Depois de produzirem juntos, em 2023, o EP “Espelho”, Chico Chico e Pedro Fonseca estão de volta ao streaming, agora com o álbum “Estopim” (Deck). O disco do filho de Cássia Eller (1962-2001) traz 11 faixas – sete autorais, feitas em parceria com João Mantuano, Sal Pessoa, Tui Lana e João Duarte.
Quatro foram compostas somente por Mantuano (“Jogo de chapéu”), Tui Lana (“Parado no vento” e “Parte de mim”) e Mateus Lana (“Abismo”, com Tui Lana). Chico assina sozinho “Acorda Zé”.

 




Todas as músicas do álbum passeiam pelas diversas influências de Chico. Ele conta que o disco partiu de várias conversas entre ele e Fonseca, que entendeu bem a dualidade das composições, tanto das imagens rurais quanto das urbanas que permeiam seu trabalho e se fazem presentes no disco.

 

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Chico Chico explica que compõe a partir do que está vivendo, escolhe o repertório que lhe toca o coração e canta à sua maneira, sempre primando pela espontaneidade e liberdade de poder trazer suas diversas influências e ideias para as canções, seja no palco ou dentro do estúdio.


Encontros na Boemia


“Os arranjos são do Pedro, o moleque é muito bom e os músicos que a gente arregimentou para o disco são muito competentes”, afirma o artista. “Na realidade, sou o maior 'Zé Mané' nesse quesito de produções, não sei muito bem, gosto mesmo é de tocar e cantar”, acrescenta.

 


Os músicos a que ele se refere são Thiaguinho Silva (bateria), Guto Wirtti (baixo), Walter Villaça (guitarra), Jorge Continentino (sax tenor flauta e pife), Thiago da Serrinha (percussão), Pedro Fonseca (teclados e arranjos) e Marlon Sette (trombone e arranjo de sopros).


Chico conta que “Estopim” se divide entre músicas compostas já há algum tempo e outras que surgiram durante o processo de gravação. Ele revela que, normalmente, gosta de compor ao violão, mas, ao mesmo tempo, não tem regras definidas.


“Minhas composições são sobre a vida, as coisas que vivo, os meus amigos. Essa vida meio boêmia e, por vezes, a gente gosta muito de uma cervejinha. E sempre parte daí, a partir, primordialmente, dos encontros. Não tenho muita regra para compor. De vez em quando, rola só a melodia; às vezes, só a letra; às vezes, desce tudo de uma vez. Na verdade, tenho muitos processos para compor”, diz.

 


Ele conta que sempre esteve ligado à música, principalmente aos ritmos do Nordeste. “Especificamente, o boi que conheço desde os tempos de colégio. Foi lá que tive o meu primeiro contato com esse tipo de música, com o maracatu e outros ritmos nordestinos. Mas gosto de tudo, ouço de tudo, sem qualquer grilo.”


Disco novo


O artista carioca afirma que já está planejando o próximo disco. “Já quero entrar em estúdio novamente o mais rápido possível, porque a gente tem que montar o novo show e ver como ficará a nossa agenda. Mas já estamos com um disco novo, não vou dizer engatado, porque a gente ainda nem começou a gravá-lo, mas as músicas já existem, falta só fazermos aquela seleção.”


Ele revela que o novo trabalho será diferente de “Estopim”. “Acho que vai ser outra coisa. Adoro música, é a coisa que mais gosto na vida. Espero que as pessoas escutem o meu disco. Agora, se gostarem mandem para os amigos; caso contrário, para os inimigos”, brinca o músico.


Filho de uma das maiores cantoras brasileiras, Chico conta que nunca conseguiu ficar longe da música. “Na verdade, sou vascaíno e o meu sonho mesmo era ser jogador de futebol. Entrei para a faculdade, cogitei ser professor durante algum tempo, mas a música falou mais forte e começou a dar certo. E aí pensei: 'Vou fazer o que quero fazer, que é compor, tocar e cantar'. E assim estou até hoje.”


Chico Chico conta que o maior legado que Cássia lhe deixou foi o amor e a paixão pela música. “E a paixão por tocar e cantar. Minha vida é toda em torno do som, da música, então, devo isso a ela e a muita gente.”


“ESTOPIM”
• Disco de Chico Chico
• Deck
• 11 faixas
• Disponível nas plataformas digitais a partir desta sexta-feira (30/8)

 

 

 

 

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