Em 2011, a Casa Camelo foi fundada por um grupo de artistas visuais prestes a se formar na Escola de Belas Artes da UFMG. No Bairro Santa Efigênia, eles abriram a Casa Camelo, que abrigou exposições tanto do coletivo quanto de outros autores.
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Seis anos depois, o espaço foi fechado, mas o coletivo continuou a promover eventos em vários locais da capital. No último mês de abril, surgiu a nova sede da Casa Camelo, na Sagrada Família. Até 30 de novembro, ela recebe o 4º Festival Casa Camelo de Arte Contemporânea.
“Nossa ideia é abrir caminho para que a comunidade tenha acesso a novas poéticas de artistas emergentes que ainda estão se entendendo nesse campo. É uma maneira de criar formas de apresentar arte em Belo Horizonte”, afirma Luiz Lemos, fundador da Casa Camelo.
Alisson Damasceno, de BH, mesclou sua experiência em sala de aula e o interesse por plantas para criar o espaço que combina móveis escolares, fotografia e flora. A maranhense Dolores Orange apresenta série fotográfica que conecta pessoas e o cotidiano delas a pinturas geométricas.
A pintora chilena Fernanda Luz retrata desastres que dialogam com o apagamento da memória coletiva. O incêndio do Museu da Língua Portuguesa em 2015, em São Paulo, é um dos eventos trabalhados pela artista.
Casa Camelo foi reaberta com a exposição "Trabalhar cansa"
Fitinhas do Bonfim e espaguete "ressignificados"
Laís Velloso, de BH, e Julia Bernardes, de Divinópolis, apresentam instalação que mistura materiais utilizados em festejos populares, matéria orgânica e textos, buscando refletir sobre a efemeridade.
“O trabalho parte de materialidades baratas. Reunimos elementos porosos, que desbotam, esfarelam, dissolvem e rondam nossos imaginários. Temos papel crepom e papel de seda, muito usados em festejos de rua e como material escolar”, conta Julia Bernardes.
Na instalação, fitas e papéis estão pendurados em varais, referência à técnica italiana de secagem do macarrão espaguete. Julia e Laís escreveram nas massas de macarrão e fitas frases que ouviram pelas ruas de BH.
“Em vez de colocar desejos e frases convencionais que já vêm nas fitas, adicionamos falas corriqueiras que ouvimos em pontos de ônibus, lojas, supermercados e outros lugares. Selecionamos desabafos, rezas, lamentações e dizeres das pessoas. Brincamos com o encontro da efemeridade da fala e daqueles materiais sempre a ponto de desaparecerem”, explica Julia.
Em outubro e novembro, a Casa Camelo promoverá, gratuitamente, cursos de arte para crianças, palestras e cursos formativos destinados a artistas.
4º FESTIVAL CASA CAMELO DE ARTE CONTEMPORÂNEA
Exposições de Alisson Damasceno, Dolores Orange, Fernanda Luz, Julia Bernardes e Laís Velloso. Casa Camelo (Rua Santo Agostinho 365, Sagrada Família). Abertura neste sábado (19/10), das 14h às 22h. Até 30 de novembro, de terça a sábado, das 14h às 20h. Entrada franca.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria