Nascido em Betim, Gagadiy atualmente estuda Música Popular, com ênfase em canto, na Escola de Música da UFMG -  (crédito: Hedgard Moraes/MTC/Divulgação)

Nascido em Betim, Gagadiy atualmente estuda Música Popular, com ênfase em canto, na Escola de Música da UFMG

crédito: Hedgard Moraes/MTC/Divulgação

 

Gagadiy (fala-se Gagádi) é o nome que o próprio criou na infância, que “dialoga com a forma como quero enxergar o mundo”, explica o cantor de 24 anos. Um tributo a Luiz Melodia (1951-2017), “tão genial que não consigo enquadrá-lo”, é o show que ele estreia na noite desta segunda-feira (28/10), no encerramento do projeto Sarau Minas Tênis Clube.

 


A apresentação, no teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas, vai reunir os sucessos “Magrelinha”, “Estácio, Holly Estácio”, “Pérola negra”, “Juventude transviada”, bem como canções menos conhecidas do cantor e compositor carioca morto em 2017, aos 66 anos, que transitou com igual elegância pelo samba, o blues, o soul e o rock.

 


“Fui conhecer o artista depois que ele morreu. Ele tem 17 discos, mas nunca teve o reconhecimento que deveria ter tido. Desde quando ouvi ‘Pérola negra’ (o álbum de estreia, de 1973) foi paixão à primeira vista”, diz Gagadiy.

 


O show tem direção artística de Glaw Nader, também responsável pelos arranjos, e participação dos músicos Wesley Oliveira (teclado), Maria Mônica (guitarra), Thiago Hamsik (baixo) e Victor Mendes (bateria).

 


Família musical

Nascido em Betim, Gagadiy chegou à música por meio da Igreja São Francisco de Assis. “Minha família é muito musical também. Tenho um tio trombonista e professor da UFMG, meus avós e bisavós foram da banda da cidade e meu pai sempre cantou e tocou violão”, ele conta.

 


Foi à revelia do pai que Gagadiy descobriu o violão. O instrumento sempre ficava guardado, e ele não tinha autorização para mexer. A curiosidade levou o menino a burlar as regras. Assim que o pai ia dormir, Gagadiy ia para o tal quartinho onde o instrumento ficava. “Aprendi a tocar violão com as revistinhas (com cifras) ‘roubadas’ dele.” Quando o pai via o filho se dando bem com as cordas, se perguntava como ele havia aprendido.

 

 

Autodidata


Mesmo autodidata no violão, Gagadiy sabia que seu negócio era o canto. Mudou-se para Belo Horizonte depois de ingressar na Escola de Música da UFMG – onde vai se formar, em 2025, em Música Popular com ênfase em canto. “Quando me mudei, foi o estopim: ‘agora vou ser artista, me dedicar à música’”, conta ele.

 


Os primeiros tempos, no entanto, não foram fáceis. “Senti um não pertencimento musical”. A virada se deu justamente quando conheceu a cantora, pianista e professora Glaw Nader, “a primeira mulher negra a ser professora na Música da UFMG”, conta Gagadiy. Foi ela quem lhe mostrou as possibilidades de carreira e conceituou os shows que ele vem fazendo desde então.

 

O tributo a Melodia é, de certa forma, um desdobramento do show “Pérola negra”. Lançado em 2023, o repertório trouxe, além de canções do morador ilustre do Estácio, de outros 12 compositores e intérpretes negros, de Milton Nascimento, Candeia, Cartola e Alaíde Costa, a nomes mais contemporâneos, como Liniker, Luedji Luna e Xênia França. 

 

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“GAGADIY CANTA LUIZ MELODIA”
Show nesta segunda (28/10), às 20h, no teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas, Rua da Bahia, 2.244, Lourdes. Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia). À venda na bilheteria e no site Sympla.