A décima edição do CURA começa nesta quinta-feira (24/10) e vai até 8 de novembro, com atividades de acesso gratuito, para todos os públicos
 -  (crédito: leandro couri/em/d.a.press)

A décima edição do CURA começa nesta quinta-feira (24/10) e vai até 8 de novembro, com atividades de acesso gratuito, para todos os públicos

crédito: leandro couri/em/d.a.press

 


Desde a sua primeira edição, o Cura (Circuito Urbano de Arte) tem colorido as empenas dos edifícios de Belo Horizonte. Painéis como “Deus é mãe”, do artista Robinho Santana, localizado na Avenida Afonso Pena, e “O retorno”, de Lídia Viber, pintado na fachada cega do edifício Cartacho, na Rua dos Caetés, são exemplos de intervenções artísticas realizadas durante o festival.

 

 


“O Cura surgiu para ser a cara de Belo Horizonte. A ideia sempre foi realizar um circuito artístico que se conectasse à capital mineira. Logo na primeira edição, em 2017, já imaginamos um mirante de arte urbana que aproveitasse a geografia de BH, um local privilegiado com vários mirantes e paisagens compostas por morros”, diz Juliana Flores, uma das curadoras e idealizadoras do circuito.

 

 


A partir desta quinta-feira (24/10), às 18h, a décima edição do Cura ocupa a Praça Raul Soares. Ao longo de oito dias, o projeto promove apresentações musicais, instalação infantil, mostra de cinema e demonstrações de slackline, a corda bamba nas alturas.

 


As empenas de três prédios ao redor da Raul Soares – o Edifício da Claro, Edifício D'Ávila e Edifício Leblon – também receberão novos painéis, criados pelas artistas Clara Valente, Bahati Simoens e Liça Pataxoop, respectivamente. Com 1.928m², a lateral do Edifício da Claro é a maior empena em área do Brasil a ser coberta por uma intervenção artística.

 

 


Com um olhar voltado para a vida em comunidade e a conexão com o território urbano, em 2024 o festival se propõe ainda a valorizar a atuação feminina na arte e realiza uma programação totalmente comandada por mulheres.

 


“Nunca abrimos mão do protagonismo feminino e da igualdade de gênero, uma vez que a arte urbana ainda é uma cena muito dominada pelos homens. Quando discutimos sobre a temática deste ano, refletimos sobre lideranças femininas e decidimos montar, pela primeira vez, uma programação artística integralmente composta por mulheres", diz Juliana Flores.

 

Trilha sonora

 

No âmbito musical, DJs mulheres comandarão a trilha sonora da Raul Soares durante todo o evento. A mostra Cine Botas, que ocorre nesta sexta-feira (25/10), também reforça o compromisso firmado pelas idealizadoras, ao reunir filmes dirigidos por mulheres e que tratam sobretudo do universo lésbico.

 

 


A programação conta ainda com atrações voltadas ao público infantil. Isabel Brant, arquiteta responsável pela instalação “Brincacidade”, transforma a praça em um espaço acessado por oito portais, que, vistos de cima, remetem à Rosa dos Ventos. Em cada entrada, o público é convidado a brincar e interagir com diferentes objetos que aguçam a imaginação.

 


Neste sábado (26/10) e domingo, o festival convida o público a olhar para cima e admirar a prática de slackline, esporte urbano similar à corda bamba, realizado no alto dos prédios.

 


A abertura do circuito conta ainda com a exibição do documentário “Pele”, de Marcos Pimentel, parcialmente gravado na capital mineira. Em diálogo com a proposta do Cura, o filme discute a relação dos habitantes dos grandes centros urbanos com manifestações artísticas expressas em fachadas e muros. A sessão será comentada pelo diretor e pelo artista Binho Barreto.

 


“O desejo de colocar um cinema na praça diz muito sobre a proposta do festival de incentivar a ocupação da Raul Soares. O entorno do território tem sido cada vez mais ocupado por bares, restaurantes e lojas, um reflexo do poder da arte em atrair pessoas e fomentar o comércio”, avalia Juliana Flores.

 


“Mas, acima de tudo, queremos convidar as pessoas a estarem na praça, um local de arte, encontro e debate. Assim, realizamos ações que visam à ocupação do lugar por públicos de todas as idades.”

 


“CURA – CIRCUITO URBANO DE ARTE”


Abertura nesta quinta-feira (24/10), das 18h às 22h, na Praça Raul Soares. Até 3 de novembro. Gratuito. Programação completa nas redes sociais do festival (@cura.art).


*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes