Vencedor do BDMG Instrumental, flautista, saxofonista e compositor Silas Prado faz show no Cine Theatro Brasil Vallourec
 -  (crédito: Élcio Paraíso Bendita Conteúdo/Divulgação)

Vencedor do BDMG Instrumental, flautista, saxofonista e compositor Silas Prado faz show no Cine Theatro Brasil Vallourec

crédito: Élcio Paraíso Bendita Conteúdo/Divulgação

 

Um dos vencedores do Prêmio BDMG Instrumental 2022, o saxofonista, flautista, compositor e arranjador Silas Prado lança o álbum “Obrigado mestre” (Atlântico Sul Music), nesta quarta (28/8), no mesmo dia em que faz show homônimo em BH, no Cine Theatro Brasil Vallourec, às 19h. Com seis faixas, o disco é uma homenagem do músico mineiro ao maestro baiano Letieres Leite (1959-2021), fundador da Orkestra Rumpilezz.

 


Para Silas, o maestro causou uma revolução e mudou a sua vida. Ele lembra que foram duas semanas trabalhando junto a Letieres, no programa proporcionado pela Geraes Big Band, da Escola de Música Popular da UFMG. O artista recorda que o contato com o músico baiano e o sistema de claves inspiraram e sistematizaram em sua formação algo que sentia como um chamado.

 

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“É um jeito de compor que funde a complexidade da música contemporânea com a da música ancestral que vem das tradições dos povos afro mineiros, pelo congado, reinado e pelas bandas de Minas”, explica. Entre as seis canções do álbum, a faixa-título, “Obrigado mestre”, foi composta especialmente para Letiere Leite. “Gravei também uma música dele que é ‘Honra ao rei’, que encerra o disco.”


Candomblé e sopros de Minas

 

Silas não esconde sua admiração pelo maestro. “Ele foi uma pessoa que me influenciou nessa mudança do fazer música. De fazer essa música em cima das claves do candomblé. E tem também o lance de eu ser das bandas de Minas. Enfim, de ter essa tradição delas, pois minha família é da Folia de Reis do Norte de Minas, além dessa coisa do congado e do reinado mineiro também.”

 


“Obrigado mestre” e o show de hoje a noite, detalha Silas, reúnem a ancestralidade da música afrodiaspórica, junto com a tradição dos sopros de Minas que, segundo ele, é o som das bandas mineiras, principalmente do Norte de Minas. “Meu avô, Jeremias Prado, foi quem fundou a banda do Norte de Minas. Então, (o disco) mistura essa influência das bandas de Minas com a música do Letieres que vem do candomblé, com um pouco do congado mineiro. O legal também de fazer esse show é que o repertório é composto por parte das músicas com as quais ganhei o Prêmio BDMG Instrumental.”


Silas conta que “Pé na terra” foi composta para a saxofonista Gaia Wilmer, que participa como convidada do show desta quarta. “Ela é uma compositora catarinense, radicada em São Paulo. Gaia gravou no meu disco e, para a minha alegria, vai participar do meu show. Terei também a presença do trombonista paulista Allan Abbadia. Ele é um dos fundadores do selo Atlântica Sul Music, do qual faço parte. O selo foi criado para artistas negros para música de diáspora.”

 


O instrumentista acrescenta que ainda terá como convidado o trompetista Juventino Dias, vencedor do BDMG Instrumental de 2023. “O considero como se fosse um exu-rei, porque é um dos primeiros músicos negros do interior que veio estudar em Belo Horizonte e se destacou tanto na música mineira quanto na brasileira. Tinha que chamá-lo para fazer esse show comigo.”


Silas destaca ainda que sua música tem muito de Letieres, Pixinguinha e Moacir Santos. “Mas também tem muito a minha cara, porque busco imprimir esse percurso musical que começou lá no Norte de Minas e que venho desenvolvendo com o passar dos anos.”

 

Turnê nos EUA

 

Nascido em Curvelo, na Região Central, e criado em Francisco Dumont, no Norte de Minas, Silas conta que em outubro fará turnê de lançamento do álbum nos Estados Unidos. “As coisas estão caminhando bem, graças a Deus”, reconhece.


Ele ainda revela que já está pensando no próximo disco, que deverá ser lançado no segundo semestre do ano que vem. “A cabeça de compositor não para. Fiz o primeiro álbum e agora é continuar tocando essa música afrodiaspórica moderna e ancestral cada vez mais.”


Para acompanhá-lo no show de hoje, Silas (sax e flauta) convidou William Pajé (trompete e flugelhorn), Lucas de Moro (teclados), Acauã Ranne (guitarre e percussão), Egberto Brant (contrabaixo), Cyrano Almeida (bateria), Talles Bibiano (percussão), Allan Abbadia (trombone), Gaia Wilmer (sax) e Juventino Dias (trompete e flugelhorn).


“OBRIGADO MESTRE”
Show de lançamento do álbum homônimo de Silas Prado, nesta quarta-feira (28/8), às 19h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Avenida Amazonas, 315 – Centro). Ingressos: R$ 30 (inteira), à venda pelo Eventim ou na bilheteria local. Informações: (31) 3201-5211.