Adaptação do livro homônimo de Elin Hilderbrand, lançado no Brasil pela editora Arqueiro, “O casal perfeito” é um minissérie investigativa dirigida por Susanne Bier (“Em um mundo melhor”). Compartilhando similaridades com o filme “Entre facas e segredos”, mas sem a capacidade de igualá-lo em criatividade e resultado, a trama aborda os dramas de uma família milionária norte-americana que se tornou suspeita de assassinato.
No feriado de 4 de julho, a protagonista Amelia Sacks (Eve Hewson) está na casa de verão da família de seu noivo, Benji Winbury (Billy Howle) , para o ensaio do casamento. A família Winbury é composta pelo casal Greer (Nicole Kidman) e Tag (Liev Schreiber) e seus três filhos – o noivo, o primogênito Thomas (Jack Reynor), e o caçula Will (Sam Nivola). Além deles, o enredo acompanha a vida das esposas, dos amigos próximos e dos funcionários da família.
Na madrugada do casamento – e no início do primeiro episódio – o corpo da dama de honra e melhor amiga de Amelia, Merrit Monaco (Meghann Fahy), é encontrado na praia. O homicídio desencadeia o processo de investigação policial e a exposição de diversos segredos da família Winbury, que não é tão perfeita quanto tenta parecer.
Revelações
As informações sobre a família surgem via interrogatório com pessoas próximas. A empregada, o amigo e a mulher de um dos filhos ganham destaque nesta parte, contando os segredos para o público, como se escrevessem uma coluna de fofocas. Dakota Fanning, que interpreta Abby, a esposa de Thomas, é uma personagem que interage com todos os núcleos da família e tem um dos arcos mais interessantes da série.
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O principal drama da narrativa são as traições, elemento tão recorrente no roteiro que acaba se tornando cansativo. No entanto, a primeira revelação desse tipo conta ao público que Merrit está grávida de Tag, um homem que inicialmente se apresenta como um marido apaixonado e dono de um império, mas mostra-se, na verdade, um boêmio viciado em fumar maconha e trair a esposa.
Os Winbury são fúteis e superficiais, incapazes de provocar empatia no público, com a exceção de Greer, a matriarca que, após uma vida complicada, conquistou seu lugar e agora tem a responsabilidade de resolver os problemas de todos, escrevendo e publicando um livro por ano, há 29 anos, para manter em ordem as finanças da família, que, surpreendentemente, ainda não recebeu sua herança.
Com subtramas extensas, os segredos dos Winbury colaboram para despistar os investigadores, e também o público, do verdadeiro assassino. Embora “O casal perfeito” não inove, é capaz de manter um mistério cativante, marcado por boas atuações e uma abordagem irônica dos temas tratados.
“O CASAL PERFEITO”
• Minissérie em seis episódios, disponível na Netflix.
*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes