Missa completa (com direito a “Kyrie”, “Gloria”, “Sanctus” e “Agnus Dei”) cantada em espanhol, com melodias que transitam por huayno, chacarera e pampeano, entre outros estilos latino-americanos.

 


Um “Magnificat” com estética barroca, mas trazendo harmonias contemporâneas e impressionistas de tango.

 

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O que à primeira vista pode parecer desvario mostrou-se revolucionário e promissor na música de concerto argentina com as propostas de Ariel Ramírez (1921-2010) e Martín Palmieri em, respectivamente, “Misa criolla” e “Obertura Magnificat”. Obras do passado recente, criadas em 1964 e 2017, ambas marcam a renovação da composição no país vizinho.

 



 

As duas peças serão interpretadas pelo Coral Lírico de Minas Gerais, no concerto “Noites argentinas”, nesta quarta-feira (21/8), no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes. O programa conta também com “Los pájaros perdidos”, “Milonga del Ángel” e “Fuga y misterio”, de Astor Piazzolla (1921-1992), em que todos os instrumentos serão substituídos por vozes.

 


“Na Argentina, é comum reproduzirmos os tangos de Piazzolla com a boca, imitando cada instrumento”, conta o regente titular do Coral Lírico, Hernán Sánchez, nascido em Buenos Aires. “Os baixos (do coral) fazem um som muito parecido com o de contrabaixo, as sopranos fazem som parecido com o do violino ou do bandoneon. Os tenores e contraltos vão variando, dependendo da função”, explica.

 

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O programa é dividido em peças eruditas e populares. “Magnificat”, de Palmieri, e “Misa criolla”, de Ramírez, entram no primeiro momento. “O ‘Magnificat’ é muito interessante, porque a harmonia é moderna, mas, ao mesmo tempo, tem características que se aproximam do barroco naquelas perguntas e respostas entre solista e coro”, destaca Sánchez.

 


“Misa criolla”, por sua vez, traz a sonoridade das canções folclóricas de países latino-americanos, com instrumentos típicos: charango (espécie de violão), bombo leguero (tambor típico da Argentina) e a flauta andina quena. A melodia que Ramírez criou para sua missa tem influências de tradicões da Bolívia, Equador, Peru, Colômbia, Chile e Argentina.

 


“Os ritmos de cada um desses países têm singularidades e características especiais, mas contam com a mesma estrutura melódica pentatônica, parecendo que é a mesma música”, diz Sánchez. Isso porque os instrumentos utilizados foram trazidos pelos colonizadores espanhóis quando não havia fronteiras dividindo os territórios invadidos pela Espanha.

 

Adaptação

 

A segunda parte do concerto é dedicada a Piazzolla. “Los pájaros perdidos”, “Milonga del Ángel” e “Fuga y misterio” ganharam novos arranjos, feitos por Sánchez para adequar a sonoridade dos instrumentos originais (piano, bandoneon e baixo) às vozes dos cantores.

 


O concerto contará também com a participação do tenor mineiro Gustavo Eda, atualmente solista fixo no elenco do Teatro Trier, na Alemanha, além de instrumentistas convidados para representar um quinteto de cordas, piano, bandoneon e percussão.

 


“NOITES ARGENTINAS”


Concerto do Coral Lírico de Minas Gerais. Peças de Ariel Ramírez, Martín Palmieri e Astor Piazzolla. Nesta quarta-feira (21/8), às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na bilheteria ou na plataforma Eventim. Informações: (31) 3236-7400 ou no site fcs.mg.gov.br

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