Giovana Souza*
Neste final de semana, a Companhia de Dança Deborah Colker apresenta “Sagração” no Sesc Palladium, na turnê comemorativa de seus 30 anos. O espetáculo é uma releitura de “A sagração da primavera”, clássico do compositor russo Igor Stravinsky (1882-1971).
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Deborah Colker revela que sua relação com a criação de Stravinsky é antiga. “Começo a dançar nos anos 1980, e lá já entendi como essa música é importante. Para mim, foi composta para ser dançada e eu já sabia que iria me encontrar com ela. Porém, precisava estar pronta para isso, porque era um grande desafio”, conta a coreógrafa carioca, de 63 anos.
Nesta releitura, Deborah aborda a evolução humana a partir de diversas crenças e cosmovisões. Os atos acompanham o surgimento de bactérias, a criação dos animais e o desenvolvimento do ser humano, por exemplo.
“É que nem quando a gente aprende na escola, o caminho da evolução da espécie. Decidi traçar esse caminho a partir da minha visão, com adaptação dos mitos de criação”, explica Deborah.
Lendas e alegorias
Ela pesquisou diversas conceituações sobre o surgimento da vida. Estudou lendas de povos originários, mitologia judaico-cristã, alegorias bíblicas e a literatura científica.
“A dança tem as bactérias da ciência, as histórias dos nossos mitos de criação, a história de Eva e Abraão. Tem a cosmovisão indígena, principalmente sobre a origem do fogo, e também quando a gente começa a plantar, a virar agricultor e inicia a relação com a terra, deixando de ser nômade”, detalha.
Deborah Colker percorreu o Rio Capibaribe, em Pernambuco, para criar "O cão sem plumas"
Chama a atenção releitura da história de Eva. “Trouxe Eva como uma mulher negra. É importante a gente olhar para ela não como alguém que comete pecado, mas alguém que transgride e dá um passo evolutivo. Para mim, este símbolo é a mulher negra”, afirma a coreógrafa.
Na trilha sonora, ritmos brasileiros, como boi bumbá, afoxé e samba, juntam-se a Stranvinsky. Para Deborah Colker, faz todo sentido trazer a criação do compositor “para a nossa floresta, para o nosso povo”.
Em parceria com o diretor musical Alexandre Elias, ela imaginou a combinação de instrumentos clássicos orquestrais com flautas de madeira, maracás, caxixis e tambores brasileiros. Além disso, 170 bambus, com cerca de quatro metros de altura, são manuseados pelos bailarinos em cena.
Com o objetivo de possibilitar melhor compreensão dos temas abordados, a companhia distribui cartões para o público e disponibiliza cartazes com QR Codes do roteiro. Nesta sexta (30/8), às 15h, haverá apresentação gratuita para alunos da rede pública e participantes de projetos socioculturais.
“SAGRAÇÃO”
Com Companhia de Dança Deborah Colker. Sábado (31/8), às 21h, e domingo (1/9), às 19h, no Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro). Inteira: de R$ 130 a R$ 160, com meia-entrada na forma da lei.
OUTRAS ATRAÇÕES
>>> HUMOR
A comédia “Deixa que eu te conto”, com Flávia Reis e Ricardo Cubba, se baseia em personagens cômicos e vídeos nas redes sociais. A dupla se apresenta nesta sexta (30/8), às 21h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça Sete, Centro). Inteira: R$ 120 e R$ 100, com meia na forma da lei. Ingresso solidário: R$ 100. Vendas na bilheteria e também na plataforma Eventim.
>>> D.P.A
Sucesso entre a criançada, a série “D.P.A – Detetives do Prédio Azul” chega aos palcos de BH neste fim de semana. “DPA: A peça 2 – Um mistério em Magowood” terá sessões no sábado (31/8) e domingo (1/9), às 14h e 17h30, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Ernesto Piccolo dirige a montagem, com texto de Flávia Lins e Silva e Pedro Henrique Lopes. Inteira: R$ 220 (premium fã), R$ 180 (premium), R$ 140 (plateia) e R$ 39,60 (superior), com meia na forma da lei. Ingresso solidário: R$ 160, R$ 135 e R$100 (com doação de 2kg de alimentos não perecíveis).
À venda na plataforma Eventim e na bilheteria.
>>> ARTE & PASSO
O grupo Arte & Passo se apresenta no Teatro Francisco Nunes às 20h30 de sábado (31/8) e às 19h do domingo (1/9), com “Travessia”, imersão baseada na canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, e “Escute só”, inspirado em entrevista da escritora portuguesa Matilde Campilho sobre questões existenciais. Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), à venda na plataforma Sympla e na bilheteria do teatro, que fica dentro do Parque Municipal (Av. Afonso Pena, 1.377, Centro).
>>> ARROBAS
A comédia “Os arrobas voltam ao teatro”, de Amaury Júnior, terá única apresentação no domingo (1/9), às 19h, no Teatro Nossa Senhora das Dores (Avenida Francisco Sales, 77, Floresta). Ingressos: R$ 30, à venda na plataforma Sympla.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria