Uma das principais novidades desta Virada Cultural é a inclusão da Praça Raul Soares no circuito, recebendo artistas representantes do samba e figuras proeminentes do carnaval de Belo Horizonte. Batizado “Praça do Samba”, o espaço vai receber Toninho Geraes, Fernando Bento e Adriana Araújo, entre muitos outros.
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A secretária municipal de Cultura, Eliane Parreiras, explica que a reorganização espacial dos polos da Virada se deve, em parte, às obras na Praça da Estação e na Rua Sapucaí, locais que ficaram fora do roteiro. Ela observa que a Praça Raul Soares é importante eixo cultural pela proximidade com o Mercado Novo e o Mercado Central, pelo patrimônio cultural da região e por se tratar de um emergente polo gastronômico.
“A Virada fortalece a conexão com os dois mercados e as ocupações que já existem ali de bares e restaurantes”, diz, destacando o Viradão Gastronômico, com 29 estabelecimentos do Centro que vão preparar pratos especialmente para a ocasião, com preço máximo de R$ 20.
A “Praça do Samba” se alinha a iniciativas da secretaria, como o inventário do samba e do carnaval de Belo Horizonte.
Uma das atrações será Dudu do Cavaco (domingo, 25/8, 9h40), primeiro artista com síndrome de Down a gravar um álbum no Brasil, com repertório que inclui temas como “Corcovado”, de Tom Jobim, e “Com que roupa?”, de Noel Rosa.
Virada Cultural 2024: Mais de 200 atrações e sete palcos no Centro de BH
A "Virada do Samba Autoral", capitaneada por Thiago Delegado, leva à Praça Raul Soares compositores, cantores e instrumentistas mineiros. Com quase 20 anos de história, o Grupo Simplicidade (domingo, 18h) representa a ancestralidade do gênero.
A tradição também pauta outra atração do espaço, Fabinho do Terreiro (sábado, 24/8, 21h55). Representando as escolas de samba, a Unidos dos Guaranys (domingo, 11h) comemora seus 60 anos de história.
Velha Guarda
Dona Elisa, integrante da Velha Guarda do Samba de BH, apresentará seu tradicional “Samba da madrinha” (domingo, 15h20). E Adriana Araújo, que tem chamado a atenção na cena, subirá ao palco no domingo, às 13h50.
O chorinho também ganha espaço: o grupo feminino Chorosas fará homenagem a Chiquinha Gonzaga no show “Ô abre alas que elas vão tocar” (sábado, 19h30).
Por sua vez, Choro do Jura vai destacar apenas compositores belo-horizontinos (sábado, 23h15). A cantora e compositora Marina Gomes apresentará o show “Perfeito abrigo” (sábado, 20h35), com o repertório autoral de “Central do amor”, seu segundo disco.
A programação não se limitará à música. Ed Marte leva até lá a performance queer “Réquiem para uma noiva iluminada” (sábado, 22h). E o coletivo mineiro BeHoppers, com “PicNic vintage” (domingo, 14h às 17h), propõe uma viagem no tempo em plena pista de dança, ao som de músicas da década de 1930.
OUTRAS ATRAÇÕES
>>> PALCO VIADUTO
Na Rua Aarão Reis, sob o Viaduto Santa Tereza, tem espaço para rock, pop, funk e, claro, rap. Um dos convidados é o veterano MC Marechal (domingo, 25/8, 17h30), que está na vanguarda do rap desde 1998. BH Stone, voltado para bandas independentes de rock (sábado, 24/8, 19h às 2h), marca presença, assim como a Batalha da P7, evento de hip-hop símbolo de resistência (domingo, 10h40). Tradição divertidíssima da Virada, a Cia. de Teatro Toda Deseo comanda o Campeonato Interdrag de Gaymada (domingo, 13h40).
>>> SKATE, ROLIMÃ E BIKE
Pela primeira vez, o skate terá espaço privilegiado na Virada Cultural. A “Skateata” (domingo, 25/8, 13h às 14h30), realizada pelo Movimento Unificado Pró-Skate BH, sai da Praça Sete em direção à Praça Raul Soares. “Skate fighter” (Viaduto Santa Tereza, 13h às 17h), projeto do coletivo Família de Rua, responsável pelo Duelo de MCs, convida para um novo desafio de manobras. Os carrinhos de rolimã têm lugar cativo na Avenida Assis Chateaubriand (domingo, 9h às 13h). Para fãs do pedal, o Tweed Ride BH promove passeio ciclístico que celebra arquitetura e patrimônio cultural da Praça Raul Soares (domingo, 9h às 12h).
>>> SOCIAL E SUSTENTÁVEL
Importantes eixos do evento serão mantidos em 2024, como a acessibilidade, que será ampliada; a Virada Social, com o projeto Sopa de Pedra, que presta assistência a pessoas em situação de rua; e a Virada Sustentável, com ações de preservação do meio ambiente. Por meio do Recicla Belô, 50 catadores autônomos coletarão recicláveis, com central de reciclagem operada pela Coopesol Leste. Experiência semelhante ocorreu no carnaval, comprovando a importância da inclusão dos catadores em grandes eventos de rua da cidade.