Foram 221 concertos realizados em 21 países. Três continentes visitados. E 84 obras inéditas compostas em parceria com músicos europeus e latino-americanos. Esses são os números ostentados pelo Sigma Project, quarteto de saxofones composto pelos espanhóis Andrés Gomis, Ángel Soria, Alberto Chaves e Josetxo Silguero.

 




Nos últimos 16 anos, os madrilenhos passaram por Estados Unidos, Jamaica, México, Chile, Colômbia e Argentina – apresentaram-se no prestigiado Teatro Colón, de Buenos Aires; e no Teatro de la Scala, de Milão –, mas nunca chegaram a pôr os pés no Brasil. Não por má vontade, garantem os músicos, mas por falta de oportunidade.

 

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A situação, no entanto, vai mudar nesta quinta-feira (8/8), quando o Sigma apresenta o concerto “Uma viagem utópica: Música de ontem e de hoje”, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes; e, no sábado (10/8), dia em que eles subirão ao palco da Sala Minas Gerais para participar do concerto “Um americano em Paris”, da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Na ocasião, será apresentada “Concerto para quarteto de saxofones e Orquestra Sinfônica”, obra de Philip Glass inédita no Brasil.


“Glass é o grande rockstar da música clássica”, brinca Silguero. “E, nesse concerto, Glass trabalha um pouco com o minimalismo – dentro do estilo dele, claro –, com orquestração exuberante e movimentos muito bem definidos”, acrescenta o saxofonista.

 

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A obra do norte-americano não entra no concerto de amanhã. A apresentação solo do quarteto segue caminho diferente, apostando em repertório eclético com peças como o madrigal “Tu m’uccidi, o crudele”, de Carlo Gesualdo; o jazz “I’ve got you under my skin”, de Cole Porter; sonatas barrocas de Domenico Scarlatti; e obras contemporâneas do espanhol Jesús Torres e do austríaco Georg Friedrich Haas. O quarteto também faz a primeira apresentação de “T A M B O R”, peça inédita do brasileiro Rodrigo Lima em parceria com eles.

 

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“O saxofone é o instrumento do século 21”, diz Silguero. “Vejo um interesse muito grande por esse instrumento e aumento no estudo dele. Com o saxofone, os músicos estão explorando territórios sonoros ainda inexplorados e pesquisando coisas novas na própria maneira de execução do instrumento.”


Laboratório de pesquisa

 

Não existem muitas diferenças entre os quartetos de corda e de saxofone, afirma Silguero. Se no formato tradicional, os violinos se encarregam de tocar as melodias acompanhados do preenchimento harmônico do cello e da viola, agora é o mesmo instrumento (saxofone) que realiza todas essas funções.

 

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“Costumamos dizer que o Sigma é um laboratório de pesquisa. Nós estudamos muito sobre a música que vamos tocar, porque precisamos conhecer a trajetória do compositor, estar intimamente ligado com ele, entrar no mundo sonoro dele”, explica o instrumentista. “Assim, quando apresentamos um concerto com cinco ou seis obras, estamos apresentando cinco ou seis mundos diferentes, estéticas diferentes, as quais temos de incorporar e abandonar em cada apresentação”, conclui.


“UMA VIAGEM UTÓPICA: MÚSICA DE ONTEM E DE HOJE”
Concerto do Sigma Project. Nesta quinta-feira (8/8), às 19h, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537 – Centro). Ingressos à venda por R$ 10 (inteira), na bilheteria local ou Eventim. No sábado (10/8), o Sigma se apresenta com a Orquestra Sinfônica, na Sala Minas Gerais (Rua Tenente Brito Melo, 1.090 – Barro Preto), às 18h. Ingressos à venda por R$ 30 (inteira), na bilheteria ou pelo site instituto-cultural-filarmonica.byinti.com.

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