A Academia Brasileira de Cinema já bateu o martelo a respeito do filme que representará o Brasil no Oscar 2025, cuja cerimônia ocorre em 2 de março. “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello, foi escolha unânime, superando “Levante”, de Lillah Halla; “Motel Destino”, de Karim Aïnouz; “Saudade fez morada aqui dentro”, de Haroldo Borges; e “Sem coração”, da dupla Nara Normande e Tião.
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Esta é só a primeira etapa da disputa pela estatueta de Melhor Filme Internacional. Outros países (exceto Estados Unidos) também inscreveram seus representantes e, agora, cabe aos votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood escolher os finalistas que brigarão pelo Oscar.
A lista prévia, com 15 nomes, sai em 17 de dezembro e os cinco indicados ao prêmio serão conhecidos em 17 de janeiro.
Macedônia está fora
As inscrições se encerraram no dia 2 de outubro. Nesta quinta-feira (21/11), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou que recebeu inscrições de 85 países ou regiões elegíveis para a categoria.
A Macedônia do Sul justificou sua ausência, informando que não produziu nada que atendesse aos critérios da academia. O país já teve duas indicações. A última em 2019, com “Honeyland”, de Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov, concorrendo nas categorias Melhor Filme Internacional e Melhor Documentário em Longa-metragem.
Do Sudeste europeu – região onde fica a Macedônia do Sul –, quase todos os países mandaram filmes. Albânia enviou “Waterdop”, de Robert Budina; Bulgária, “Triumph”, de Petar Valchanov e Kristina Grozeva. A Sérvia tentará a estatueta com “Russian consul”, de Miroslav Lekic, e a Croácia com “Beautiful evening, beautiful day”, de Ivona Juka.
Já a Grécia, depois de um pleito caótico no qual o governo dissolveu o primeiro júri formado pela Academia Helênica de Cinema, indicou “Murderess”, do diretor Alexandros Papadiamantis.
O grande favorito desta região é o romeno “Three kilometres to the end of the world”, de Emanuel Parvu. O longa sobre os desdobramentos da homofobia extrema venceu o Queer Palm no Festival de Cannes, em maio deste ano.
Histórias reais
Outras duas apostas são de origem latina: o brasileiro “Ainda estou aqui”, que levou o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza, e o chileno "El lugar de la otra", de Maite Alberdi.
De semelhanças, os dois têm apenas o fato de se inspirarem em histórias reais. Baseado no romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme brasileiro acompanha a saga de Eunice (papel que Fernanda Torres divide com a mãe, Fernanda Montenegro) tentando encontrar o marido Rubens Paiva (Selton Mello), ex-deputado federal cassado que foi preso, torturado e morto pelo regime militar.
O filme chileno leva para as telas o assassinato cometido pela escritora María Carolina Geel (Francisca Lewin), que matou o amante na década de 1950. O foco, contudo, é a tímida Mercedes (Elisa Zulueta), assistente do juiz que conduz o caso. À medida que o julgamento avança, ela questiona a liberdade e a independência da mulher.
O Chile é um dos poucos países sul-americanos que ostenta uma estatueta – ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com “Uma mulher fantástica”, em 2018.
Terceira estatueta
A Argentina, que ganhou dois prêmios (com “A história oficial” e “O segredo dos seus olhos”, respectivamente, em 1985 e 2009), tenta a terceira estatueta com “Kill the jockey”, de Luis Ortega. A história do jóquei perseguido por um mafioso parece não ter agradado muito à crítica especializada, que não o incluiu entre os favoritos.
Também estão no páreo filmes que ganharam destaque nos últimos festivais, embora não sejam apontados como favoritos. É o caso de “Reinas”, de Klaudia Reinicke. Representando a Suíça, conta o reencontro inesperado de duas irmãs pequenas, prestes a se mudar do país, com o pai ausente. O longa foi bem recebido tanto em Locarno, Berlim e Sundance.
Nesse rol, também está o palestino “From ground zero”, projeto do cineasta Rashid Masharawi que reúne 22 curtas-metragens sobre a guerra em Gaza.
Fortes candidatos são o filme francês “Emilia Pérez”, de Jacques Audiard, estrelado por Selena Gomez, Zoë Saldaña e Karla Sofía Gascón; o alemão “The seed of the sacred fig”, de Mohammad Rasoulof, e o italiano “Vermiglio”, de Maura Delpero.
O primeiro conta a história de um narcotraficante que decide se aposentar e se tornar a mulher que sempre sonhou em ser. O representante da Alemanha traz os abusos cometidos por um magistrado conforme vai acumulando poder. E o terceiro mostra as mudanças que um forasteiro desertor pode trazer a um povoado.
As apostas são França, Alemanha, Brasil, Chile e Itália – ou Romênia no lugar de um desses países. Porém, tratando-se do Oscar, que vira e mexe traz grandes surpresas, tudo pode acontecer…
INSCRITOS
Confira os longas que se inscreveram para tentar uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025:
Brasil
"Ainda estou aqui", de Walter Salles
Bélgica
"Julie keeps quiet", de Leonardo Van Dijl
México
"Sujo", de Astrid Rondero e Fernanda Valadez
Canadá
"Universal language", de Matthew Rankin
Espanha
"Saturn return", de Isaki Lacuesta e Pol Rodríguez
Reino Unido
"Santosh", de Sandhya Suri
Argentina
"Kill the jockey", de Luis Ortega
Suíça
"Queens", de Klaudia Reynicke
Letônia
"Flow", de Gints Zilbalodis
Japão
"Cloud", de Kiyoshi Kurosawa
Geórgia
"The antique", de Rusudan Glurjidze
Senegal
"Dahomey", de Mati Diop
Dinamarca
"The girl with needle", de Magnus von Horn
Portugal
"Gran tour", de Miguel Gomes
Romênia
"Three kilometres to the end of the world", de Emanuel Parvu
Chile
"El lugar de la otra", de Maite Alberdi
Alemanha
"The seed of the sacred fig", de Mohammad Rasoulof
França
"Emilia Pérez", de Jacques Audiard
Irã
"In the arms of the tree", de Babak Khajehpasha
Itália
"Vermiglio", de Maura Delpero
Vietnã
"Peach blossom, Pho and piano", de Phi Tien Son
Paquistão
"The Glassworker", de Usman Riaz
Filipinas
"And so it begins", de Ramona Diaz
Argélia
"Algiers", de Chakib Taleb-Bendiab
Cazaquistão
"Bauryna Salu", de Askhat Kuchinchirekov
Índia
"Lost ladies", de Kiran Rao
Grécia
"Murderess", de Alexandros Papadiamantis
Malta
"Castillo", de Abigail Mallia
Venezuela
"Vuelve a la vida", de Luis Carlos Hueck e Alfredo Hueck
Albânia
"Waterdop", de Robert Budina
Indonésia
"Women from Rote Island", de Jeremias Nyangoen
Colômbia
"La Suprema", de Felipe Holguín Caro
Egito
"Flight 404", de Hani Khalifa
Bolívia
"Own hand", de Rodrigo Patiño
Croácia
"Beautiful evening, beautiful day", de Ivona Juka
Quênia
"Nawi", de Apuu Mourine, Kevin Schmutzler e Tobias Schmutzler
Equador
"Behind the mist", de Sebastián Cordero
Sérvia
"Russian consul", de Miroslav Leki?
Panamá
"Wake up mom", de Arianne Benedetti
Nepal
"Shambhala", de Min Bahadur Bham
Turquia
"Life", de Zeki Demirkubuz
Quirquistão
"Paradise at mother’s feet", de Ruslan Akun
Holanda
"Memory Lane", de Jelle de Jonge
Palestina
"From ground zero", de Rashid Masharawi
Camboja
"Meeting with Pol Pot", de Rithy Panh
Áustria
"The devil's bath", de Veronika Franz e Severin Fiala
Finlândia
"Family time", de Tia Kouvo
Coreia do Sul
"12.12: The day", de Kim Sung-su
Estônia
"8 views of Lake Biwa", de Marko Raat
Islândia
"Touch", de Baltasar Kormákur
Lituânia
"Drowning dry", de Laurynas Bareisa
Peru
"Yana-wara", de Óscar e Tito Catacora
Eslovênia
"Family therapy", de Sonja Prosenc
Costa Rica
"Memories of a burning body", de Antonella Sudasassi Furniss
Ucrânia
"La palisiada", de Philip Sotnychenko
Hong Kong
"Twilight of the warriors: Walled in", de Cheang Pou-soi
Suécia
"The last journey", de Filip Hammar e Fredrik Wikingsson
Armênia
"Yasha and Leonid Brezhev", de Edgar Baghdasaryan
Marrocos
"Everybody loves Touda", de Nabil Ayouch
Taiwan
"Old fox", de Hsiao Ya-chuan
República Tcheca
"Waves", de Jirí Mádl
Iraque
"Baghdad Messi", de Sahim Omar Khalifa
Noruega
"Armand", de Halfdan Ullmann Tondel
Irlanda
"Kneecap", de Rich Peppiatt
Israel
"Come closer", de Tom Nesher
Hungria
"Semmelweis", de Lajos Koltai
Bulgária
"Triumph", de Kristina Grozeva e Petar Valchanov
Eslováquia
"The hungarian dressmaker", de Iveta Grofová
Tunísia
"Take my breath", de Nada Mezni Hafaiedh
Bangladesh
"The Wrestler", de Iqbal Hossain Chowdhury
Bósnia e Herzegovina
“My late summer”, de Danis Tanovic
Camarões
“Kismet", de Ngang Romanus Ntseh
República Dominicana
"Aire, just breathe", de Leticia Tonos
Guatemala
“Rita”, de Jayro Bustamante
Líbano
“Arzé”, de Mira Shaib
Malásia
“Abang Adik”, de Jin Ong
Mongólia
“If only I could hibernate”, de Zoljargal Purevdash
Montenegro
“Supermarket”, de Nemanja Beanovi
Nigéria
“Mai Martaba”, de Prince Aboki
Paraguai
“Los últimos”, de Sebastián Peña Escobar
Polônia
“Under the volcano”, de Damian Kocur
Singapura
“La luna”, de M. Raihan Halim
África do Sul
"Old righteous blues", de Muneera Sallies
Tajiquistão
“Melody”, de Behrouz Sebt Rasoul
Tailândia
“How to make millions before grandma dies”, de Pat Boonnitipat