O apresentador Cid Moreira morreu nesta quinta-feira (3/10), em Petropólis, no Rio de Janeiro, onde estava internado no Hospital Santa Teresa, tratando de uma peritonite, uma inflamação na membrana que envolve o sistema digestivo que o levou a uma falência múltipla dos órgãos. Após o anúncio, feito pela TV Globo durante o programa “Encontro com Patrícia Poeta”, diversos famosos vieram a público lamentar a perda.
Ana Maria Braga, que conduz diversas homenagens no “Mais você”, fez um post nas redes sociais. “Cid Moreira, sua voz e talento marcaram gerações e transformaram o jornalismo brasileiro. Agradecemos por sua dedicação e por nos ensinar a importância da verdade. Sua contribuição será eternamente lembrada. Descanse em paz”, escreveu na legenda, junto com um foto do jornalista.
William Bonner, sucessor de Cid na bancada do “Jornal nacional”, apresentado por Moreira entre 1969 e 1996, compartilhou a notícia em seu story. Durante o “Encontro”, ele deu um depoimento emocionante. "Para qualquer pessoa que tenha mais de 40 anos de idade, o Jornal Nacional teve aquele rosto ali. Para quem tem menos de 40 anos de idade, talvez o rosto do Jornal Nacional não seja o do Cid Moreira. Mas ele é o rosto e a voz do Fantástico. [...]", iniciou sua homenagem.
O apresentador contou sobre o bom humor do principal nome do telejornalismo brasileiro. "O Cid era um grande brincalhão, adorava que brincassem com ele. Quando ele pôde brincar com ele mesmo, a carreira entrou para um outro patamar", contou, citando a participação de Cid no Fantástico.
Bonner também contou como se sentiu dividindo a bancada com o mestre. "O segundo momento mais marcante da minha vida. Foi quando eu olhei para a minha direita e vi o Cid sentado à mesma bancada em que eu me encontrava para apresentar o JN. É uma experiência profissional que quem passou por ela tem uma certa dificuldade de descrever. Uma figura gigantesca."
Patrícia Poeta resgatou vários momentos em que esteve com Cid Moreira. “Você faz parte das nossas vidas e muita gente deu boa noite para você, assim como eu quando era criança. Difícil é lembrar e não se emocionar”, apontou.
“Marca indelével”
Em participação na GloboNews, a jornalista Miriam Leitão apareceu visivelmente emocionada. “Cid Moreira é uma marca da história do jornalismo brasileiro, ele é uma marca indelével, ele foi parte da construção do maior produto do jornalismo brasileiro que é o ‘Jornal nacional’ e, durante décadas, ele foi a voz que transmitia informação”, afirmou.
Ela também lembrou como sua voz marcante faz parte do imaginário brasileiro. “ O importante era essa maneira como ele transformava a voz dele no veículo da informação. Então, a informação chegava sem interferências. Ele tinha essa capacidade de dar a tonalidade certa para cada notícia, para cada palavra, sua voz era muito característica. (...) Isso é do talento que ele sempre teve de passar essa essa convicção do que tá falando e depois quando ele se reinventa e se reinventam muito bem A leitura da Bíblia que ele fez é um sucesso”, declarou.
Sérgio Chapelin, que apresentou o Jornal Nacional junto com Cid por mais de duas décadas, participou do Encontro para falar da relação com o amigo. “Minha parceria com o Cid foi longa, foram quase 20 anos no Jornal Nacional. Eu tenho para dizer a respeito dele é que foi o melhor profissional com quem eu trabalhei, eu tive que me esforçar muito para acompanhar o nível dele, e ele é de uma voz privilegiada, uma técnica primorosa e um talento invejável. Então, a gente sente, mas foram 97 anos vividos e 97 anos pesam bastante, então vamos lembrar as coisas boas que ele fez que foram muitas, né?”, disse.
Chapelin terminou o depoimento lembrando que Cid realmente amava estar na TV. “Ele realmente trabalhou muito, era de fato um homem dedicado ao trabalho”, completou.
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A jornalista Sandra Annenberg prestou solidariedade à família de Cid e lembrou um momento histórico em que o colega a acompanhou. “Eu tenho a honra no meu currículo de ter estreado ao lado dele, eu fui a primeira mulher a aparecer toda noite no Jornal Nacional, ao lado do Cid e do Sérgio, na previsão do tempo. Ele sempre foi muito carinhoso, muito cuidadoso, um mestre”, declarou.
César Tralli relembrou não só o profissionalismo de Cid, mas seu lado humano, fora das câmeras. “O vozeirão dele é uma marca histórica e que de fato traz para a gente, jornalistas, essa lembrança maravilhosa de um profissional que foi extremamente competente e dedicado e muito, muito rigoroso com o trabalho dele. Mas eu quero falar um pouco do Cid Moreira ser humano, porque o profissional o Brasil conheceu bem. O ser humano que para mim foi fantástico em vários aspectos porque eu conseguia observar, à medida que o Cid foi envelhecendo, que ele foi amadurecendo e se tornando cada vez uma pessoa melhor”, opinou.