Atriz Rejane Faria voltou a BH para encenar

Atriz Rejane Faria voltou a BH para encenar "É só uma formalidade", desta sexta a domingo, na Funarte MG

crédito: Quatroloscinco/Divulgação

 

O ano era 2008 quando um grupo de alunos de teatro da UFMG venceu o 9º Festival de Cenas Curtas do Galpão com o trabalho inspirado no texto “Solo los giles mueren de amor”, do argentino César Brie. Com a boa repercussão da montagem, os estudantes decidiram aprofundar a pesquisa sobre o teatro latino-americano. Um ano depois, nasceu o primeiro espetáculo longo do Quatroloscinco, intitulado “É só uma formalidade”.

 

 

De lá para cá, foram mais de uma centena de apresentações em quase todos os estados do país, várias indicações a prêmios e participações em festivais, até na Argentina. Quinze anos depois, o grupo – atualmente formado por Assis Benevenuto, Ítalo Laureano, Marcos Coletta, Maria Mourão e Rejane Faria – celebra a data de estreia da montagem que os alçou à cena teatral com curta temporada na Funarte, que vai até domingo (4/8), às 20h.

 

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A peça foi um marco na trajetória do Quatroloscinco. “Cada vez que a gente apresenta esse espetáculo, sentimos que o grupo ganha mais força. Ele abriu muitas portas para o que somos hoje, para como somos olhados. Foi esse espetáculo que apresentou o Quatroloscinco de alguma forma para a cena teatral do país. Temos muito carinho por ele”, afirma Ítalo Laureano.


Filhos do Galpão

 

Rejane Faria, elogiada pela atuação no filme "Marte Um", destaca a importância do Galpão Cine Horto na formação do coletivo.

 

“Para nós, é de um significado enorme ter iniciado esse processo no espaço do Galpão, com o incentivo deles, um grupo de referência para a gente que ainda era estudante”, diz.

 

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“A gente brinca que somos filhos do Galpão. Ele não só abriu as portas para nós, mas também para o modo de produção do grupo”, completa Ítalo.

 

O espetáculo também foi importante para trazer o entendimento sobre o que o grupo poderia se tornar, sendo definidor para a própria escolha da pesquisa do coletivo.

 

A peça serviu para estabelecer as linhas de pesquisa que aquela então jovem companhia segue estudando até hoje: a criação de dramaturgia autoral baseada nos textos latino-americanos e a criação coletiva.

 

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Depois de "É só uma formalidade", vieram outras montagens de destaque, como “Fauna” e “Tragédia”. Agora, o Quatroloscinco chega ao décimo espetáculo, que está em processo de produção e estreia em janeiro no CCBB- BH, e deve seguir para as outras unidades do centro cultural em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.


Transformações

 

"É só uma formalidade" aborda duas situações centrais: um homem lidando com a notícia da morte do pai e um casal tentando se ajustar em meio a uma mudança. Com humor e ironia, as narrativas questionam os rituais que existem no mundo e a complexidade das relações humanas.

 

Segundo Rejane, o texto em si não sofreu mudanças, a grande adaptação aqui é ver os corpos dos atores voltando à cena 15 anos depois com a mesma encenação. “A gente se emociona muito. Éramos todos jovens, tanta coisa mudou… Ítalo teve filho e eu tive neta. A gente vai fazer o mesmo espetáculo, mas somos outras pessoas. A gente conversa muito sobre isso, sobre como o tempo transformou a gente e como isso transforma também as palavras que saem da nossa boca”, afirma..

 

Para Ítalo, encenar "Formalidade" novamente é motivo de felicidade pela possibilidade que a montagem traz de ver o mundo através da coletividade. “Essa criação de grupo é muito forte em Minas, principalmente em BH. Vivemos em uma sociedade cada vez mais individualista, estar em grupo e poder comemorar a longevidade de 15 anos de um único espetáculo nos coloca frente a frente com a possibilidade de ver o mundo. Isso anda na contramão do individualismo que a sociedade atual prega”, aponta o ator.


Especialmente no sábado, os artistas do Quatroloscinco vão conversar com o público após a apresentação de “É só uma formalidade”, abordando temas relativos à criação do espetáculo e outros assuntos relacionados ao trabalho do grupo.


Agenda apertada

 

Rejane Faria atendeu, por telefone, a reportagem do Estado de Minas no Rio de Janeiro, durante pausa nas gravações da nova comédia romântica dos estúdios Globo, ainda sem nome definido. Neste final de semana, a atriz vem a BH para apresentar “É só uma formalidade”. Depois, embarca para São Paulo para terminar as gravações da segunda temporada da série “Colônia” (Globoplay).


“É SÓ UMA FORMALIDADE”
Espetáculo do grupo Quatroloscinco. Nesta sexta (2/8), sábado (3/8) e domingo (4/8), às 20h, na Funarte MG (Rua Januária, 68 – Centro). Ingressos: R$ 30 (inteira), à venda no Sympla e na bilheteria local, duas horas antes da sessão.


Outros espetáculos

 

>>> Buffet escasso

A comédia “Como sobreviver em festas e recepções com buffet escasso”, dirigida e encenada pelo ator Carlos Nunes, será a atração deste final de semana no Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado (Rua Leonil Prata s/nº, Alípio de Melo). As apresentações acontecem hoje e amanhã (2 e 3/8), às 20h, e domingo (4/8), às 19h. Os ingressos custam R$ 60 (inteira), à venda pelo Sympla ou na bilheteria local duas horas antes das sessões.


>>> "Adivinha adivinhão"

Neste sábado (3/8), às 17h e às 19h, e domingo (4/8), às 19h, será apresentado o espetáculo "Adivinha, adivinhão", conto popular de Pedro Malasartes, na Tenda do Bosquinho, no Parque Lagoa do Nado (Rua Min. Hermenegildo de Barros, 904 – Itapoã). A montagem utiliza a técnica de bonecos de luva, com narrativa inspirada na cultura popular do Nordeste. A peça terá audiodescrição e tradução em libras. Entrada gratuita.


>>> Mussa

Fenômeno da música infantil com mais de 2 bilhões de plays no YouTube, Mussa promete levar inclusão e acessibilidade através do rap para a criançada. O artista desembarca em BH, neste domingo (4/8), para apresentação no Grande Teatro Minascentro (Avenida Augusto de Lima, 785 – Centro), às 17h. Os ingressos estão à venda no Sympla. Setor 1: R$ 140; setor 2: R$ 120; e setor superior: R$ 80. Valores referentes à inteira.


>>> “A Bela e a Fera”

O grupo mineiro Copas Produções leva ao Teatro Francisco Nunes (Avenida Afonso Pena, 1.377 – Centro) o musical “A Bela e a Fera”. A sessão, no domingo (4/8), começa às 17h, com ingressos a R$ 20 (inteira). À venda na plataforma Sympla.