David Cartwright, o espião aposentado vivido por Jonathan Pryce, ganha o centro da história no novo ano da série britânica -  (crédito: APPLE/DIVULGAÇÃO)

David Cartwright, o espião aposentado vivido por Jonathan Pryce, ganha o centro da história no novo ano da série britânica

crédito: APPLE/DIVULGAÇÃO

 

A britânica “Slow horses”, a série mais bem resolvida do catálogo do Apple TV+, tem alguns luxos para além do protagonismo de Gary Oldman. Mick Jagger é o intérprete da música-tema, “Strange game”, e há coadjuvantes de peso: Kristin Scott Thomas maravilhosa como a cínica chefona do MI5 e Jonathan Pryce como um antigo (e célebre) manda-chuva, há muito aposentado.

 


Até então pouco aproveitado, o personagem de Pryce, David Cartwright – avô do herói (torto) da história, River Cartwright (Jack Lowden) –, se torna o pivô da trama em seu quarto ano. Adaptada do livro “Spook Street”, título da série de espionagem “The Slough House”, do escritor Mick Herron, a nova temporada está com três dos seus seis episódios disponíveis.


Retrocedendo um pouco, “Slow horses” acompanha um grupo de agentes do MI5 que caiu em desgraça e foi parar numa espécie de departamento de despejo do serviço de inteligência interna do Reino Unido. Todos trabalham na chamada Slough House, ou Casa do Pântano. No comando do time está Jackson Lamb, o espião vivido por Gary Oldman.

 


EXPLOSÃO

A nova trama tem início no Natal. Uma bomba explode em um shopping de Londres, matando dezenas de pessoas. Ao mesmo tempo, River está em crise. Seu amado avô, que o criou, está avançando na demência. David, que mora no interior da Inglaterra, por vezes não se lembra do neto.


Numa noite, David está sozinho em casa, quando um jovem bate à porta, dizendo ser River. O velho espião, estrela durante a Guerra Fria, o deixa entrar. Ele vai direto para o banheiro. A situação se complica em seguida. O ato cometido por David coloca River na jogada. Para protegê-lo, e descobrir quem está por trás disto, o neto leva o avô para Londres. E um David para lá de confuso vai se reencontrar com a equipe de “pangarés” (como os agentes são chamados).

 


O que aconteceu na casa do velho Cartwright parece ter relação com o atentado no shopping. O MI5 está tentando não só desvendá-lo como tentando prevenir um próximo. E os pangarés entram no meio da jogada, pois River iniciou sua investigação sozinho, viajando até a França.


Dizer mais é entregar o jogo, ainda mais numa trama de espiões. O que dá para contar é que, além da dinâmica entre os antigos personagens, todos disfuncionais, há alguns novos em cena.

 


O principal é Claude Whelan (James Callis), o recém-empossado diretor do MI5. A dinâmica entre ele e Diana Taverner (Kristin Scott Thomas) é complexa, pois ela não conseguiu o posto de direção. É vice-diretora, ou seja, tem que se submeter a ele. Faz, no entanto, questão de mostrar que ela é quem manda – e as inseguranças de Whelan serão colocadas à prova.

 

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Como todo biscoito fino, “Slow horses” não cria “barrigas”, não enrola o espectador. São seis episódios só, como nas três temporadas anteriores. A boa notícia é que o quinto ano da série foi confirmado. E há coisas que não mudam: a constante flatulência de Jackson Lamb (Oldman) ainda tem seu lugar na trama.


“SLOW HORSES”
• Série do Apple TV+. Três dos seis episódios da quarta temporada estão disponíveis. Novos episódios às quartas.