Gugu Liberato -  (crédito: divulgação)

Gugu Liberato

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Em décadas de atuação na TV, como apresentador e empresário, Silvio Santos, que morreu neste sábado (17/8), aos 93 anos, foi responsável por revelar diversos talentos e impulsionar carreiras de artistas que se tornaram nacionalmente famosos. Relembre os principais nomes que tiveram a primeira chance profissional com o dono do SBT. 


. Gugu Liberato 

A história da maior das descobertas de Silvio Santos tem lances impossíveis se trazidos para o mundo de hoje. Fanático por televisão, o adolescente Antônio Augusto Moraes Liberato escrevia tantas cartas para Silvio com sugestões de programas que, aos 14 anos, foi contratado por ele. Começou como assistente do “Domingo no parque”, no início da década de 1970. 

 

Acompanhou o patrão nas redes de TV em que ele trabalhava, Record e Tupi. Quando Silvio criou o SBT, no início da década de 1980, Gugu foi junto. Teve suas primeiras chances em frente às câmeras no humorístico “Alegria 81” e no “Programa Raul Gil”, onde atuou como jurado.

 

Não demorou a estrear como apresentador, fazendo entradas ao vivo ao longo dos filmes exibidos pela “Sessão premiada” e distribuindo brindes aos telespectadores. Em 1982, a pedido de Silvio, a argentina Nelly Raymond criou o “Viva a noite”, com vários quadros de variedades. Gugu foi escalado para comandar a nova atração.

 

 

Rapidamente, o “Viva a noite” começou a bater a Globo. Gugu topava qualquer negócio: cantava, dançava. Não dá para esquecer dele com a “Dança do passarinho” (“Passarinho quer cantar/ porque acaba de nascer...”).

 

A Globo acabou convidando-o. Gugu chegou a assinar contrato em 1987, mas Silvio não deixou seu maior ativo ir embora. Pagou uma imensa multa rescisória e Gugu continuou no SBT, num lugar muito mais confortável: salário multiplicado e o lugar de herdeiro de Silvio Santos.

 

Sem Gugu, a Globo foi de Faustão. Tirou Fausto Silva da Band. Ao longo dos anos seguintes, o domingo virou um embate entre os programas de Faustão e Gugu. Um dos clássicos de seu programa, hoje impensável na TV, foi a “Banheira do Gugu”, em que levava modelos, homens e mulheres, em trajes minúsculos para se agarrar na disputa por sabonetes numa banheira improvisada.

 

Nos anos 1990, já um empresário bem-sucedido, Gugu quis ter a sua própria TV. Comprou estúdios e produziu a “Escolinha do barulho”, atração da Record.

 

O projeto de ter seu próprio canal não foi adiante. Em 2009, a Record bateu à sua porta e, desta vez, não deu para não ir embora. Foram quatro anos na emissora com o “Programa do Gugu”, que não teve o retorno esperado. Ele ficaria mais alguns anos, após 2013, na Record, em temporadas.  

 

Negociava um retorno para o SBT em 2019, quando morreu, aos 60 anos, após um acidente doméstico. Caiu do sótão de sua casa em Orlando, quando tentava trocar o filtro do ar condicionado.

 

 

. Sérgio Mallandro 

Só fã das antigas de Silvio Santos vai se lembrar do “Cidade contra cidade”, um programa que existiu entre o fim dos anos 1960 até meados dos 1980. Pois foi em 1981 que Silvio conheceu aquela figura carioca sem papas na língua. A química com Sérgio Mallandro deu tão certo que o patrão o convidou para fazer testes no SBT.

 

Logo Mallandro se tornou um dos apresentadores do programa “O povo na TV”, ao lado de outros nomes descobertos por Silvio – Wagner Montes e Mara Maravilha entre eles. Até 1990, foi ainda jurado do “Show de calouros”, o que lhe rendeu o Troféu Imprensa em cinco ocasiões. 

 

“Vem fazer glu-glu”, um dos bordões que inventou, virou até disco na época. Paralelamente à carreira na TV, Mallandro, que tinha estudado no Teatro Tablado, no Rio, participou de alguns filmes até ganhar seu próprio, “As aventuras de Sérgio Mallandro” (1985). A comédia contou com a participação de alguns colegas de TV, como Mara Maravilha e Pedro de Lara. Sua era no SBT foi até 1990, quando se transferiu para a Globo. 

 

Voltaria para a rede de Silvio Santos, mas em outras funções e sem o prestígio de outrora. A mais recente volta, desde 2020, é na figura de jurado do “Programa do Ratinho”.

 

Após 13 anos de contrato no SBT, este é o primeiro trabalho de Maisa Silva na Globo

Após 13 anos de contrato no SBT, este é o primeiro trabalho de Maisa Silva na Globo

Reprodução/Redes sociais

. Maisa Silva

Tem que se dar o devido crédito. Quem descobriu a menina Maisa não foi Silvio Santos, mas Raul Gil. Ela tinha 3 anos quando foi revelada no “Programa Raul Gil”, dublando Ivete Sangalo e Wanessa Camargo. Na época, Raul Gil estava na Record.

 

Acompanhando o sucesso da menina, Silvio logo tratou de convidá-la para o SBT. Maisa tinha 5 anos quando conheceu o apresentador. Foi acompanhada dos pais (a pedido do próprio Silvio) na primeira reunião que tiveram com ele.

 

Na nova emissora, onde ficou por 13 anos (2005-2019), Maisa começou com o programa “Sábado animado”. Passou por outras atrações, muitas vezes superando a audiência de Xuxa na Globo. Era um contraponto e tanto, já que Maisa usava roupas conservadoras, remetendo à Shirley Temple da década de 1930.

 

Em 2008, acabou entrando para o “Programa Silvio Santos” com o quadro “Pergunte à Maisa”. A interação com o patrão teve seus momentos. Logo na estreia, ela mandou um: “É peruca, você usa peruca, Silvio Santos!”. 

 

Eliana, de calça, bustiê e casaquinho rosa com brilhos, abre os braços e olha para o alto

Eliana vai deixar emissora de Silvio Santos depois de 15 anos

Divulgação

. Eliana

A recente chegada de Eliana à Globo representou o ponto final de sua história com o SBT. Uma história que começou no início da década de 1990, quando a loirinha, então uma das cantoras do grupo adolescente Banana Split (cujo empresário era Gugu Liberato) participou do quadro “Qual é a música?”, do “Programa Silvio Santos”.

 

“O Silvio ligou para o Gugu pedindo para que eu saísse do grupo e ingressasse para o time de apresentadores do SBT”, contou Eliana certa vez. Até então, ela nunca tinha pensado em ir para a televisão.  Tinha 18 anos quando comandou seu primeiro programa na emissora, “Festolândia”. Foi uma estreia infeliz. Três meses depois, a atração foi cancelada.

 

Aos prantos, Eliana pediu a Silvio que lhe desse uma nova chance. Ela veio, mas não era nada muito importante. Passou a apresentar o “Sessão desenho”, em aparições curtas. Só a partir de 1993 as coisas começaram a melhorar, com a estreia do “Bom dia & Cia.”, que em sua primeira fase foi comandado por ela até 1998.

 

Depois de trocar o SBT pela Record, Eliana voltaria para a emissora de Silvio Santos em 2005. Neste período, que foi até março de 2024, ela assumiu atrações adultas e se tornou um dos principais nomes da emissora. 

 

 

. Mara Maravilha

Nascida em Itapetinga, no interior da Bahia, Eliemary Silva da Silveira foi descoberta por Silvio quando comandava em Salvador a versão local do “Clube do Mickey”, da TV Itapoan, então afiliada do SBT. Era chamada de Miss Mara.

 

Foi Silvio quem a batizou Mara Maravilha. Ela tinha 15 anos quando deixou a Bahia e se mudou para São Paulo. Como contratada do SBT, assumiu programas voltados para o público adolescente. No “Show Maravilha”, competia com Xuxa e Angélica. Virou também uma estrela teen dos anos 1980 e 1990, pois sua carreira na TV ainda ajudou sua trajetória como cantora.

 

Logo passou a integrar o júri do “Show de calouros”. Ficou no SBT até a primeira metade da década de 1990. Mais tarde, virou evangélica e ficou muitos anos fora da TV. Retornou em 2016, graças a Silvio Santos, para participar do programa “Fofocalizando”. Ficou na emissora até o início desta década.