“Tropeço”, espetáculo da Tato Criação Cênica, comemora seus 20 anos com sessão gratuita neste domingo (15/9), no Galpão Cine Horto, em BH. Criado em Ouro Preto, o grupo tem sede em Curitiba desde 2006.

 


Katiane Negrão, fundadora da companhia ao lado de Dico Ferreira, explica que “Tropeço” surgiu de experimentações utilizando tecido e as formas da mão. “Queríamos fazer algo corporal, sem palavras, misturando as linguagens da dança e do teatro de animação. Ao cobrir nossas mãos com pedaços de pano, percebemos que elas pareciam duas idosas”, conta.

 

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A partir dessa descoberta, o grupo começou a desenvolver personagens e criar a dramaturgia do espetáculo em que a velhice é abordada de forma não convencional, longe do estereótipo da “vovozinha boazinha”. Inspirados por Ouro Preto, cidade onde “Tropeço” nasceu, Katiane e Dico se basearam em pessoas com quem conviveram.

 



 


“Eu me inspirei muito em uma vizinha, dona Isabel, que tinha um jardim florido e uma horta. Minha personagem começa com flores. O Dico se inspirou em outra senhora, mais rabugenta”, revela Katiane.
As mãos ganham vida própria, criando o universo em que as duas personagens interagem à luz de velas. Sem palavras, a peça usa sons, movimentos e onomatopeias em sua narrativa.

 

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Katiane Negrão revela que o projeto mudou muito em duas décadas. Inicialmente, eram 15 minutos de duração das apresentações em bares, onde a companhia passava o chapéu para financiar a turnê. O espetáculo tem agora 45 minutos, mas com a mesma essência e espaço maior para improvisações e brincadeiras, diz ela.

 


“Brincamos muito em cena, apesar de seguirmos o roteiro. O jogo e o improviso estão presentes sempre, isso mantém a peça viva depois de tanto tempo”, observa a atriz.

 


“Tropeço” já percorreu cerca de 10 países, levando sua mensagem a públicos da Europa, Ásia e América Latina.

 

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Um dia especial, recorda Katiane, ocorreu num hospital indígena em Roraima. “Eles tinham reações diferentes daquelas do público globalizado, como na China ou na Europa. Nos momentos em que todo mundo ria, eles não riam. De repente, riam em momentos que a gente não esperava.” A mensagem central é o amor.

 


“Falamos sobre a valorização do amor, independente de idade ou gênero. A peça também trata de morte, solidão e outros sentimentos. Mas o amor, que pode acontecer em qualquer fase da vida e com qualquer pessoa, é o nosso foco principal”, conclui. 

 

“TROPEÇO 20 ANOS: DE VOLTA ÀS ORIGENS”


Com Tato Criação Cênica. Neste domingo (15/9), às 19h, no Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3.613, Horto). Entrada franca, com retirada de ingressos na plataforma Sympla.

 

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