Horrara Moreira dá entrevista sobre corpo e prazer na série de Eliza Capai  -  (crédito:  Eliza Capai/Divulgação)

Horrara Moreira dá entrevista sobre corpo e prazer na série de Eliza Capai

crédito: Eliza Capai/Divulgação

A falta de conhecimento adequado e o preconceito em relação à educação sexual podem ocasionar uma série de problemas físicos e psicológicos em mulheres, muitas vezes sem que se perceba a origem do problema. A privação de uma educação plena e aberta sobre aspectos como consciência corporal, escolhas comportamentais e relações sexuais frequentemente resulta em dificuldades de comunicação e, naturalmente, prazer.

 


A série documental “O prazer é meu” parte dessa premissa e explora, longe de censuras e tabus, temas que impactam o cotidiano das mulheres. Com narração da atriz Mariana Xavier, a produção aborda tópicos como conhecimento anatômico, empoderamento, aceitação, maternidade, mercado de trabalho, pornografia e violências contra a mulher.

 

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Mariana Genescá, proprietária da Amana Cine, diz que este foi o primeiro projeto da produtora sobre a temática. “Nosso objetivo é trabalhar com narrativas originais que abordem temas sensíveis, apostando no audiovisual como potente ferramenta de reflexão e inclusão social. Foi muito gostoso descobrir que a gente podia falar desse tema do prazer e do nosso corpo, que considero superpolítico, de uma forma leve e bem-humorada”, diz.

 


Com cinco episódios, a série intercala entrevistas com estudiosas, depoimentos de mulheres e animações, numa abordagem simples e sensível de um tema delicado.

 

A diretora da série, Eliza Capai, comenta que a ideia surgiu em 2021, enquanto repensava sua carreira no audiovisual. “Naquele momento de questionamento, surgiu a intenção de falar sobre o corpo feminino e partir do prazer como um percurso que conduzisse a uma maior compreensão do que nos move e do que nos faz ter tesão, num termo bem amplo da palavra,” afirma.

 


Ela afirma ter se sentido desafiada e, ao mesmo tempo, renovada com a realização da série. “No período de pesquisa, precisávamos entender quais seriam os temas abordados e como seria a melhor forma de abordagem. Então chegamos nessa linguagem divertida interpretada pela Mariana Xavier, que sabe ser desbocada e maliciosa às vezes", aponta.

 

“Depois, precisávamos costurar os três mundos diferentes, das mulheres que trabalham com temáticas ligadas a esse corpo feminino, das mulheres que contam sobre suas vidas, com os seus relatos pessoais que fazem a gente entender melhor a realidade, e o elemento das artes, que resume temas densos também de uma forma bem-humorada”, diz.


Perspectivas femininas


O grupo de especialistas selecionadas abrange ginecologistas, historiadoras, psicanalistas, artistas visuais, assistentes sociais e educadoras em sexualidade. A partir de seus conhecimentos, elas expõem informações sobre a dimensão histórica do preconceito contra as mulheres e o apagamento de informações que pudessem colaborar para o desenvolvimento sexual feminino.

 


Já com os depoimentos pessoais das mulheres, o público tem acesso a experiências femininas reais. Há personagens de diferentes idades, perfis raciais e de sexualidade, que discutem abertamente seus posicionamentos.

 

“Nós estamos muito ansiosas para saber como a série vai ser recebida pelo público. Todo o processo, desde a sala de roteiro até a finalização, foi muito harmonioso e prazeroso. E a gente espera que isso esteja, de alguma forma, refletido no resultado final da série”, diz a produtora Mariana.

 

*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes

“O PRAZER É MEU”
Série com cinco episódios lançados semanalmente aos domingos. Estreia neste domingo (8/9), às 23h, no GNT. Episódios também disponíveis na plataforma Globoplay.