A palhaça Dagmar Bedê apresenta o espetáculo

A palhaça Dagmar Bedê apresenta o espetáculo "Batalha", com referências à luta mexicana e à arte drag, às 14h30

crédito: Luiza Palhares/Divulgação

 

Embora gerar e criar filhos ainda seja visto como uma obrigação eminentemente feminina, e haja críticas às mulheres que optam por não seguir esse caminho, muitas instituições do mercado de trabalho não se adaptam às consequências da maternidade na vida de uma mulher. E o setor artístico, ainda que mais flexível, não está livre desse problema.

 



A Mostra de Arte na Maternidade (MAM), que terá sua terceira edição neste domingo (20/10), das 12h30 às 20h30, no Mercado da Lagoinha, é uma das iniciativas do projeto. O evento promove o encontro entre mulheres de diferentes áreas artísticas, incentivando a troca de experiências e consolidando espaços para que a arte produzida por mães alcance o público.

 


Programação

 

A programação inclui oficinas de brincadeiras, feira de artesanato, espetáculos circenses e shows, com atrações como Aline Calixto, Arielle Lemos, Dagmar Bedê, Michelle Andreazzi e Raissa Guimarães.

 

 

“Nossa grande descoberta foi alinhar uma metodologia de trabalho própria do funcionamento de mulheres com crianças pequenas. Às vezes, o horário mais propício para uma mãe é após as 22h, quando a criança dormiu. Então, nosso projeto é discutir e promover ações baseadas em questões como essa, descobrindo que é possível trabalhar dentro de um paradigma não tradicional”, afirma a produtora cultural Bruna Toledo. 


Bruna também é atriz, artista circense e artesã. Ela conta que trabalhava com circo, mas, ao engravidar, precisou rever a possibilidade de atuar na profissão. “O circo é um setor artístico que exige muito fisicamente. Não se veem mulheres grávidas como palhaças ou em acrobacias aéreas. Além do fato de que o artista circense tem que viajar muito e isso é impossível com um bebê”, diz.


Acolhimento

 

Dagmar Bedê, uma das atrações da MAM, destaca como o coletivo transformou sua percepção sobre a inclusão em eventos. "As pequenas ações promovidas pelas idealizadoras me fazem repensar esse falso acolhimento, porque, na Mostra, as mães se sentem realmente acolhidas. Em muitos outros eventos, temos permissão para levar os filhos, mas não há estrutura adequada para eles, como cadeiras ou fraldas", comenta.

 

 

"Batalha" 


Em sua segunda participação na Mostra, a artista apresentará o espetáculo solo "Batalha", às 14h30. Dirigida por Rafael Bacelar, a peça utiliza um ringue de luta mexicana como cenário para discutir as batalhas enfrentadas pelas mulheres na sociedade, integrando na narrativa as pesquisas da artista sobre mulheres palhaças.

 


Para ela, o riso serve como uma ferramenta para promover reflexões, estratégia que utiliza em seu espetáculo.“Inicialmente, entrei no curso de circo para me soltar e acabei me envolvendo. Comecei a entender a palhaçaria como a minha salvação. Ela me permite poder falar o que que desejo e, através do riso, busco dizer coisas difíceis”, afirma.

 


A artista também inclui no espetáculo alguns elementos da arte drag e do feminismo inclusivo. Em retrospetco, ela afirma que seu desejo com a apresentação é homenagear os movimentos feminista e LGBTQIAP+, que a fortaleceram em sua trajetória como mãe e palhaça.

 


PROGRAMAÇÃO

13h30: Oficina Makambas Brincantes


14h30: Espetáculo circense “Batalha”, com Dagmar Bedê


15h30: Show de Arielle Lemos


16h30: Espetáculo “SelvageRIA”, com Raíssa Guimarães


17h30: Show de Michele Andreazzi


19h: Show “Viva Clara”, com Aline Calixto

 

MOSTRA DE ARTE NA MATERNIDADE
Neste domingo (20/10), das 12h30 às 20h30, no Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira/Mercado da Lagoinha (Rua Formiga, 140 - Lagoinha). Entrada gratuita.

 

 

*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes