Vocalista da banda O Rappa por 25 anos, o carioca Marcelo Falcão vem explorando carreira solo desde 2018, após o grupo formado por ele, Alexandre Menezes, Lauro Farias e Marcelo Lobato anunciar uma pausa por tempo indeterminado.

 




No Festival Sátira, que acontece neste sábado (5/10), na Lagoa dos Ingleses, em Nova Lima, na Grande BH, Falcão propõe celebrar o antigo e o novo. Não faltam sucessos da sua época como integrante da banda de reggae rock que transformava em música temas de cunho social e deu destaque à produção artística das periferias do Rio de Janeiro nos anos 1980, mas faixas do seu primeiro álbum solo, “Viver (Mais leve que o ar)”, de 2019, também podem ser entoadas pelo público.

 

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“Após muitos anos de nome consolidado com O Rappa, eu tinha o conforto de sair de casa com a certeza de que todos os shows estariam cheios”, confessa Falcão. “Nesse sentido, minha carreira solo proporciona uma felicidade parecida com a de um garoto que está começando e tem muita disposição para mostrar coisas novas. Hoje, continuo com o legado da banda, porque O Rappa está em pausa, nunca acabou, mas sinto que as pessoas estão curiosas e com vontade de ouvir coisas só minhas. Por isso, faço sempre um meio a meio nos meus shows”, acrescenta.


Bob Marley

 

Sem um repertório fixo, Falcão diz que prefere “sentir o público” durante a apresentação e escolhe músicas que combinam com cada momento. Conforme o artista, há um equilíbrio entre nostalgia e novidade proporcionada por uma setlist que explora as duas fases da sua carreira.

 

 

“Sou muito grato aos fãs por entenderem que O Rappa é O Rappa e o Marcelo Falcão é o Marcelo Falcão. Quando os quatro se reúnem, temos a banda, mas separados é cada um tentando mostrar a sua arte. Viemos de um lugar muito respeitado e querido. Tento dar continuidade a esse legado”, afirma o cantor.


Toni Garrido (Cidade Negra), parceiro de Falcão na música “Refletir (Resista)”, também é atração confirmada no festival. O antigo vocalista d'O Rappa garante que a canção será apresentada durante o evento, mas impôs uma condição a Garrido: “Disse para ele: ‘Vamos cantar a música, mas no meu tom. Seu tom está muito Agnaldo Timóteo, vai ter que ser mais Bob Marley”, brinca.


Onda pop

 

O gaúcho Vitor Kley, que já participou do Sátira no ano passado, retorna à Região Metropolitana de BH acompanhado dos músicos Gabriel Círico (bateria), Heitor Dias (guitarra) e Léo Beltrão (contrabaixo).

 

 

“Dessa vez, não entramos de roxo”, garante Vitor Kley, referindo-se à cor que marcou a identidade visual do seu último álbum, “A bolha”.


“Estamos encerrando um ciclo. É um momento de transição da nossa carreira. Mudamos o início e o fim do show, que agora ganham um novo tema. Apesar de eu já ter pelo menos 35 músicas novas no meu computador, não estamos lançando nenhum álbum novo. No entanto, o palco é o lugar em que mais nos conectamos com o público e é perfeito para testar coisas novas”, diz Kley, que faz questão de incluir os músicos da sua banda ao falar da carreira.


Questionado sobre a presença de alguns de seus hits pop no repertório de sábado, brinca: “Não vou escapar dessas até o fim da minha vida”. Kley diz que o público pode esperar músicas como “Morena”, “O Sol” e “A tal canção pra Lua”, parceria do gaúcho com o mineiro Samuel Rosa, ex-vocalista do Skank.


Além de Marcelo Falcão, Toni Garrido e Vitor Kley, o Festival Sátira reúne Nêga Kelly, Pêtra e a banda GUPE no palco.


FESTIVAL SÁTIRA
Shows de Marcelo Falcão, Nêga Kelly, Toni Garrido, Vitor Kley, GUPE, Pêtra e DJs. Neste sábado (5/10), a partir das 13h, na Lagoa dos Ingleses (Avenida Princesa Diana, 360 Alphaville), em Nova Lima. Ingressos: R$ 260 (pista/inteira), R$ 130 (pista/meia), R$ 720 (front stage/inteira) e R$ 360 (front stage/meia), à venda pelo Sympla. Meia social mediante doação de 1kg de alimento.


Outras atrações

 

>>> “Francisco de Assis – Do rio ao riso”

Nesta sexta (4/10), às 20h, o espetáculo “Francisco de Assis – do rio ao riso” convida o público a conhecer o homem elevado a santo católico no século 13. O texto de Márcio Ares mistura comédia e emoção na tentativa de trazer a figura de Francisco de Assis para a contemporaneidade. O humorista e ator mineiro Carlos Nunes é quem interpreta o santo no palco do Teatro Nossa Senhora das Dores (Av. Francisco Sales, 77 – Floresta), além de assinar a direção da peça. Ingressos a R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), à venda pelo Sympla.


>>> Rolê do Elefanteatro

O Rolê do Elefanteatro, projeto de espetáculo de rua promovido pelo grupo de teatro Pigmalião Escultura que Mexe, chega ao Parque Jacques Cousteau (Rua Augusto José dos Santos, 366 – Estrela do Oriente), às 15h, e à Vila Dias (Rua Conselheiro Rocha, 1.147 – Santa Tereza), às 15h30, neste sábado (5/10) e domingo (6/10), respectivamente. O elefante gigante – construído com restos de embalagens – caminha com a ajuda de seis manipuladores. Por onde passa, o público conhece as suas histórias.


>>> “Identidades” e “Um olhar ao redor”

A exposição “Identidades”, da mineira Giulia Souza, reúne fotografias de pessoas mortas ou desaparecidas durante a ditadura militar. A mostra está em cartaz no Centro Cultural UFMG (Av. Santos Dumont, 174 – Centro). Em uma tentativa de simbolizar as violências cometidas durante os anos de chumbo, os rostos das vítimas são encobertos por uma mancha preta. No mesmo local, Luiz Cláudio Perpétua Custódio inaugura a instalação artística “Um olhar ao redor”, que busca ressignificar folhas secas a partir da escultura. As exposições podem ser visitadas até 3 de novembro, de terça a sexta, das 9h às 20h, e sábado e domingo, das 9h às 17h. Entrada gratuita.


* Estagiária sob a supervisão da subeditora Tetê Monteiro

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