de “Horizonte vertical”, outro trabalho de Lô.

 


Ele, por seu lado, gravou o álbum no estúdio Frango no Bafo, também em BH, com sua banda: Henrique Matheus nas guitarras, Thiago Corrêa no baixo, teclados e percussão (os dois dividiram a produção do álbum com ele) e Robinson Matos na bateria. A mixagem foi no Red Traxx, em Miami.

 


A novidade que a parceria com Manuela representa vai ao encontro da postura criativa adotada por Lô desde 2019. Ele vem lançado um álbum por ano, sempre com músicas inéditas com letras de um único parceiro. Foi assim com “Rio de Lua” (2019, com Nelson Angelo), “Dínamo” (2020, com Makely Ka), “Muito além do fim” (2021, com Márcio Borges), “Chama viva” (2022, com Patrícia Maês) e “Não me espere na estação” (2023, com César Maurício).

 

“TOBOGÔ
Single de Lô Borges. Deck. Lançamento nesta sexta (2/8), nas plataformas digitais. O lyric video será lançado às 12h no YouTube.