Conhecido principalmente pelo trabalho como líder, compositor e multi-instrumentista do Tuatha de Danann, banda de Varginha, nascida em 1994 e que mescla heavy metal e música celta, Bruno Maia se viu diante do desafio – e convite – de criar uma trilha sonora, calcada no cancioneiro tradicional irlandês, para um game brasileiro de RPG, "Tales of Shadowland". O resultado dessa empreitada são nove músicas para o jogo, a ser disponibilizado em 2025, e que ganharam uma versão em CD e com festa de lançamento neste sábado (19/10), no Ostara Festival, em Belo Horizonte.

 

 

Batizado de "Gohrar and other tales of Shadowland", o álbum foi composto entre 2022 e 2023 e está nas plataformas digitais, além de sair em formato físico. Faltava apenas um nome para o novo projeto, que Bruno pegaria emprestado dos idos de sua carreira fonográfica: "Tan pinga ra tan", título também da quarta faixa do segundo álbum do Tuatha, "Tingaralatingadun" (2001). “A música (‘Tan pinga ra tan’) fala de uma terra mágica onde não tem tristeza, morte e dor, só alegria, prazer e amor”, pontua Maia.

 

 

A proposta de criar a trilha para o jogo de MMORPG – sigla para “Massive Multiplayer Online Role-Playing Game”, game de interpretação de personagens online e em massa, em ambiente virtual dinâmico –, bateu à porta durante o período pandêmico da COVID-19, quando o músico foi contratado pela empresa Uzmi Games.

 

“É um projeto com alcance internacional, uma empreitada muito audaciosa. Os organizadores eram fãs do meu trabalho, já me conheciam pelo Tuatha e o Braia (projeto de Bruno que une elementos da música celta e mineira). Fiz alguns instrumentais, temas de fases, mas queriam mesmo que eu elaborasse canções com aspecto mais acústico, como se fosse um som do Tuatha, só que sem guitarra. E, logicamente, todo em inglês.”

 

 

Flautas irlandesas, violinos, banjos, bouzoukis e bodhrán são instrumentos que compõem grande parte da abordagem musical das nove faixas do disco, que conta ainda com participações especiais: a do vocalista do Viper, Leandro Caçoilo, e a da cantora do Quarteto Caipira Paulista, Manu Saggioro. Disponível no YouTube e no Bandcamp, “Gohrar and other tales of Shadowland” já tem alcançado uma repercussão positiva junto aos fãs do Tuatha, de temas medievais e de jogos online, garante Bruno.

 

 

"Vamos tentar fazer o máximo possível de shows. Todo mundo que gosta desse tipo de música está encantado com o disco. É muito legal fazer o lançamento na capital do nosso estado, no Ostara, um evento fabuloso, com público muito fera”, destaca. O concerto deste sábado será baseado no disco de estreia do Tan Pinga Ra Tan, em canções do Tuatha de Danann e covers. O festival tem outras atrações neste dia e também no domingo (confira outras informações mais abaixo).

 

Tuatha de Danann

 

Em 2024, o Tuatha completa 30 anos desde seu nascimento e duas décadas do lançamento de uma de suas principais obras, “Trova di Danú” (2004), quarto álbum de estúdio. Durante a promoção daquele disco, o grupo de Varginha fez extensas turnês, incluindo Europa e América Latina, e participações em programas televisivos, como “Programa do Jô”, de Jô Soares (1938-2022), da Globo.

 

 

Bruno Maia diz que não há “nada programado” para celebrar essas duas efemérides em 2024. No entanto, novidades estão previstas para 2025. “Neste ano já tem muita coisa acontecendo”, afirma o compositor, referindo-se à turnê de “The nameless cry” (2023), oitavo álbum da banda, e o projeto Tan Pinga Ra Tan. “Mas para o ano que vem estamos planejando um documentário, algo que conte a história da banda e tenha música também. Vamos celebrar esse momento, o Tuatha é um sonho, uma doideira e uma esperança, uma banda que nasceu no interior de Minas Gerais nos anos 90, sem internet, tocando rock e metal com música celta, desafiando qualquer tendência.”

 



 

E tem mais. Bruno Maia está finalizando um novo disco com o Braia. “Lancei um EP, ‘Vertente’, no ano passado, mais voltado para a viola caipira e a música regional. O terceiro álbum, gravado no meu estúdio, o Braia Estúdios, será lançado em fevereiro ou março de 2025. Vai ser um disco muito doido, também voltado para música regional, com viola caipira como instrumento principal, dialogando com influências celtas, rock progressivo e um lado mais psicodélico.”

 

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Ostara Festival

Local: Espaço Solarium - Avenida Professor Clóvis Salgado, 1710 Bandeirantes (Pampulha)
Data: Sábado (19/10) e domingo (20/10)
Horário: A partir das 14h
Ingressos: de R$ 70 a R$ 220

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