Projeto nasceu no Alto Jequitinhonha e traz fotos de crianças que participam da iniciativa -  (crédito: Marcos Cantanhede/divulgação)

Projeto nasceu no Alto Jequitinhonha e traz fotos de crianças que participam da iniciativa

crédito: Marcos Cantanhede/divulgação

 

Em cartaz na Galeria Mari’Stella Tristão do Palácio das Artes até 20 de outubro, a exposição “Telegarrafas” é um projeto audiovisual que nasceu no coração do Alto Jequitinhonha, em São Gonçalo do Rio das Pedras, com o objetivo de refletir sobre a preservação das águas.

 


Idealizada pelo cineasta e educador audiovisual Igor Amin, a iniciativa teve início em oficinas de cinema conduzidas nas escolas públicas da região mineira. A conexão das crianças com o Rio das Pedras, que margeia a escola local, se tornou a narrativa central do projeto e inspirou a ideia de criar mensagens colocadas dentro de garrafas que os estudantes pudessem trocar entre si.

 

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A partir dessa ideia, o projeto cresceu e se transformou em um intercâmbio global de olhares infantis sobre as águas que permeiam suas vidas e territórios. Inicialmente conectando crianças do Vale do Jequitinhonha, o projeto se expandiu e passou a incluir crianças indígenas da Serra do Mar, ribeirinhas de outras regiões do Brasil, portuguesas e moçambicanas.

 

 

“Á água era um tema muito importante para elas. Como Rio das Pedras passa próximo à escola, começamos a conversar sobre essa ideia de uma escola margeada por um rio. Daí veio a ideia de colocar mensagens nas garrafas que passaram a ser trocadas entre crianças de outros lugares”, explica. Assim, estudantes que vivem em realidades distintas, começaram a compartilhar histórias sobre suas identidades culturais e sua relação com as águas ao redor de suas comunidades.

 


Ele explica que “Telegarrafas” surge da combinação entre cinema, educação e ativismo. “É um intercâmbio de olhares dessas crianças. Olhares sensoriais que mostram a identidade desses estudantes e as relações deles com as águas. Nosso objetivo principal é trazer nas telas uma mensagem da garantia do direito dessas crianças de poderem coexistir com as águas do território em que elas vivem”, afirma Amin.


Salas interativas

 

Dividida em quatro salas interativas, a exposição começa com uma homenagem à bonequeira Dona Izabel, importante artesã mineira, que morreu em 2014. Ela completaria 100 anos em 2024. Na instalação, estão 100 garrafas de barro produzidas pela família de Izabel e depoimentos de moradores do Vale do Jequitinhonha. A segunda sala é dedicada à reciclagem, com coletoras de garrafas que incentivam o público a depositar materiais recicláveis. Os itens serão reaproveitados em oficinas e cenografias futuras do projeto.


Na terceira sala, barcos aludem à infância e à relação com as águas. Por fim, o quarto espaço possui uma embarcação em tamanho real, com cerca de 5 metros, que exibe histórias das crianças do projeto.


A expectativa de Amin é que a mostra sensibilize os visitantes. “O que mais importa nesse momento de aquecimento global e tantas queimadas é a gente olhar para a água e entender que ela é um ser, um elemento fundamental para nossa existência.”


Depois do Palácio das Artes, a mostra será exibida no Palácio da Liberdade, entre 23 e 31 de outubro, e na Casa de Cultura Josephina Bento, em Betim, de 1º a 29 de novembro.


EXPOSIÇÃO “TELEGARRAFAS”
Até 20 de outubro, na Galeria Mari’Stella Tristão do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537 – Centro). Visitação de terça-feira a sábado, das 9h30 às 21h, e aos domingos, das 17h às 21h. Entrada gratuita.