Nando Reis cumpre intensa agenda em BH, a partir desta quinta-feira (26/9), quando faz show no bar do Hotel Fasano (ingressos esgotados). Na sexta, ele autografa o livro “Pré-sal”, na Livraria Jenipapo, na Savassi. No sábado, apresenta-se no festival 2000 Rock Fest, à tarde, na Esplanada do Mineirão, e faz show com sua banda à noite, no Palácio das Artes.

 


“Faz parte do meu trabalho como artista independente que tem seu próprio escritório racionalizar a minha agenda, minimizando o desgaste e os custos de deslocamento”, diz. No Palácio das Artes, ele fará o show de "Uma estrela misteriosa revelará o segredo", álbum quádruplo com 30 músicas que marcam seu reencontro com aquilo que julga ser sua maior especialidade – “Ser um compositor”. É autor de mais de 600 músicas.

 


Desde “Jardim-Pomar” (2016), Nando Reis havia lançado apenas dois singles e um bocado de regravações. “Quero deixar muito claro que sou produtivo, fiz 60 anos [agora são 61] e estou melhor do que nunca. Isso está diretamente associado à publicação desse trabalho”, diz.

 




Inicialmente disponibilizados em box especial em vinil, os álbuns foram lançados em etapas, nas plataformas de áudio. A divulgação no formato digital ocorreu com liberações semanais, a partir de julho. A unificação do projeto se deu no último dia 20, data da estreia da turnê, com show em Macapá.

 


“Tenho quase que uma persistência em lançar esse material em formato físico. Por uma reviravolta dessa loucura dinâmica que é a velocidade da transformação do mercado das tecnologias, o LP voltou a ser um objeto consumido e inclusive possível”, comenta.

 


Na era do streaming, optar pelo lançamento analógico antes do digital pode soar estranho, mas, para Nando, isso é coerente com seu trabalho. “Meu sucesso vem justamente do controle de fazer o que quero da forma que quero. Nunca deixei que minha arte ou minha criação fossem subjugadas ao sucesso comercial. Isso é uma burrice. É a morte da criatividade e da originalidade.”

 


Desejo de renovação

Ele conta que dividir o estúdio com os Barrett Martin, produtor e baterista do Screaming Tree, e Peter Buck, guitarrista e fundador do R.E.M, impulsionou sua criatividade. “Entrar no estúdio e tocar músicas novas foi muito estimulante. Isso desperta aquele desejo de renovação e de criação. Ter os dois aqui não foi uma coisa ordinária e nem é exatamente barato. Então eu quis aproveitar e gravar a maior quantidade de músicas possíveis”, diz.

 


Além de Barrett e Buck, "Uma estrela misteriosa revelará o segredo" tem participações de Mike McCready (guitarra) e Matt Cameron (bateria), do Pearl Jam; Duff McKagan (baixo), do Guns N’ Roses; e Krist Novoselic (baixo), ex-integrante do Nirvana. O encontro com esses músicos se deu durante a passagem da turnê de reencontro dos Titãs pelos Estados Unidos.

 


Barrett Martin e Peter Buck acompanharão Nando Reis na maioria dos shows desta turnê, que tem mais de 20 datas confirmadas até o final do ano. A presença de Sebastião Reis, filho de Nando, também é novidade nas apresentações. Em BH, no entanto, Barret não estará presente, pois fará show com a norte-americana Patti Smith.

 


As músicas de "Uma estrela misteriosa revelará o segredo" foram escritas entre 1988 e 2024. “Dentro da infinidade de estímulos que a vida oferece a cada um de nós, tenho ali os temas que são mais motivadores e inspiradores. Sou conhecido como um compositor romântico, algumas pessoas me veem dessa maneira, não é nenhum absurdo. Acho que o amor é o grande tema ou talvez o grande fio condutor, mas isso não significa que eu seja monotemático ou redundante… Talvez minha grande inspiração então não seja o amor, mas, sim, a vida”, afirma.

 

Porta-voz da acessibilidade


Com um irmão deficiente auditivo e outro com paralisia cerebral, o artista abraça a causa da acessibilidade. “Quero me tornar um porta-voz e de fato agir em prol desta causa nos meus shows. Não adianta ter um discurso bonito, a pessoa tem que entrar e ver o show em boas condições”,diz.

 


Ele acrescenta: “A luta que se dá no Brasil que as pessoas chamam de polarização é, na verdade, uma corrente excludente e cerceadora dos direitos das minorias. Isso é nítido. Não há discurso que camufle ou atenue essa diferença. Temos que derrotar os negacionistas, os preconceituosos, os racistas, os moralistas, os hipócritas. Isso é uma uma questão urgente e fundamental”.

 


“Pré-sal”, o livro que ele lança na sexta, é uma reprodução de uma caderneta ilustrada pelo artista com base na letra da canção homônima, do disco “Sei” (2015). “A música pra mim é um objeto multisensorial. O livro é um adjacente do que é o meu trabalho. A minha linguagem é muito imagética. O livro é um componente do substrato da minha criação”, afirma.

 


NANDO REIS EM BH
Sessão de autógrafos do livro “Pré-sal”, na sexta-feira (27/9), das 17h30 às 18h30, na livraria Jenipapo (Rua Fernandes Tourinho, 241 - Savassi). Entrada gratuita, por ordem de chegada. Show no sábado, às 13h, no 2000 Rock Fest, no Mineirão (Avenida Antônio Abrahão Caram, 1001 - Pampulha). Ingressos à venda no Ingresse. Pista: R$ 330, Camarote: R$ 600, Backstage: R$ 960 (inteira). Às 21h, show "Uma estrela misteriosa revelará o segredo", no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537 - Centro). Ingressos à venda no Eventim. Plateia 2: R$ 380; Plateia Superior: R$ 220 (inteira).

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