Não é exagero dizer que teve de tudo um pouco entre o público do show “Caetano e Bethânia”, neste sábado (7/9), no Mineirão. Jovens e idosos. Estavam todos juntos na expectativa de ver os dois irmãos se apresentarem pela primeira vez em turnê desde 1978.

 

 

“Jamais imaginei que os veria dividindo palco”, afirmou a bancária aposentada Eurídice Costa, de 74 anos. Ela foi ao show acompanhada do filho e da nora, Lucila Imbroinise, de 43 anos.

 




“São duas gerações que acompanham Caetano e Bethânia. A música deles está presente na nossa vida há muito tempo. Por isso, é um prazer imenso estarmos assistindo a esse show em família”, disse Imbroinise.

 

Maria Bethânia sorri durante o show da turnê "Caetano e Bethânia" no Mineirão

Tulio Santos/EM/D.A.PRESS


A estrutura bem-cuidada – havia uma réplica da casa onde Caetano e Bethânia viveram grande parte da juventude, em Santo Amaro, na Rua do Amparo, 179 –, possibilitou aos fãs sentirem o clima do show logo que entraram no estádio.

 


“A expectativa é muito grande, principalmente porque Bethânia é a cantora da minha vida”, contou o analista de sistemas Matheus Ventura, de 29 anos. Inspirado na Tropicália, ele foi vestido com um conjunto inteiro azul estampado com figuras de animais e astros celestes.

 

Caetano Veloso no show da turnê "Caetano e Bethânia" no Mineirão

Tulio Santos/EM/D.A.PRESS


“Meus amigos sempre foram mais velhos que eu. Quando eu era criança, minha amiga mais velha tinha 80 anos. Então, fui iniciado nesse contexto musical desde muito cedo”, explicou ele.

 

Sogra e nora, Eurídice Costa, de 74 anos, e Lucila Imbroinise, de 43, curtem o show juntas

Lucas Lanna Resende/EM/DA/PRESS


Na plateia, tinha até recém-convertido ao tropicalismo. Caso do psicólogo Guilherme Cruz, de 23 anos. Filho de nordestina (a mãe é de Maceió), ele só conheceu Caetano e Bethânia durante a pandemia, “quando todo mundo se recolheu e eu fiquei na solidão do meu quarto”, conforme disse.

 

O analista de sistemas Matheus Ventura, de 29 anos, se inspirou na estética da Tropicália para o look do show

Lucas Lanna Resende/EM/DA/PRESS


“Até então, meu interesse maior era por músicas internacionais. Só na pandemia que eu fui abrir meu horizonte e me dedicar a escutar MPB”, afirmou. Foi amor à primeira audição. Encontrou em Bethânia “a intérprete da minha vida”.

 


“E olha só”, disse Guilherme ao repórter, mostrando a tatuagem no braço. “É o carcará (pássaro), que é a primeira música que ela gravou”, afirmou, em referência à canção homônima.

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