Os belo-horizontinos Davi Fonseca e Tiago Araújo lançam, respectivamente, “Viseira” e “Afeto”, álbuns com forte marca autoral. O primeiro é música popular contemporânea, conforme o compositor. O outro traz influências que vão de Bill Evans e Debussy a Chico Amaral e Jorge Continentino.
Cantor, pianista, compositor e arranjador, Davi Fonseca faz show nesta quinta-feira (8/8), às 20h30, no Centro Cultural Sesiminas. “Meu disco surgiu no meio da pandemia, ele funcionou como uma espécie de boia salva-vidas que joguei para mim mesmo”, conta. “Resolvi inventar o projeto como uma motivação para sair do baixo astral.”
Trata-se de um disco de amigos, no qual Davi reuniu 30 musicistas, “sem falar do resto da equipe”, ele diz. Com oito faixas – quatro em parceria com Luis Filipe Oliveira e uma com Arthur Bortolus –, o álbum de estúdio busca afirmar a conexão desste mineiro com sonoridades brasileiras.
“'Viseira' é um trabalho de música popular contemporânea. Ritmicamente complexo e com arranjos elaborados, ele conversa com tradições do Recôncavo Baiano, da Zona da Mata de Pernambuco e do pagode carioca, além da canção e harmonia da música mineira”, explica Davi.
O álbum de estúdio conta com participações de Xangai (na faixa “Presepeira”), Arthur Pádua (“Apocalipse à brasileira”), Luiza Brina (“Barra Grande”) e Isaar (“A laje de Hermeto”).
O trabalho foi influenciado pelo compositor, instrumentista e maestro baiano Letieres Leite (1959-2021), com quem o mineiro fez dois concertos.
É necessário tirar a percussão da cozinha e trazê-la para a sala de estar, disse Letieres a Davi. O conselho foi seguido à risca, pois “Viseira” conta com os percussionistas Yuri Vellasco, Natália Mitre e João Paulo Drumond.
Tiago Araújo cercado de afetos
A participação de amigos também marca “Afeto”, álbum instrumental de Tiago Araújo que chega às plataformas amanhã (8/8).
O saxofonista Chico Amaral está presente na faixa “Acalanto solar” e Jorge Continentino em “Claptons, também no sax.
“Os dois são influências desde que comecei a tocar, me sinto honrado em tê-los neste trabalho”, diz Tiago Araújo, que gravou piano, guitarra, flauta, teclados e contrabaixo.
Com sete faixas, “Afeto” é homenagem a Myriam, mulher de Tiago, e a Ravi, filho deles que nasce em setembro.
“Toco e componho desde os 16 anos”, comenta o artista, que lançou “Vertentes” em 2021, com participação de Esdra “Neném” Ferreira, Mauro Rodrigues e Cleber Alves, nomes respeitados do instrumental mineiro.
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“Afeto” traz músicas introspectivas – em algumas delas Tiago é pianista solo. “As faixas nas quais toco piano foram compostas quando me encontrava imerso tanto na música quanto na composição, influenciado pelo norte-americano Bill Evans, pela música romântica do século 19 e pelo impressionismo de Debussy”, afirma.
A música deste mineiro também traz influências de Chopin, Erik Satie, John Coltrane, Miles Davis, Tom Jobim, Toninho Horta e Juarez Moreira, entre outros compositores.
O contrabaixista Tiago Araújo classifica seu novo trabalho como um disco jazzístico de “música ambiente”.
“É muito legal ouvi-lo lendo um livro ou mesmo como música de fundo durante conversa com os amigos. Coloquei o nome ‘Afeto’ porque acho que o que a gente precisa na vida é de acolhimento, amizades e amor”, afirma o compositor.
“VISEIRA”
• Álbum de Davi Fonseca
• 8 faixas
• Show de lançamento na quinta-feira (8/8), às 20h30, no Centro Cultural Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia). Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada), à venda na plataforma Sympla
“AFETO”
• Álbum de Tiago Araújo
• 7 faixas
• Disponível nas plataformas na quinta-feira (8/8)