O apresentador Cid Moreira comemorou 97 anos no último domingo (29/9). O jornalista morreu nesta quinta-feira (3/10), em Petropólis, no Rio de Janeiro, onde estava internado. Cid estava tratando de uma pneumonia


VIDA E CARREIRA

 

Cid nasceu em Taubaté, no interior de São Paulo, em 29 de setembro de 1927. Ele era formado em contabilidade. Sua carreira na comunicação começou no rádioem 1944, no rádio.  Ele foi descoberto por um amigo cujo pai era diretor de uma rádio da cidade, e convencido a fazer teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté. 

 

 

Até 1949, ele trabalhou narrando comerciais. Foi então que se mudou para São Paulo, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade. Em 1951, Cid se mudou para o Rio de Janeiro, sendo contratado pela Rádio Mayrink Veiga. 


Na mesma época, teve suas primeiras experiências na TV, apresentando comerciais ao vivo nos programas “Além da Imaginação” e “Noite de Gala”, da TV Rio. A estreia como locutor de jornais foi em 1963, no “Jornal de vanguarda”, da mesma emissora.

 

Horário nobre na TV


O noticiário passou por diversos canais, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental, consolidando sua presença na televisão. Em 1969, Cid foi contratado pela Globo para apresentar o “Jornal da Globo”, no lugar de Luís Jatobá. Ele também assumiu a bancada do então estreante “Jornal Nacional”, dividindo a apresentação com Hilton Gomes, no que viria se tornar o maior telejornal do país.

 




A parceria mais lembrada, entretanto, é com Sérgio Chapelin, com quem trabalhou por mais de uma década. Ao lembrar a estreia do JN, Cid contou ao site Memória Globo que não tinha total compreensão da importância daquele momento: "Eu chegava no horário de fazer o jornal, não participava da redação. Eu só ia para apresentar o jornal. Naquele dia, cheguei e vi aquele nervosismo, todo mundo preocupado. E, para mim, era normal. Mas no dia seguinte, vi na capa do jornal O Globo: 'Jornal Nacional?' Aí comecei a perceber a dimensão". 


O "Jornal Nacional" passou por uma reformulação e Cid Moreira foi substituído, em 1996, por William Bonner e Lilian Witte Fibe. Em entrevista ao UOL, em 2017, o primeiro apresentador do "Jornal Nacional" disse que não sentia saudade do telejornal que o projetou para o país. "Não tenho saudade nenhuma porque nesta quinta-feira (3), na altura dos meus 90 anos, eu vivo uma fase que considero mais gloriosa: eu invisto em mim levando a palavra de Deus sempre que eu posso", declarou na ocasião.


Ao mesmo tempo, Cid também apresentava o programa Fantástico, aos domingos, desde sua estreia, em 1973, revezando com outros apresentadores. Em 1999, ele narrou o famoso quadro de Mr. M, que se tornou um grande sucesso do programa. Sua voz icônica ficou tão ligada ao quadro que ele entrevistou o próprio Mr. M quando o ilusionista visitou o Brasil no ano seguinte.

 

Voz de Deus


Na década de 1990, Cid passou a ser conhecido como “a voz de Deus”, a partir do momento em que passou a gravar locuções de passagens bíblicas. Com a popularização da internet, os trechos foram publicados pelo jornalista em seu canal de YouTube.

 

Em 2011, realizou seu sonho e gravou Bíblia na íntegra em áudio books. As cópias de CD superaram o marco de 60 milhões de exemplares vendidos.


No ano passado, Cid travou uma disputa judicial com o filho Roger Moreira. O rapaz foi adotado pelo apresentador com uma outra mulher, acusou o pai, em uma entrevista à Record TV, de deserdá-lo, retirando-o do direito à herança. A confusão não terminou por aí e o filho biológico Rodrigo Moreira alegou que foi abandonado pelo pai. Os irmãos se uniram e protocolaram uma ação de interdição do pai, além da prisão de Fátima, a mulher de Cid, alegando maus tratos por parte dela contra o apresentador. Cid e Fátima se manifestaram publicamente com a gravação de um vídeo em que negaram as acusações. "Acima de tudo, estamos ligados pelo amor", disse ele.

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