“Travessia no tempo”, novo livro do escritor, jornalista e compositor Jorge Fernando dos Santos é nas palavras dele uma miscelânea de crônicas memorialísticas. Com lançamento neste sábado (5/10), a partir das 11h, no restaurante Esquina Santê, no Bairro Santa Tereza, a obra chega para celebrar os 40 anos de carreira do autor.

 




Jorge Fernando estreou na literatura em 1984 com o “Teatro mineiro”. O livro de entrevistas e críticas rendeu ao mineiro elogios de Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade. Depois vieram “Palmeira seca”, vencedor do Prêmio Guimarães Rosa, “Alguém tem que ficar no gol”, finalista do Prêmio Jabuti, e uma biografia de Geraldo Vandré, entre outros.

 

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Filho do marceneiro Mário dos Santos e da dona de casa Maria Tereza Silva Santos em “Travessia no tempo”, ele recorda desde o nascimento, em 1956, no Bairro Santo André, pelas mãos do Dr. Antenor, as brincadeiras com os primos na infância e ida às matinês do Cine São Pedro na juventude.


O autor conta que a ideia era lançar o livro daqui dois anos, na comemoração de seus 70 anos de idade. Mas se deu conta de que completar quatro décadas de profissão na literatura e no jornalismo já era por si só motivo de comemoração.

 

 

“A constatação da minha própria biografia, das histórias das pessoas que eu conheço me fizeram escrever. Comecei a recordar coisas da minha infância, da minha juventude, da minha relação com artistas, jornalistas e escritores e resolvi relembrar tudo isso em forma de livro”, afirma Jorge.


Tom, Caetano e Chico

 

No Estado de Minas, ele começou a trabalhar em 1989, onde atuou por mais de 20 anos. Foi repórter, cronista, colunista e editor. Escreveu para quase todas as editorias, à exceção do caderno de Esportes. Ao longo da carreira, viveu momentos marcantes. Das mais de mil entrevistas no currículo, diz não ser possível eleger a mais importante, embora guarde com carinho especial a recordação de quando conheceu Tom Jobim, Chico Buarque e Caetano Veloso.


“Nunca fui um jornalista que virou escritor. Sempre fui um escritor que trabalhava num jornal. Fui trabalhar no jornal porque não tinha como viver de direitos autorais. O jornalismo era um complemento e ao mesmo tempo me deu uma disciplina para a literatura. Aprendi muito com meus editores e colegas, e sigo aprendendo até hoje. A vida é um aprendizado, quando você acha que não tem mais o que aprender é porque está na hora de morrer”, reflete.

 

 

O livro também revisita personalidades marcantes que passaram pela vida do autor. “É um livro onde falo sobre mim e sobre pessoas que admiro, que me ensinaram tudo o que eu sei”, afirma. “De repente, descobri que junto da minha história tinha um punhado de outros personagens importantes.”


Roberto Drummond (1933-2002), Fernando Sabino (1923-2004) e Olavo Romano (1938-2023) são mencionados no livro e com as quais Jorge agradece por ter tido a oportunidade de conviver.


Um QR code na contracapa do livro leva o leitor para uma playlist de canções do autor que tem a música como uma de suas grandes paixões. “Sempre tive jornalismo como profissão, literatura como devoção e a música como aspiração” diz o Jorge Fernando, que herdou do avô Ricardo o gosto pelas melodias.


Compositor desde os 20 anos de idade, teve uma de suas músicas gravadas pela primeira vez por Helena Penna, ao longo dos anos vieram mais de 50 colaboração com outros artistas. “Travessia no tempo”, é inclusive o nome de uma composição de Jorge em parceria com Valter Braga. “Travessia é uma palavra forte que está lá no Guimarães Rosa, no Fernando Brant e Milton Nascimento. Está muito no nosso inconsciente”, pontua.


“TRAVESSIA NO TEMPO”
• Autor Jorge Fernando dos Santos
• Editora Literissíma
• 185 páginas
• R$ 59,90
• Lançamento neste sábado (5/10), a partir das 11h, no restaurante Esquina Santê (Rua Silvianópolis, 464 – Santa Tereza).

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