A 18ª edição da CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte chegou ao fim no último domingo (29/9), apresentando um panorama da cinematografia latino-americana. A premiação, realizada durante a cerimônia de encerramento, evidenciou a intenção do evento de destacar produções que dependem de aparatos jurídicos frequentemente ameaçados.

 




O longa “Las almas”, da argentina Laura Basombrío, vencedor da mostra Território, a mais importante da CineBH, é um bom exemplo. O filme aborda a viagem interior da personagem Estela entre as memórias do passado e um presente onírico. Ainda com despesas de produção pendentes, o prêmio em dinheiro (que ainda não foi anunciado, mas será de, no mínimo, R$ 5 mil) será destinado para quitar essas dívidas.

 

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“A situação do cinema na Argentina é realmente muito difícil. É uma pena que este novo governo esteja cortando o financiamento do cinema independente”, afirmou a diretora ao Estado de Minas. “No entanto, o cinema argentino não vai morrer por decisão de um governo. Ele (o cinema argentino) é muito maior do que os caprichos de um governo de direita intolerante. Estou convencida de que encontraremos formas de continuar a fazer nossos filmes”, acrescentou Laura.

 

 

O longa também recebeu o Prêmio Abraccine, concedido pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema, que destacou a capacidade da diretora em “utilizar a narrativa do documentário com força cênica social e criativa, incorporando elementos da ficção de maneira habilidosa”.

 

 

Ainda na mostra Território, o prêmio de melhor presença foi para Karina, protagonista do documentário uruguaio “Má reputação”, de Marta García e Sol Infante, que acompanha uma prostituta de 45 anos imaginando uma nova vida em outra profissão. O prêmio de Destaque, por sua vez, foi concedido à fotografia do filme colombiano “Carropasajero”, de Juan Pablo Polanco Carranza e Cesar Alejandro Jaimes. Em pouco mais de uma hora e meia, o longa explora diversas sonoridades, desde o metal rangendo até o ruído de uma velha caminhonete atravessando o deserto de La Guajira.


CineMundi

 

Já na 15ª edição do Brasil CineMundi, que ocorreu paralelamente à CineBH, o projeto vencedor foi “O rio de lágrimas corre no Vale do Amor”, do alagoano Ulisses Arthur, com produção de Alessandra Moretti. O filme será realizado com os recursos garantidos pela premiação. Segundo Ulisses, o objetivo do projeto é retratar a juventude no interior do nordeste.

 

Principais vencedores

MOSTRA TERRITÓRIO | CineBH

MELHOR FILME
“Las almas”, de Laura Basombrío (Argentina)

MELHOR PRESENÇA
Karina Nuñez, por “Mala reputación”

DESTAQUE DO JÚRI
“Carropasajero” , de Juan Pablo Polanco Carranza e Cesar Alejandro Jaimes

JÚRI DA CRÍTICA | PRÊMIO ABRACCINE
“Las almas”, de Laura Basombrío (Argentina)

 

BRASIL CINEMUNDI


PROJETO EM DESENVOLVIMENTO | TROFÉU HORIZONTE
“O Rio de lágrimas corre no vale do amor”, de Ulisses Arthur (AL)

MENÇÃO HONROSA | MOSTRA HORIZONTE
“Enseada”, de Sara Pinheiro e Pablo Lamar (MG)

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