Zeca Baleiro e Chico César mostram o resultado de seu "surto criativo" nesta sexta-feira, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes
 -  (crédito: Vange Milliet/divulgação)

Zeca Baleiro e Chico César mostram o resultado de seu "surto criativo" nesta sexta-feira, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes

crédito: Vange Milliet/divulgação

O paraibano Chico César e o maranhense Zeca Baleiro se conheceram no início da década de 1990, em São Paulo. Ficaram amigos, chegaram a dividir um pequeno apartamento, compuseram “Pedra de responsa”, carimbó registrado nos álbuns “Cuzcuz clã” (1996), de Chico, e “Por onde andará Stephen Fry?” (1997), de Zeca. Passados mais de 30 anos, a dupla resolveu efetivar em música o elo afetivo e artístico que a uniu.

 

Em março, foi lançado o álbum “Ao arrepio da lei”, com canções compostas em parceria a partir da chegada da pandemia. O disco rendeu a turnê que já passou por Curitiba, Florianópolis, Brasília, São Paulo e Recife.

 

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Chico e Zeca fazem show em BH nesta sexta (16/8), às 21h, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes. O roteiro traz boa parte do repertório de “Ao arrepio da lei” e sucessos da lavra de cada um.

 

 

Entre 2020 e 2021, a dupla compôs mais de 20 músicas – “surto criativo” que, de acordo com Zeca Baleiro, não encontra lastro histórico. “Nunca fizemos muitas canções. 'Pedra de responsa' é sucesso que toca nas festas, mas é circunstancial, não a considero uma grande canção. Somos autossuficientes, fazemos letra e música, então nunca compusemos muito juntos. Nossa parceria sempre se deu mais na instância da troca estética, de conselhos”, diz.

 

 

 

 

A pandemia impôs a ambos a interrupção da agenda de shows. “Ficamos quietos em casa, procurando o que fazer. Compor era uma saída. Chico mandava um refrão, eu devolvia. Eu enviava um começo de música, ele completava. Foi um surto criativo, mas não só entre nós. Chico compôs com outras pessoas, eu também. Inclusive está para sair, em outubro, um disco meu com Wado”, ressalta.


Liga criativa

 

Chico César atribui a liga criativa ao fato de ambos serem do interior do Nordeste – ele nasceu em Catolé do Rocha (PB), Zeca em Arari (MA) –, mas com um olhar para o mundo.

 

Essa “geração muito cosmopolita”, palavras dele, ouviu Michael Jackson, Donna Summer, Frank Zappa, assistiu a filmes de diferentes países. “Isso nos aproximou fisicamente, para sermos amigos, quando ele chegou a São Paulo nos anos 1990”, situa.

 

Um pouco antes da pandemia, Zeca Baleiro se mudou para perto da casa de Chico César. “Com a aproximação geográfica, durante o período de isolamento nos falávamos muito sobre as nossas perplexidades. Escrevíamos, compartilhávamos, às vezes um mandava um pedaço de melodia para o outro”, conta o cantor paraibano.

 

Chico destaca que a união entre as músicas de “Ao arrepio da lei” está mais “no continente” do que no conteúdo. Não há temática predominante. “É um repertório que se conecta por sermos nós dois cantando inéditas. Isso é o continente, e nele cabem vários conteúdos: canções de amor, canções de angústia pelo momento que estávamos vivendo. Nossa amizade é tema sub-reptício, oculto, desse conjunto de canções”, considera.

 

Zeca diz que a bem-sucedida turnê não deve se estender muito. “As pessoas se comovem, porque é o retrato de uma geração que, queira ou não, talvez tenha sido a última a acessar o velho mercado fonográfico com força, contando com sua estrutura, suas ferramentas de marketing. As pessoas acham bonito a gente junto, tem uma simbologia: um branco e o outro preto, um da Paraíba e outro do Maranhão, ambos compartilhando influências”, afirma.

 

“AO ARREPIO DA LEI”


Show de Chico César e Zeca Baleiro. Nesta sexta (16/8), às 21h, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Inteira: R$ 440 (plateia 1), R$ 300 (plateia 2) e R$ 220 (superior), com meia na forma da lei, à venda na plataforma Eventim e na bilheteria da casa.

 

OUTRAS ATRAÇÕES

 

>>> DIESEL

Com carreira meteórica que marcou a cena mineira entre o final da década de 1990 e início dos anos 2000, a banda Diesel celebra os 25 anos de seu primeiro (e único) álbum, neste sábado (17/8), às 22h, n'Autêntica (Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia). O show reúne Gustavo Drummond (voz e guitarra), Jean Dolabella (bateria), Leonardo Marques (guitarra) e Thiago Corrêa (baixo). Ingressos custam R$ 180 (inteira) e R$ 90 (com doação de 1kg de alimento não perecível ou agasalho), à venda na plataforma Sympla.

 

>>> PERCUSSÃO PARA CRIANÇAS

Mesclando números musicais com teatro de formas animadas, o Grupo de Percussão da UFMG apresenta “Caxixinho e seus amigos no mundo da percussão”, sábado (17/8), às 11h e às 16h, no Teatro Marília (Av. Professor Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia). O repertório é composto por canções infantis brasileiras. Entrada franca, com retirada de ingressos na Sympla.

 

>>> MATHEUS E KAUAN

A dupla Matheus & Kauan traz a BH o show “Praiou”, projeto autoral dos sertanejos que já passou por diversas cidades. Serão três horas de música neste sábado (17/8), no Mirante Beagá (Rua Henriqueto Cardinale, 460, Olhos D'Água). Ingressos: de R$ 100 a R$ 340, à venda na plataforma rasilTicket. A casa abre às 18h.

 

>>> MARIA GADÚ

Em turnê para divulgar o álbum “Quem sabe isso quer dizer amor”, Maria Gadú faz show neste sábado (17/8), no Complexo CentoeQuatro (Praça Rui Barbosa, 104, Centro). A casa abre às 19h. Ela apresenta releituras de canções de Caetano Veloso, Gonzaguinha, Marisa Monte, Rita Lee e Renato Russo, além de sua produção autoral. Ingressos custam R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia e entrada social, mediante doação de 1kg de alimento não perecível), à venda na Sympla.