Daniel Mastral -  (crédito: Youtube/Reprodução (Podcast-Estúdio Sim))

Daniel Mastral

crédito: Youtube/Reprodução (Podcast-Estúdio Sim)

O escritor Daniel Mastral, de 57 anos, foi encontrado morto no quintal de sua residência em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, no domingo (4/8). Autor de Filho do Fogo, Mastral era conhecido por suas palestras sobre espiritualidade e temas ocultos, baseados em seus estudos teológicos e em sua experiência como ex-satanista. 

 

Em entrevista ao Estúdio Sim, em janeiro deste ano, Mastral relatou suas experiências com o ocultismo. Na gravação, ele conta que fez parte de uma organização satânica dos 17 aos 26 anos, motivado a entender o que desconhecia. "Chega a um patamar das linhas ocultas em que é passado tudo oralmente, não há nada registrado, e eu queria saber mais", explica.

 

 

"Eu vi em um livro que tinha uma igreja satânica nos Estados Unidos em São Francisco, Califórnia, e mandei uma carta para eles", lembra. De acordo com o escritor, ele foi aceito na organização após uma série de sabatinas e análises da sua linhagem genealógica e astrológica. "Para eles [você] tem que ser da 'raça pura', ou seja, da linhagem de Caim. Caim matou Abel, foi o primeiro assassinato na Terra". 

 

 

Um dia, um representante da seita o abordou em São Paulo e o convidou a frequentar uma escola de iniciados. Mastral aceitou. "Eles me aceitaram, mas disseram que satanismo não é para todo mundo", expõe. 

 

Segundo Daniel, na organização ele aprendeu os princípios do satanismo e presenciou rituais como a materialização dos demônios. "Os demônios se materializam apenas em condições ritualísticas, rituais esses com regras rigorosas. [...] Não são como os anjos, que podem viver entre nós. Nesses rituais, é possível tocar nos demônios, eles são gelados", descreve. 

 

 

Após alguns anos na seita, Mastral saiu porque não quis realizar um sacrifício humano. Em seguida, escreveu a trilogia Filho do Fogo, em que narra a história completa de sua vivência como ex-satanista. O livro foi lançado em 1999. 

 

O autor, então, se converteu ao cristianismo e passou a realizar palestras sobre ocultismo e espiritualidade. Ele assinou 14 livros, alguns com a primeira esposa, Isabela Mastral, que morreu em decorrência de um ataque cardíaco em 2021. Os dois tiveram um filho juntos, que morreu aos 15 anos.