a edição 2024 do festival começa hoje e vai até o próximo domingona Cidade histórica mineira   -  (crédito: Cristina Horta/3/6/2005/EM/D.A.Press)

a edição 2024 do festival começa hoje e vai até o próximo domingona Cidade histórica mineira

crédito: Cristina Horta/3/6/2005/EM/D.A.Press

 

Nesta semana, o tempo em Diamantina está quente durante o dia (a previsão vai até os 30º C), um pouco mais fresco à noite, com baixa umidade do ar e zero possibilidade de chuva. Nada muito diferente do que vem ocorrendo em boa parte de Minas Gerais. Não é o cenário ideal, mas é totalmente consonante com a proposta do Festival de História (fHist), que tem início nesta quarta (18/9) na cidade conhecida como porta de entrada do Vale do Jequitinhonha.

 


“Tempo de extremos” é o tema do evento, que está em sua sétima edição em Diamantina. Criado em 2011, o fHist teve ainda uma versão em 2015 em Braga, Portugal, e em 2022 em BH, Mariana e Ouro Preto. Extremos políticos e climáticos, explica o jornalista Américo Antunes, coordenador do festival.


“Estamos valorizando o que está sendo produzido na academia e na literatura voltada para dois ângulos. No político, da civilização, da humanidade, sobretudo na questão democrática, já que hoje há quem negue a própria ditadura”, afirma Antunes. “Procuramos estudos em torno da questão da verdade, história, negacionismo e fake news. Na vertente climática, sobre as alterações do clima, que também vêm sendo negadas por muita gente”, acrescenta.

 


Todo o evento ocorre no Teatro Santa Izabel. A programação de debates e conferências está com inscrições esgotadas (1,5 mil inscritos no evento, diga-se).

 


Entre os destaques da programação está a mesa redonda “A natureza entre a ciência e o negacionismo climático”. Nesta quinta (19/9), às 15h, o debate vai reunir os professores Jean Carlos Hochsprung Miguel, do departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp; Ricardo Solar, do departamento de Genética, Ecologia e Evolução da UFMG, e Pedro Telles, do departamento de História da UFRGS.

 


Mesas de debate

Outra mesa destacada pelo coordenador é “História e verdade em disputa”. No sábado (21/9), às 10h, o tema será discutido pela antropóloga Letícia Cesarino, da UFSC e assessora especial do Ministério dos Direitos Humanos, e pela historiadora Caroline Silveira Bauer, da UFRGS. A mediação será da historiadora Keila Carvalho, da UFVJM.

 


Haverá ainda uma conferência de Marina de Mello e Souza, professora da USP, onde dirige o Centro de Estudos Africanos, em torno da figura de Alberto Costa e Silva (1931-2023). Diplomata, escritor e historiador, membro da Academia Brasileira de Letras (que chegou a presidir) e vencedor do Prêmio Camões, foi, de acordo com Antunes, um pioneiro no estudo no Brasil sobre a história da África.

 

 

“Foi ele nos anos 1940 o primeiro a dizer que não havia como entender o brasileiro se não se entendesse a escravidão, responsável pela migração de milhões de pessoas para o Brasil.” A conferência, que será apresentada pelo jornalista Otto Sarkis, também coordenador do fHist, será na quinta, às 19h30.

 


Ainda que a parte do evento dedicada ao debate esteja com inscrições encerradas, o fHist terá, ao longo de quatro dias, extensa programação aberta ao público. Haverá encontro com autores, sessões de cinema, feira de livros e performances artísticas. Na noite de sábado, no encerramento do festival, no Largo do Bonfim, coração do Centro Histórico, haverá concerto da Orquestra Sinfônica Jovem de Diamantina. 

 

7º. FESTIVAL DE HISTÓRIA – FHIST
Desta quarta (18/9) a sábado (21/9), no Teatro Santa Izabel, Praça Dom Joaquim, 166, Diamantina. Inscrições esgotadas para mesas e conferências. Demais atividades, abertas ao público, têm entrada franca. Programação no site do festival

 

ATIVIDADES PARALELAS

Confira a programação do fHIST aberta ao público

Sexta (20/9)
13h às 17h – Performance “Pé de memória”, com Flávio Rabelo e Josefine Joplin (no sábado, a dupla repete
a apresentação, no mesmo horário)

18h – Sessão comentada dos filmes “A cidade que me toca”, de Guilherme Reis, “Carta de Linhares: A tortura revelada”, de Marcelo Passos, e “Pelo direito de ser”,
de Raquel Galiciolli

Sábado (21/9)
14h – Apresentação musical do grupo Ribeirão de Areia

19h – Performance “Corporio”

20h – Concerto da Orquestra Sinfônica Jovem de Diamantina (Largo do Bonfim)

*As apresentações, à exceção do concerto de encerramento, serão no Teatro Santa Izabel. Em todos os dias do evento o espaço vai contar com feira de livros, de artesanato e biblioteca aberta.