Os filmes mudos sobre as aventuras de Sherlock Holmes foram restaurados no Reino Unido, mais de um século depois da sua realização, e serão exibidos em meados de outubro para a felicidade dos fãs.
Nos 45 episódios de "As aventuras de Sherlock Holmes" e nos dois longa-metragens restaurados, o detetive é interpretado pela celebridade do cinema da época, Ellie Norowood.
O ator britânico era o favorito do autor dos livros, Arthur Conan Doyle (1859-1930), para interpretar seu personagem.
O autor também aprovou as adaptações, realizadas entre 1921 e 1923 pela companhia cinematográfica britânica Stoll Pictures.
Desde então, Sherlock Holmes foi adaptado centenas de vezes para as telas.
Segundo o livro dos recordes Guinness, Sherlock é o personagem literário mais representado na história do cinema e da televisão.
Entre os atores que já interpretaram o célebre personagem de Conan Doyle, destacam-se também o americano Robert Downey Jr e o britânico Benedict Cumberbatch.
"No entanto, existe um nível de autenticidade no personagem (interpretado por Ellie Norwood), baseado na criação de Conan Doyle, que não encontramos em Sherlock Holmes posteriores”, estima Bryony Dixon, restauradora de filmes mudos no British Film Institute (BFI), que liderou o projeto.
- Fãs "impacientes" -
O público poderá ver pela primeira vez as obras restauradas em uma projeção no dia 16 de outubro durante o Festival de Cinema de Londres, que serão acompanhadas por um concerto da Royal Academy of Music. Posteriormente, os filmes serão lançados em DVD e Blu-Ray.
Os fãs do personagem estavam "impacientes", afirma Bryony Dixon. A restauração de mais de 20 horas de filmagem começou em 2019 nos vastos arquivos da BFI.
O depósito, localizado em uma antiga casa de campo, abriga centenas de milhares de carretéis que datam de décadas atrás, empilhados em altas estantes e cofres refrigerados.
"Apesar de tudo, o estado dos carretéis, em geral, era muito bom", disse a responsável da equipe de restauradores, Kirsty Shanks.
- Centenas de horas de trabalho -
Ben Thompson, da equipe de restauradores, passou centenas de horas em um quarto sem janela trabalhando no projeto.
O restaurador tinha que se assegurar de que a nova versão digital coincidiria com as imagens originais em termos de textura e tons de preto e branco.
Sua tarefa se concentrou, principalmente, no início e no fim dos carretéis, que estavam mais danificados por conta do uso anterior.
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O funcionário trabalhou durante dias em uma tomada inicial de 10 segundos que mostrava a região de Londres de Baker Street, onde vivia Sherlock Holmes.
Para Kirsty Shanks, "é algo muito especial poder trabalhar nestes filmes que existem há um século".
O projeto de restauração foi o mais "difícil" da sua carreira, no entanto, também foi um dos que mais desfrutou, confessa.