Selton Mello e Fernanda Torres protagonizam "Ainda estou aqui", inspirado na história real de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar -  (crédito: DIVULGAÇÃO)

Selton Mello e Fernanda Torres protagonizam "Ainda estou aqui", inspirado na história real de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar

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"Ainda estou aqui", longa-metragem de Walter Salles, recebeu o prêmio de melhor roteiro (Murilo Hauser e Heitor Lorega) no Festival de Veneza. A cerimônia de premiação ocorreu neste sábado (7/9), no Grande Palácio, no Lido, sede do festival. 


Antes da entrega dos prêmios, a atriz francesa Isabelle Huppert, presidente do júri, afirmou que a seleção dos concorrentes fez com que ela concluísse que "o cinema está em grande forma". O diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho fez parte do júri. 

 

 

Em seu discurso de agradecimento, os roteiristas dedicaram o prêmio à atriz Fernanda Torres, intérprete da protagonista, e terminaram dizendo: "Viva o cinema brasileiro"!

 

 

Nicole Kidman recebeu o prêmio de melhor atriz por "Babygirl" e foi representada pela diretora do filme, Halina Reijn, que leu um texto escrito por Nicole no qual ela explicou que iria à cerimônia, mas teve que voltar para sua família, com o coração partido, por ter recebido a notícia da morte da mãe. 

 

O Leão de Ouro foi para "The room next door", filme de Pedro Almodóvar sobre a eutanásia, estrelado por Tilda Swinton e Julianne Moore. "O filme fala de uma mulher que agoniza num mundo agonizante", disse o diretor, durante o discurso de agradecimento. Ele também afirmou que as duas atrizes produziram "milagres" cinematográficos durante vários dias da rodagem e ressaltou que o privilégio de um diretor é ser a primeira testemunha desse tipo de milagre. "O ser humano deve ser livre para viver e para morrer", discurso, em defesa da anulação de legislações que punem a eutanásia. 

 

 


A 81ª edição do Festival de Veneza teve 21 filmes na disputa pelo Leão de Ouro. “Ainda estou aqui” foi o único título brasileiro na competição. O longa conta a história de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, sequestrado e morto pela ditadura militar brasileira. O corpo jamais foi encontrado.

 

A atriz mineira Bárbara Luz faz parte do elenco. Ela interpreta uma das filhas do casal de protagonistas, vividos por Fernanda Torres e Selton Mello. 


Exibido no último domingo (1º/9) no festival, o filme teve recepção calorosa em sua sessão de gala. Foi aplaudido por 10 minutos e recebeu também diversas críticas elogiosas por parte da imprensa que cobre a disputa.

 

O Brasil já havida garantido um prêmio para “Manas”, estreia de Marianna Brennand na direção. Protagonizado por Dira Paes, o filme conquistou na sexta-feira (6/9) o principal prêmio da Giornate Degli Autori (GDA Director's Award), mostra paralela do festival italiano. A diretora vai receber 20 mil euros (aproximadamente R$ 123 mil) para promover seu filme.