Atores da nova montagem preferiram não ter contato com a anterior, que teve Ana Lúcia Torre e Eduardo Moscovis como protagonistas -  (crédito: Leo Aversa/Divulgação)

Atores da nova montagem preferiram não ter contato com a anterior, que teve Ana Lúcia Torre e Eduardo Moscovis como protagonistas

crédito: Leo Aversa/Divulgação

A peça “Norma”, com texto de Dora Castellar e Tônio Carvalho, estreou no teatro no Brasil em 2002, percorrendo o país por mais de quatro anos, com Ana Lúcia Torre e Eduardo Moscovis nos papéis principais. Em 2024, o espetáculo retorna aos palcos, com uma nova montagem dirigida por Guilherme Piva e protagonizada por Nívea Maria e Rainer Cadete.

 


Tanto Guilherme quanto Nívea afirmam que não tiveram contato com a versão original da peça e que, ao se envolverem no projeto, optaram por manter distância da produção anterior para imprimir uma visão própria do texto.

 


“Como um processo próprio, decidi não assistir e nem ler nada sobre a interpretação anterior. Cada ator tem uma percepção única sobre a personagem que recebe e, se eu assistisse, respeitaria as decisões da outra atriz, mas não faria sentido para a minha atuação”, afirma Nívea.

 


O espetáculo, que chega a Belo Horizonte neste fim de semana, narra a história de Norma, uma senhora rígida e séria, e Renato, um jovem que se permite correr riscos, errar e mudar. Após um encontro no novo apartamento de Norma, e antiga residência de Renato, ambos desenvolvem uma relação conturbada que os leva a conhecer novos lados de si mesmos e evoluir juntos.

 

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“Eu gostei da Norma desde o início”, comenta a atriz. “Acredito que neste momento da minha carreira é importante interpretar personagens que surpreendam o público. E o texto continua muito atual e pertinente, reconhecendo a solidão e dores de pessoas como ela. Como uma mulher madura, esse encontro com o jovem permite que ela se entenda e se esclareça, e eu fico muito feliz de perceber quantas mulheres conseguem se identificar com a personagem.”

 


Nesta nova montagem, o diretor adotou uma abordagem minimalista para a construção do cenário e da iluminação. “A minha ideia foi refletir dois momentos com os elementos apresentados. Primeiro, temos uma iluminação pontual, mais fria, e também um cenário com tudo em preto, branco ou cinza, que são cores que trabalham a dor. E, aos poucos, com a evolução dos personagens, a luz vai ficando mais quente e a cor vai aparecendo, nas flores que entram no palco ou no disco do cenário, já que a música é um elemento que une os personagens”, explica Piva.

 


Como um experiente ator, Guilherme criou essa abordagem com o objetivo de enfatizar as performances de Nívea e Rainer para o público. Ele conta: “Eu comecei a dirigir há 10 anos e me apaixonei. Gosto muito de trabalhar a estética dos espetáculos, mas o meu foco principal é sempre nos atores, que é como eu gostaria de ser dirigido. Me instiga muito a relação da interpretação com psicologia, que faz com que cada ator tenha emoções diferentes e as acesse por diversos caminhos, e é isso que me permite destacar esse lado”.


Durante o processo de ensaios, Piva construiu uma relação sólida com os atores. O diretor afirma que a experiência e os conhecimentos de Nívea e Rainer não só elevaram o nível do espetáculo, mas permitiram que sua cumplicidade, refletida em cena, emocionasse ainda mais o público.

 


Outros espetáculos

>>> “ARREPSIA”

O espetáculo da companhia de teatro IncompetênCia será encenado desta sexta (27/9) a domingo (29/9), às 18h e às 19h, na Funarte (Rua Januária, 68 - Centro). Com quatro personagens que trabalham como garçonetes para se sustentar, a peça debate sobre ancestralidades e corpos plurais, em uma abordagem irônica. Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), à venda no Sympla.


>>> SAULO LARANJEIRA

O artista mineiro apresenta em seu famoso personagem, Deputado João Plenário, como parte do espetáculo "A arte do humor de Saulo Laranjeira”, que satiriza figuras cotidianas brasileiras. As sessões serão nesta sexta (27/9) e no sábado (28/9), às 21h, no Teatro da Cidade (Rua da Bahia, 1341). Ingressos: R$ 60 (inteira), R$ 30 (meia) e R$ 45 (ingresso solidário), à venda no Sympla.


>>> “KYSHA E MINE”

O musical “Kysha e Mine: Lance de escola” aborda histórias de amizade e autodescoberta com a dupla de youtubers nos papéis principais. Estreando em Belo Horizonte, o espetáculo será apresentado neste sábado (28/9), às 17h30, no Teatro Monte Calvário (Av. do Contorno, 9384 – Barro Preto). Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia), à venda no Sympla.


*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes