Se não fosse o “moço da cantina”, talvez não existisse a Amandona. É a própria, alcunha de Amanda Diniz, valadarense de 30 anos, quem conta essa história. Na noite desta sexta (4/10), a cantora e compositora realiza um sonho. Vai abrir, no Palácio das Artes, o show “Ana canta Cássia”, de Ana Carolina.
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Também hoje, ela lança “Intensa”, o primeiro de três singles produzidos por Luiza Brina que virão a público, mensalmente, até dezembro. É o início de uma nova história, que quem frequenta o carnaval e a noite de BH conhece bem: Amandona está em todas, seja nos blocos de rua, seja em festas e casas de show. Somente este ano, até setembro, foram mais de 70 apresentações.
“Amandona porque nunca concordei com Amandinha”, diz ela, de fala rápida e ótimas tiradas. Adolescente em Governador Valadares, logo compreendeu seu próprio caminho. “Entrei na aula de violão, onde aprendi alguns acordes, na escola. Sou uma pessoa gorda, então entendi que a música seria uma ferramenta social potente.”
Rodas de violão
As rodinhas de violão no colégio foram percebidas pelo tal “moço da cantina”, que era também dono de um bar na cidade. Com 15 anos, Amandona começou a tocar na noite. Aos 17, mudou-se para Belo Horizonte para estudar Direito. Formou-se, trabalhou com direito trabalhista, até que veio a pandemia.
Antes da crise sanitária, vale dizer, já tinha mostrado seu gogó pela cidade. Uma roda de violão na casa de um amigo a levou para se tornar vocalista do Alô Abacaxi (hoje Abalô-caxi), bloco criado em 2016. “O mundo vai acabar e eu vou ser advogada? Nem morta”, foi o que pensou, naquele enlouquecido ano de 2020.
Foi justamente quando não havia palco para ninguém, já que tudo estava fechado, que Amandona abandonou a profissão e abraçou a música. Começou pela única ferramenta possível na época, as redes sociais. “Criei um desafio no Instagram: escrevi 26 músicas em 26 dias. Cada uma só com palavras que começavam com uma letra do alfabeto (a primeira com a letra A, a segunda com o B e por aí vai). Foi aí que entendi que conseguia compor.”
A pandemia acabou e a história de Amandona começou efetivamente no mundo real. “Fiz um milhão de coisas para pagar as contas, mas foi a partir de 2023 que comecei a ter um trabalho mais sistematizado, de pensar em carreira, lançar disco.” Tem sua própria banda – no show desta noite, será acompanhada por Luca Trezza no violão e guitarra e Kiko da Sanfona.
Referências
Cássia Eller é a maior referência, seguida por Rita Lee e até mesmo Marília Mendonça. Criou dois shows, “Amandona canta Rita e Cássia” e “Amandona canta Marília Mendonça”. Mas continuou compondo.
“A estratégia é pegar sucessos de cantoras que gosto e levar as autorais também. ‘Intensa’ (que nasceu a partir de um antigo tweet de Rita Lee) sempre esteve no show de Rita e Cássia. Já a Marília é uma referência enquanto mulher e compositora. Sofrência não é a minha praia, mas fiz uma música para tocar junto com aquele repertório e para que o público conheça minha composição.”
Agora, é seguir em frente, fazendo shows para quem vier. “Meu público é majoritariamente feminino e LGBTQIAPN+. Mas eu quero cantar pra todo mundo, pra gente que acha que a minha música faz sentido”, comenta Amandona, que espera ter a chance “de dar um abraço” na Ana Carolina nesta noite. “Sou muito fã.”
“ANA CANTA CÁSSIA”
Show de Ana Carolina, com abertura de Amandona. Nesta sexta (4/10), às 21h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Ingressos: a partir de R$ 315 (plateia 2). À venda na bilheteria e no site Eventim.
Outros shows
>>> SOMBA
O quarteto comemora 25 anos de carreira com um show nesta sexta (4/10), às 20h, no Teatro Marília (Avenida Alfredo Balena, 586). A banda, que integra a Orquestra Mineira de Rock, vai fazer um passeio por sua trajetória, tocando canções de seus quatro álbuns. O show terá projeções do VJ Bah. Ingressos: R$ 60 e R$ 30 (meia). À venda na bilheteria e no site Sympla.
>>> A BELLA ITÁLIA
O grupo A Bela e os Tenores, formado pelos cantores líricos Armando Valsani, Giovanna Maira e Jorge Durian, se apresenta nesta sexta (4/10), às 21h, no teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244).
No repertório, árias famosas de Puccini como “Nessun dorma” e “O mio babbino caro”, e a popular canção napolitana “O sole mio”. Ingressos: Plateia 1 – R$ 220 e R$ 110 (meia); Plateia 2 –R$ 180 e R$ 90 (meia). À venda na bilheteria e no site Sympla.