Lady Gaga teve que “desaprender a cantar” para seu papel como par romântico de Joaquin Phoenix no filme “Coringa: Delírio a dois”, apresentado nesta quarta-feira (4/9) no Festival de Veneza, na Itália.
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“Trabalhamos muito na forma como cantamos. Para mim, foi, de certa forma, como desaprender a cantar, esquecer como respirar e deixar a música emergir totalmente do personagem”, afirmou Gaga em entrevista coletiva antes da exibição do longa.
“Coringa: Delírio a dois” é a continuação do filme que ganhou o Leão de Ouro em 2019 e deu o Oscar de melhor ator para Joaquin Phoenix no ano seguinte.
Na segunda parte, surgem a namorada do Coringa, Harley Quinn, papel de Gaga, e diversas surpresas. A dupla executa números musicais e de dança.
Sinatra
“Inicialmente, pegamos algumas referências, Frank Sinatra, esse tipo de lenda”, explicou Phoenix. “Eram músicas que Arthur (personagem do Coringa) poderia ter cantado quando era pequeno, com sua mãe”, acrescentou o diretor Todd Philipps, que também dirigiu o primeiro longa.
“Tentei imitar esse tipo de som. Mas pensei: 'Espere um minuto, Arthur não é isso'”, explicou Phoenix. “E ela me disse: ‘Vamos cantar ao vivo’. Respondi: ‘Não, de jeito nenhum'”, revelou o ator, rindo, ao lado de Lady Gaga. “Fizemos isso, porque era a única maneira. Todas as apresentações foram ao vivo durante as gravações”, comentou.
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Gaga interpreta uma Harley Quinn diferente da versão da psiquiatra do Coringa, vivida pela atriz australiana Margot Robbie. Sua Harley está internada no mesmo presídio onde o vilão cumpre pena pelos assassinatos que cometeu no primeiro filme.
Quando Harley e Coringa são colocados no mesmo grupo de presos para cantar, o romance explode. “Não diria que é uma comédia musical, é algo muito diferente. Usamos a música para realmente dar aos personagens uma maneira de se expressar, porque o diálogo não é suficiente”, comentou Lady Gaga.
Espelho
Em 2019, “Coringa” chamou a atenção com sua releitura sombria do arquivilão de Gotham City. “Os filmes tendem a ser um espelho da sociedade. Acho que na época parecia muito adequado. Mas em termos deste (novo) filme, queríamos correr riscos. A questão era: o que poderíamos fazer de realmente diferente, algo tão surpreendente quanto a primeira parte?”, afirmou o diretor Todd Philipps.
Agora, os “holofotes de Gotham City” se voltam para Lady Gaga. A cantora retorna às telas depois de “Casa Gucci”, lançado em 2021. Nesse filme, ela fez o papel de Patrizia Reggiani, a “viúva negra da moda”, condenada à prisão por planejar o assassinato do ex-marido Maurizio, herdeiro do império Gucci.
Brasil no páreo
A 81ª edição do festival italiano será encerrada no próximo sábado (7/9). Além do filme de Todd Philipps, outros 20 longas concorrem ao Leão de Ouro. É o caso do brasileiro “Ainda estou aqui”, de Walter Salles; “The room next door”, de Pedro Almodóvar; “Campo di battaglia”, de Gianni Amelio; “The brutalist”, de Brady Corbet; “Queer”, de Luca Guadagnino; “Maria”, de Pablo Larraín; “Trois amies”, de Emmanuel Mouret; El jockey”, de Luis Ortega; “Qing chun gui”, de Wang Bing; e de “Stranger eyes”, de Yeo Siew Hua, entre outras produções.