Sete mulheres de formações, idades e áreas de atuação distintas vão se encontrar na noite desta quarta-feira (23/10), no Teatro Marília. Todas trabalham na área cultural de Belo Horizonte. “Mulheres na cultura – Conversa entre gerações” vai abrir o microfone para a atriz e cozinheira Zora Santos, a atriz Teuda Bara, a cozinheira Beth Coutinho, a artista visual Efe Godoy, as produtoras Nath Sol e Danusa Carvalho e a presidente da Central Única das Favelas, Marciele Delduque.
Iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura com o Instituto Vivas, o debate terá mediação de Alessandra Alkimin. A ideia é que este encontro abra as portas para outros, explica a secretária Eliane Parreiras.
“Foi uma coisa bem natural, adoro criar receitas”, diz ela. A filha Raquel Coutinho, cantora, compositora e percussionista, é quem cria o nome dos pratos, boa parte deles da cozinha mineira. Costelinha de Adão ao molho de Eva é uma costelinha de porco acompanhada de geleia de pimenta cuja base é de maçã.
Trajetória natural
O vídeo no Instagram com esta receita levou Beth para o “Masterchef”. “Me descobriram na fazenda por causa dele. Entraram em contato, pediram um prato, fiz a galinhada afromineira, em que misturo nossos temperos com os de origem africana e me convidaram”, conta ela, que participou da edição de 2022. Olhando para trás, Beth diz que sua trajetória na culinária aconteceu muito naturalmente. “Tanto que fico até impressionada”.
Uma de suas colegas de mesa é a artista trans Efe Godoy, de 35, que se denomina “fazedora de imagens”, pois trabalha com vários suportes (desenhos, aquarelas), como também música e performance. Nascida em Sete Lagoas, chegou a BH em 2011 para estudar na Escola Guignard. “Nunca tive dúvidas de que estaria na área da cultura, pois meus pais sempre me incentivaram muito dentro de casa.”
Representada pela Albuquerque Contemporânea, ela deu passos importantes neste ano. Participou no mês passado da ArtRio. Já no início do ano esteve em seu primeiro evento internacional, o Zona Maco, na Cidade do México, onde apresentou a instalação “Bicho, planta, feitiço”, com 90 desenhos.
Sobre o debate desta quarta, Efe diz está pronta para trocar com as colegas de mesa. “Sinto que vai ser rico, pois traz muitas pessoas que são referência, entre elas a Teuda que, para mim, é a maior delas. O que quero é entender o sonho de cada uma, o que almejavam antes de entrar para a cultura, e ver o que se pode fazer para que a gente consiga ter um espaço maior. Mesmo que Belo Horizonte seja uma cidade efervescente, dá para melhorar.”
MULHERES NA CULTURA – CONVERSA ENTRE GERAÇÕES
Nesta quarta (23/10), às 19h, no Teatro Marília, Avenida Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia. Entrada franca.