O contrabaixista Alex Malheiros e Azimuth encerrarão o Savassi Festival, no domingo à noite (4/8) -  (crédito: Farout Recordings/reprodução)

O contrabaixista Alex Malheiros e Azymuth encerrarão o Savassi Festival, no domingo à noite (4/8)

crédito: Farout Recordings/reprodução

 

 

Desde o último domingo, o Savassi Festival vem promovendo shows, masterclasses e residências artísticas em Belo Horizonte. Com a chegada do fim de semana, o evento, em sua 22ª edição, atinge seu ponto máximo. No sábado e no domingo (3 e 4/8), leva o público para uma série de shows no bairro que dá nome do festival.

 


Quatro fanfarras (grupos de sopro e percussão) são o destaque de amanhã (3/8), a partir das 17h, na Praça da Savassi. No último dia, domingo, da manhã até a noite, as apresentações vão se concentrar em diferentes palcos montados na mesma região.

 



Tem para todos os gostos: o palco Jazzinho destaca Sambaby, primeiro projeto infantil do violonista e compositor Thiago Delegado; Mulheres na Música Instrumental reúne a contrabaixista Camila Rocha e a clarinetista Thamiris Cunha, cada qual com seu quinteto; e a cantora e compositora Vanessa Moreno, com o show de seu álbum “Solar” (2023).

 

 

Músicos do grupo Skanastra posam para a câmera

Skanastra está entre as fanfarras de sábado (3/8), na Praça da Savassi

Instagram/reprodução

 

 

No Jovens Talentos do Jazz, as atrações foram selecionadas via edital. Já o palco Nova Onda reúne músicos e bandas que inovam no instrumental. Entre eles, o trio formado pelo pianista Rafael Martini com a vibrafonista Natália Mitre e o baterista Paulo Sartori.

 

Leia sobre o álbum "Vórtice", lançado por Rafael Martini

 

 

Azymuth: meio século de tarimba

 

O encerramento, às 20h de domingo (4/8), será com uma onda que tem meio século e continua atualíssima. O Azymuth, formado por bambas de estúdio que tocavam com os grandes (Elis Regina, Raul Seixas, Tim Maia, Flora Purim, Odair José), nasceu em 1973 para acompanhar Marcos Valle.

 

Eram eles o tecladista José Roberto Bertrami (1946-2012), o baterista Ivan “Mamão” Conti (1946-2023) e o contrabaixista Alex Malheiros, que, aos 77 anos, mantém o trio na ativa.

 

“Eu e o Mamão fizemos o pacto de não parar até quando o último se for”, diz Malheiros. No festival, ele vai tocar com o tecladista Kiko Continentino (que está no grupo desde 2016) e o baterista Victor Bertrami, filho do fundador do Azymuth. As baquetas estão com Renato Massa desde a morte de Mamão, mas ele não virá a BH porque está acompanhando Marcos Valle.

 

 

 

 

Foram dezenas de álbuns. A discografia mais recente é lançada só no exterior, pela gravadora inglesa Far Out. “Nossa relação com o Brasil é de muitos anos, conhecíamos todo mundo do meio e tocávamos em novela”, conta Malheiros. Azymuth estourou em 1975 com “Linha do horizonte”, uma das poucas com vocal, incluída na novela “Cuca legal”.

 

Lá fora, a relação é outra. “Internet é uma coisa doida. A partir de 2010, os jovens da França descobriram um programa que fizemos na Inglaterra e foram se inteirando. Hoje temos público na Europa, Ásia, na Oceania, o primeiro lugar a que fomos depois da pandemia, e nos Estados Unidos, para onde estamos voltando depois de 30 anos”, diz Malheiros. Em setembro, o Azymuth toca em uma dúzia de cidades dos EUA – em algumas, ao lado de Marcos Valle.

 

Azymuth é referência para nomes influentes do acid jazz, como Jamiroquai e Brand New Heavies, e DJs como Nuts e Roni Size.

 

Se for para colocar numa gaveta, o Azymuth não cabe numa só. “Sempre escutamos todo tipo de música, brasileira e internacional, a melhor possível. Tocamos funk desde quando ninguém no Brasil sabia o que era. Só que a onda de funk carioca não tem nada a ver com a gente. Nossa música mistura funk com samba, baião, jazz, mas não é bicho de sete cabeças”, finaliza Malheiros, que promete em BH um repertório amplo, do primeiro disco até o mais recente.

 

DE GRAÇA


Sábado (3/8)

• 13h: Shello Silveira e Trio (Rua Antônio de Albuquerque, 913)


• 16h: Dudu Oliveira Quinteto (Rua Antônio de Albuquerque, 47)


• 17h30: Néstor Lombida e Big Band do Clube Jazz Latino (Rua Antônio de Albuquerque, 47)


• 19h30: Ensaio aberto Jimmy Duchowny Trio e Alma Thomas (Rua Antônio de Albuquerque, 47)


• 23h: DJ Andreia Around ( Rua Antônio de Albuquerque, 47)


• 17h às 21h: Fanfarras Terno do Binga, Skanastra, Belina Orkestar e Fantasia FM (Praça da Savassi)

 

Domingo (4/8)*

 

• 11h: Sambaby, com Thiago Delegado


• 12h15: Túlio Araujo, Manacá da Serra e Pedro Gomes


• 14h: DJs Felipe Franco, Pat Manoese e Corisco


• 15h: Thamiris Cunha Quinteto


• 15h30: Gabriel Bruce


• 16h: Trio Pé de Coelho


• 16h30: Camila Rocha Quinteto


• 17h: Jasmin Godoy


• 18h: Feldeman Oliveira, Marlon Cordeiro e Glaw Nader


• 18h30: Rafael Martini Trio


• 19h30: Vanessa Moreno


• 20h: Azymuth

*Em diferentes palcos na Praça da Savassi