Formada por músicos de BH, banda Black Machine leva à frente o legado de James Brown, Tim Maia e Aretha Franklin -  (crédito: Emanuel Kaauara/divulgação)

Formada por músicos de BH, banda Black Machine leva à frente o legado de James Brown, Tim Maia e Aretha Franklin

crédito: Emanuel Kaauara/divulgação

 

 

A black music que descende de James Brown, Aretha Franklin e The Meters, entre outros, toma conta da casa de shows A Autêntica neste sábado (12/10) com o baile Sou Funk Soul, que marca os 15 anos de trajetória da banda Black Machine.

 

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Formado por 10 instrumentistas de BH, o grupo será anfitrião da festa que contará com diversos convidados – o decano carioca Carlos Dafé, a revelação mineira Augusta Barna, rappers do selo Akin Records, do Morro do Papagaio, e vários DJs.

 

 

 


O guitarrista e produtor Rafael Carneiro, um dos fundadores da Black Machine, diz que vale tudo em prol da pista. “É nela que as coisas acontecem, da paquera à afirmação de uma cultura, passando pela catarse. Na pista, todos se tornam protagonistas.”


Pioneiros de BH

 

Carneiro chama a atenção para a presença de dançarinos que fizeram história no Baile da Saudade, em Venda Nova, e no Quarteirão do Soul, realizado no Centro de Belo Horizonte. O baile celebra, ainda, o aniversário de Lord Tuka, referência da comunidade soul na capital mineira.

 

 

 


Além do repertório autoral, o roteiro da banda inclui músicas de James Brown e de brasileiros que militaram ou flertaram com a soul music, como Tim Maia e Roberto Carlos. Sobre os convidados, explica que há forte relação da banda com Dafé e Augusta.

 


“Em 2018, fizemos show com Gerson King Combo (1943-2020), que era muito próximo da comunidade soul de Belo Horizonte. O produtor dele é o mesmo do Carlos Dafé. Já naquela época, a gente pensou em um dia fazer uma apresentação com ele. Calhou de ser agora”, diz Carneiro.

 

 

Músico Carlos Dafé está em frente a parede grafitada com personagens negros

Carlos Dafé ganhou o apelido de "Príncipe do Soul" brasileiro

Instagram/reprodução

 


Com relação a Augusta Barna, o integrante da Black Machine explica que tem estúdio e trabalhou com a jovem cantora e compositora.

 

 


A festa ganhou caráter nostálgico, com referências a bailes de outrora, mas Rafael Carneiro observa que a participação dos rappers e DJs – Sir Dema (RJ), Marcelo Castro (Juiz de Fora), Tee Cardaci (RJ), Tomás Amaral (BH), Conrad Brown (BH), Tatu (BH) e DJ Bill (BH), todos trabalhando com vinil – compõe um painel mais amplo da black music.

 


“Estamos falando de um estilo cujas origens remontam aos anos 1950 e veio desaguar na cultura hip-hop”, pontua.

 


Para ele, o baile Sou Funk Soul cumpre um papel revigorante para a banda mineira. “A caminhada é difícil, então é muito bom poder celebrar essas datas redondas. Black Machine não é banda, é confraria. Ela não é o trabalho principal de nenhum dos integrantes. Nossa atividade não é constante, fazemos cinco ou seis shows por ano, mesmo assim conseguimos deixar alguma marca, contribuímos para fortalecer a cena”, destaca.

 


Ele cita o projeto Black na Laje, pelo qual o grupo produziu e gravou com artistas da periferia. “Foram duas edições presenciais antes da pandemia, íamos tocar nas quebradas desses artistas. Depois, durante o isolamento, fizemos a Black na Live. Conseguimos fazer muitas coisas legais ao longo desses 15 anos, inclusive com pegada social”, diz.

 


Para Carneiro, a cena da black music de BH é das mais pulsantes do país. “São gerações que se sucedem”, conclui.

 

Documentário aborda a trajetória dos bailes soul brasileiros

 


BAILE SOU FUNK SOUL


A banda Black Machine recebe Carlos Dafé, Augusta Barna, rappers e DJs. Neste sábado (12/10), a partir das 21h, n'A Autêntica (Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia). Ingressos: R$ 40, à venda na plataforma Sympla e na bilheteria da casa.

 

 


OUTRAS ATRAÇÕES

 

>>> SEXO SEM TABU

A comédia stand-up “Topa uma segunda?”, com Rodrigo Sant'Anna, é atração desta sexta (11/10), às 21h, no Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Rodrigo propõe reflexões sobre o sexo na contemporaneidade, observando que após a ideia do amor romântico atravessar gerações, uma chave virou e o sexo livre vem ganhando protagonismo na sociedade. Ingressos variam de R$ 80 a R$ 120, à venda na plataforma Sympla e na bilheteria. Classificação indicativa: 16 anos.

 


>>> INSPIRADO EM POE

Nesta sexta (11/10), às 18h30, a Cia P'atuá apresenta o espetáculo “Na comédia de Edgar, Alan põe o bico”, no Centro Cultural UFMG (Av. Santos Dumont, 174, Centro). O texto de Glicério do Rosário é inspirado livremente no poema “O corvo” e no ensaio “A filosofia da composição”, de Edgar Allan Poe. A montagem tem direção de Geraldo Octaviano, com Cláudio Márcio e Glicério do Rosário em cena. Entrada franca.

 


>>> PIERROT LUNAR

A Cia. Pierrot Lunar dá continuidade às comemorações de seus 30 anos com a temporada de “Um pouco de ar, por favor”. Com direção de Chico Pelúcio e dramaturgia de Luís Alberto de Abreu, a peça vai circular por sedes de grupos de teatro de BH e região metropolitana. A largada ocorrerá neste sábado (12/10), às 20h, na Companhia Candongas (Avenida Cachoeirinha, 2.221, Santa Cruz). No próximo dia 26, a trupe segue para o Centro de Arte Suspensa e Armatrux (C.A.S.A). Outras sessões em 16 de novembro, na Zap 18, e 22 de novembro, no Galpão Cine Horto. Ingresso: R$ 10.