Raposa Lopes defende a importância de unir lazer e arte para valorizar a história da sociedade -  (crédito: Sérgio Lima/divulgação)

Raposa Lopes defende a importância de unir lazer e arte para valorizar a história da sociedade

crédito: Sérgio Lima/divulgação

 

 


Em Belo Horizonte, fez-se luz desde o dia da inauguração da cidade, em 12 de dezembro de 1897. A eletricidade chegou à recém-criada capital graças à construção da usina de Freitas, no Ribeirão Arrudas.

 

 


Uma das primeiras edificações de BH, o Palácio da Liberdade, residência oficial do governador e centro administrativo do estado, simbolizava, com seus lustres e elevador, o conceito de modernidade e progresso que inspirou a construção da capital.

 

 

 

Com a proposta de apresentar ao público a história da chegada da luz elétrica à cidade, o Palácio da Liberdade vai receber visita teatralizada gratuita neste domingo (27/10). O passeio guiado, que une teatro e música, será comandado por Madame Elle, personagem dos anos 1920 interpretada pela artista multimídia Raposa Lopes.

 


“Madame Elle é a personificação da eletricidade, criada exclusivamente para o evento. A partir dela, falamos sobre avanços tecnológicos e o que eles trouxeram para a população no contexto de Minas Gerais e de Belo Horizonte”, diz Raposa Lopes, integrante da equipe de apoio didático e pedagógico do Palácio da Liberdade. “É interessante pensar que BH já nasceu com eletricidade. Ela foi criada para ser uma cidade modelo”, comenta.

 

 


Antes mesmo da transferência da capital de Ouro Preto para BH, Minas Gerais já se destacava no uso comercial da energia elétrica. A Usina de Marmelos, erguida em Juiz de Fora em 1889, foi a primeira hidrelétrica da América do Sul. Ela surgiu para atender à demanda por eletricidade da empresa têxtil do industrial Bernardo Mascarenhas.

 


Raposa Lopes destaca que a iluminação pública contribuiu para o fomento de atividades noturnas nos centros urbanos, além de possibilitar novas formas de lazer.

 


“Em sua primeira semana, Belo Horizonte fez uma grande festa para inaugurar os postes elétricos. As ruas da cidade já nasceram eletrificadas. Logo em seguida, vieram os bondes e a vida noturna se estabeleceu. Até então, a vida social e comunitária se dava durante o dia em locais como praças. Com a chegada da luz elétrica, bares foram abertos e as pessoas passaram a ter locais para frequentar à noite”, comenta a artista multimídia.

 


Durante o passeio pelo palácio, Madame Elle vai compartilhar fatos históricos e entreter os visitantes com música. A personagem foi inspirada nas flappers dos anos 1920, ou seja, as melindrosas – jovens que não se deixavam limitar pelas convenções da época.

 

 


“Madame Elle tem consciência de que é a própria eletricidade. Ela está presente em todos os lugares desde 1882, mas escolheu a roupagem dos anos 1920 por ser uma década de efervescência cultural. Nesse sentido, ela toma a forma de uma mulher estridente, alegre e festeira”, comenta Raposa Lopes.


História

 

A artista multimídia, que vai voltar ao palácio como Madame Elle nos dias 10 e 24 de novembro para mais duas visitas, destaca a importância de combinar fatos históricos, arte e entretenimento.

 


“História não é uma disciplina isolada, está em todos os ramos do conhecimento. Por isso é tão importante unir o aprendizado ao fazer teatral e musical. Assim, poderemos dar nova dimensão ao saber histórico”, conclui.

 

 


MADAME ELLE


Visita teatralizada “Uma viagem pelo tempo e pela história da eletricidade”. Com Raposa Lopes. Neste domingo (27/10), às 16h15, no Palácio da Liberdade (Praça da Liberdade, Funcionários). Entrada franca.


* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria