Depois de uma surpreendente e triunfal primeira temporada, a AppleTV+ lançou nesta semana o segundo ano de "Falando a real", que provou ser muito mais do que a estreia do mito Harrison Ford numa série de comédia.

 

 

Criada e protagonizada por Jason Segel, a produção segue demonstrando uma infindável capacidade de fazer humor com temas potencialmente depressivos, como luto e transtornos mentais.

 


Segel interpreta Jimmy Laird, psicoterapeuta que, após a morte da mulher, decide ser completamente honesto com seus pacientes e falar tudo o que pensa do comportamento deles. Esse nada ortodoxo método de tratamento provoca consequências brutais e engraçadas na vida de todos.

 




Segel diz que seus anos de análise alimentam a série e que ele gosta de pensar que o comportamento de Jimmy pode avançar o processo. "Em várias fases de terapia, meus problemas apareciam, para sumir e depois voltar. Um looping, entende? Alguns pacientes fazem terapia por anos e anos e não saem do lugar. Essa é uma angústia que toma conta de Jimmy."

 


O ator acredita que a terapia baseada na relação absurdamente franca alcança naturalmente uma grande carga de humor. "Quanto mais honesto ele é, mais engraçado fica", diz.

 


Quebra

"Temos consultores, claro, mas quando Jimmy começa sua transição para um terapeuta nada convencional, é natural que vá quebrando os limites do que seria recomendável. O humor nasce dessa quebra. O importante é que Jimmy continua preocupado com as consequências disso para cada um de seus pacientes."

 


Na primeira temporada, "Falando a real" contou com um fator surpresa que, sozinho, já garantiria muita atenção: a estreia de Harrison Ford num papel cômico. Han Solo e Indiana Jones certamente tiveram muitas e boas piadas em seus roteiros de aventura, mas ver um ícone do cinema de ação numa comédia urbana, sem situações mirabolantes, foi algo inédito e que ganhou totalmente o público.

 

 

Ford interpreta Paul Rhoades, terapeuta veterano que trabalha numa mesma clínica com Jimmy e tem um papel de tutor junto ao colega. Na relação, Paul chama Jimmy o tempo todo de "garoto", mas a série evita dar um tom paternal ao papel de Ford. "Meu personagem é mais como um irmão caçula do personagem dele", diz Segel.

 


A lista de elementos potencialmente depressivos na série também alcança Paul Rhoades, que sofre de Parkinson. "A vulnerabilidade dos personagens é uma peça-chave na série. Jimmy e Paul são homens maduros numa profissão que o senso comum espera ser exercida por gente segura de si. Então a vulnerabilidade deles é fundamental para abrir a história ao inesperado, criar o humor", afirma Segel.

 

"Nervosos"


O produtor Bill Lawrence acredita que Paul vai apresentar nuances diferentes na segunda temporada. "No primeiro ano, os roteiristas estavam nervosos ao escrever as falas dele. É o preço de você ter uma lenda no set”, comenta.

 


“Agora eles estão mais confiantes para criar as situações para o personagem dele. No ano passado, Harrison confiou totalmente em nós, enquanto estávamos tentando de certa forma protegê-lo. Havia o medo de dar uma cena ruim para um ícone como ele." (Thales de Menezes)

 

“FALANDO A REAL”
• Segunda temporada da série, com novos episódios às quartas, até 25/12, na AppleTV+.

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