Obra de Ana Cecília Carvalho vai da ficção literária a escritos acadêmicos -  (crédito: Gisella Gontijo/divulgação)

Obra de Ana Cecília Carvalho vai da ficção literária a escritos acadêmicos

crédito: Gisella Gontijo/divulgação

 

 

A escritora e psicanalista Ana Cecília Carvalho é a nova integrante da Academia Mineira de Letras (AML). Ela vai ocupar a cadeira 36, cujo patrono é Eloy Ottoni e anteriormente pertencia a Aloísio Teixeira Garcia, morto em maio, aos 80 anos. Ana Cecília disputou com sete candidatos e se elegeu por unanimidade nesta segunda-feira (19/8), com 32 votos.

 

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“É a primeira vez que a academia conta em seus quadros com uma psicanalista. Este é um momento muito importante de nossa história, pensando, inclusive, em todas as relações que a literatura tem com a psicanálise. Psicanalistas, afinal, são especializados em interpretação de texto, né?”, diz Jacyntho Lins Brandão, presidente da AML, entidade criada em 1909.

 

 

 


“É uma alegria muito grande para a gente receber a Ana Cecília. Ela vai acrescentar muito aqui na academia”, afirma Brandão.

 


Ana Cecília Carvalho nasceu em Belo Horizonte em 1951. Mestre em psicologia e doutora em literatura comparada, até 2009 foi professora de psicanálise no Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

 


Transitando pela ficção e literatura acadêmica, publicou, entre outros livros, “Uma mulher, outra mulher” (Editora Lê, 1993), “A poética do suicídio em Sylvia Plath” (Editora UFMG, 2003), “O livro neurótico de receitas” (Ophicina de Arte & Prosa, 2012), “Os mesmos e os outros: o livro dos ex” (Quixote + Do, 2017), “O foco das coisas e outras histórias” (Quixote + Do, 2019) e “A memória do perigo” (Quixote + Do, 2019).

 


Ano passado, Ana Cecília estreou na literatura infantil junto da neta, Stella Valente, de 8 anos. As duas lançaram “O mundo das fitinhas perdidas” (Pangeia Editorial), que, emulando o clássico “Chapeuzinho Vermelho”, de Charles Perrault, narra a história de menina perdida na floresta depois de desobedecer à avó. Em vez de seguir pelas ruas da cidade, ela decide voltar para casa pelo bosque.

 


A escritora recebeu o Prêmio Brasília de Literatura em 1991, e, por duas vezes, o Prêmio Cidade de Belo Horizonte, em 1975 e 1985.

 

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O presidente emérito da AML, Rogério Faria Tavares, diz que a chegada da escritora e psicanalista à academia é o reconhecimento de sua longa trajetória de dedicação à literatura.


“Ana Cecília começou a escrever antes dos 15 anos. Já na adolescência, produziu poemas e, depois, contos”, lembrou. “Ela refletiu sobre a relação entre a psicanálise e a literatura, e, nos últimos tempos, dedicou-se à chamada ‘Trilogia da inquietude’, lançada pela Editora Quixote + Do, fruto de reflexões sobre os tempos distópicos que estamos vivendo”, conclui Tavares.