Com foco na integração de diferentes expressões artísticas, o Festival Criatura, em sua quarta edição, ocupa o Palácio das Artes neste sábado (3/8), com uma programação que inclui música, artes plásticas, cinema e outras atividades.

 



 

Shows dos mineiros Artur Pádua e Luiza Brina e da paulista Iara Rennó, feiras de artes e gastronômica, apresentações de DJs e roda de capoeira, entre outras atrações, ocuparão a Sala Juvenal Dias, os jardins, o Cine Humberto Mauro e o hall de entrada do centro cultural.

 


Até o próximo dia 27, o festival também promove rodas de conversa e oficinas no Cefart, Instituto Mano Down, Centro Cultural Venda Nova, Centro Cultural Vila Santa Rita e Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira.

 


Idealizadora do evento, Ana Carolina Andrade destaca os shows de Luiza Brina e Iara Rennó, na Sala Juvenal Dias, com cenografias criadas pelo Grupo Giramundo. “São atrações muito representativas da proposta do festival, porque integram a música às artes visuais com uma pegada inovadora, já que teremos um grupo consagrado de teatro de bonecos cuidando da cenografia, o que é uma outra frente de criação”, diz.

 


Ela explica que a cada edição o Festival Criatura é realizado em um equipamento cultural diferente da cidade e que a programação é pensada em sintonia com o espaço. E exemplifica com a feira gastronômica e a feira de artes visuais na área externa do Palácio das Artes e a exibição de dois filmes no Cine Humberto Mauro.


As sessões de “O encantar das folhas”, realizado no âmbito do programa de formação transversal Saberes Tradicionais, da UFMG, e “Diálogos da Terra – Projeção do Festival de Fotografia de Tiradentes 2024” se misturam à programação regular da sala de cinema. “Não é um festival grande, mas tem um pouco de cada coisa”, comenta.

 


O show solo de Iara Rennó é focado em seus dois mais recente álbuns, “Oríkì” (2022) e “Orí Okàn” (2023), que exploram o universo do candomblé e tiveram excelente recepção – o primeiro foi indicado ao Grammy Latino. A artista diz que o repertório se completa com canções de seus discos anteriores e “interpretações livres” da obra de outros compositores.

 

Iara Rennó faz show solo, mas insinua possibilidade de participar da apresentação de Luiza Brina

Sillas H/Divulgação


Segundo ela, “Oríkì” e “Orí Okàn” exploram a mesma temática, mas têm abordagens diferentes, tanto narrativas quanto sonoras. O primeiro gira em torno dos orís, que são poemas de saudação na cultura iorubá. “Ele tem uma coisa mais objetiva, descritiva, em terceira pessoa, com uma instrumentação grandiloquente, com metais e percussão. Já o 'Orí Okàn' passa mais por uma história pessoal, em primeira pessoa, mais introspectivo, com poucos elementos nas músicas”, aponta.

 


Luiza Brina, por sua vez, faz um show que dá a largada na circulação do lançamento de “Prece”, seu mais recente e elogiado álbum. O show foi batizado como “Aprendendo a rezar”, em alusão à mudança de formato entre o registro de estúdio e o palco.

 


As gravações de “Prece” contaram com uma orquestra formada por 20 mulheres, executando arranjos escritos pela própria artista, intervenções eletrônicas e percussões do chileno José Izquierdo. No show de hoje, Luiza estará só com seu violão. “O disco tem uma sonoridade encorpada, mas todas as canções nasceram da minha voz e do meu violão, com elementos que fui destrinchando do próprio instrumento. Com esse show, trago as 'Orações' de novo para a origem”, diz, aludindo a como as faixas são batizadas – “Oração 1”, “Oração 2” etc.

 


Além do repertório de “Prece”, ela vai interpretar composições de outros artistas, como Alzira E (que é mãe de Iara Rennó), Luiz Gabriel Lopes e Gilberto Gil. “São canções que também entendo como orações”, diz. Luiza celebra o fato de se apresentar na mesma noite da cantora e compositora paulista – Iara é parceira na “Oração 19” e é uma das participações especiais no álbum. “Lançamos nossos trabalhos pelo mesmo selo (Dobra Discos), somos parceiras e temos um diálogo muito verdadeiro.”

 


Iara deixa no ar a possibilidade de uma dobradinha no palco da Juvenal Dias. “Cada uma vai fazer seu show, mas vamos ver se dá para dar uma brincada uma na apresentação da outra, já que ambos são solos.”

 


Outras atrações

O Festival Criatura terá ainda show de Artur Pádua no jardim do Palácio das Artes, às 16h. O mesmo espaço abriga a feira gastronômica e a feira de artes visuais, que reúne diferentes formas de expressão, como gravura, pintura, escultura, publicações e cartazes. Outras atrações são o Homem Gaiola – projeto do arquiteto e artista digital Rafael Cançado –, com projeções de laser mapping e a oficina Gráfica Urbana, ministrada pelo artista visual e pesquisador Artur Maciel.


FESTIVAL CRIATURA
Neste sábado (3/8), a partir das 13h, nas dependências do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos para os shows de Luiza Brina, às 18h, e Iara Rennó, às 20h, custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia e meia social, mediante doação de 1 kg de alimento não perecível) e podem ser adquiridos no site do festival  e na bilheteria do Palácio das Artes. Todas as demais atividades são gratuitas. A programação completa está disponível no Instagram do Festival Criatura.

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