O Jabuti anunciou nessa quinta-feira (25/10) a primeira leva de indicados ao principal prêmio dedicado à produção literária brasileira, com uma lista de 10 semifinalistas em cada uma de suas 22 categorias.

 

 


O grupo Companhia das Letras emplacou metade dos indicados na categoria de romance literário, com os trabalhos mais recentes de Socorro Acioli (“Oração para desaparecer”), Luciany Aparecida (“Mata doce”), João Silvério Trevisan (“Meu irmão, eu mesmo”), Martha Batalha (“Chuva de papel”) e Fabiane Guimarães (“Como se fosse um monstro”).

 

 



 


A Todavia aparece com o último romance de Itamar Vieira Junior, "Salvar o fogo", e o "Jogo de armar", de Edgard Telles Ribeiro.

 


Três editoras independentes completam a lista: as paulistas Penalux e Faria e Silva, com André Cunha e o mineiro Jacques Fux, e a baiana Mondrongo, com Carlos Mendes Valença.

 

 

O mineiro Jacques Fux concorre ao Jabuti na categoria Romance Literário com o livro "Nunca vou te perdoar por ter me obrigado a te esquecer"

Jair Amaral/EM/D.A Press

 


Novidades deste ano, as categorias separadas para romancistas e poetas estreantes tiveram sucesso em pescar destaques de pequenas editoras que fazem trabalho minucioso e quase artesanal, como Patuá, Urutau e Reformatório. Entre os 20 indicados nessas duas categorias, apenas dois são de uma editora grande, a Record.

 


Nélida Piñon

 


Já os 10 indicados em contos se espalham por 10 editoras diferentes, a maioria delas independente, as exceções sendo Record, 34 e Autêntica. A belo-horizontina Ana Elisa Ribeiro concorre com “Causas não naturais” (Autêntica Contemporânea). Essa multiplicidade aparece também na poesia, com nove editoras indicadas, incluindo trabalhos de nomes conhecidos como Ana Martins Marques, Marília Garcia, Ricardo Domeneck e Eucanaã Ferraz.

 

 


A categoria de crônicas surge em ano estrelado com autoras prestigiadas como Rosa Freire D'Aguiar e Nélida Piñon – com seu livro póstumo "Os rostos que tenho" –, obras de autores populares como Luiz Antonio Simas, Mario Prata e Ana Suy, a versão em livro do blog Gelo e Gim, de Daniel Benevides, e a coletânea de colunas “O discreto charme da magistocracia", de Conrado Hübner Mendes, além do livro de estreia do jornalista Rodrigo Casarin (“A biblioteca no fim do túnel: Um leitor em seu tempo”).

 


Em quadrinhos, aparecem obras que pautam questões raciais como "Os santos", de Leandro Assis e Triscila Oliveira, a graphic novel sobre o personagem Jeremias, da Turma da Mônica, e "Ópera negra", trabalho de investigação histórica publicado por Clara Chotil.

 


O eixo de não ficção teve mudanças significativas nesta edição do prêmio, que deixou de selecionar obras de ciências, ciências humanas e ciências sociais com a justificativa de que essas categorias estarão contempladas no novo Jabuti Acadêmico, já entregue em agosto.

 

No lugar, o prêmio abarcou três categorias voltadas a livros de público mais amplo: negócios, educação e saúde e bem-estar – onde estão indicados Vera Iaconelli com "Manifesto antimaternalista" e o psicanalista Contardo Calligaris com o póstumo "O sentido da vida", além de best-sellers como Sidarta Ribeiro e Mario Sergio Cortella.

 

 

Mineiros na categoria educação

 

Os jornalistas mineiros Márcia Maria Cruz, que trabalhou no Estado de Minas, Vinicius Luiz e Gabriel Araújo aparecem na categoria de educação com "Vidas inteiras", livro que compila histórias sobre as cotas universitárias.

 

Jornalista belo-horizontina Márcia Maria concorre ao Prêmio Jabuti, na categoria Educação, com o livro "Vidas inteiras"

Instagram/reprodução

 

A fotógrafa Gabriela Biló foi indicada na categoria de artes por seu "A verdade vos libertará", trabalho feito em parceria com Pedro Inoue e o projeto Medo e Delírio. Ela concorre, por exemplo, com o catálogo da exposição sobre Carolina Maria de Jesus no Instituto Moreira Salles, organizada por Hélio Menezes e Raquel Barreto, e um volume sobre Antônio Abujamra feito por sua sobrinha, Marcia.

 

 

Milícias e Diretas Já

 

A categoria de biografia e reportagem reúne tanto autores que escrevem a quente sobre temas do noticiário, como "A fé e o fuzil", de Bruno Paes Manso; a "Biografia do abismo", de Felipe Nunes e Thomas Traumann; e os "Milicianos", de Rafael Soares, até trabalhos históricos de estofo como "Baviera tropical", de Betina Anton, o "Admirável novo mundo", de Bernardo Esteves, e "O girassol que nos tinge", mergulho de Oscar Pilagallo na campanha das Diretas Já.


O Jabuti será entregue no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, no dia 19 de novembro. Antes, o prêmio divulgará lista reduzida, com cinco finalistas em cada categoria, em 5 de novembro. Os vencedores de cada categoria levam R$ 5 mil e o ganhador do prêmio principal de livro do ano arremata R$ 70 mil e uma viagem à Feira de Frankfurt.

 


ROMANCE LITERÁRIO

 

Confira os semifinalistas em uma das principais categorias do Jabuti:

 

“Chuva de papel”, de Martha Batalha | Editora: Companhia das Letras

 


“Como se fosse um monstro”, de Fabiane Guimarães | Editora: Alfaguara

 


“Contra alheias terras”, de Carlos Mendes Valença | Editora: Mondrongo

 


“Jogo de armar”, de Edgard Telles Ribeiro | Editora: Todavia

 


“Mata doce”, de Luciany Aparecida | Editora: Alfaguara

 


“Meu irmão, eu mesmo”, de João Silvério Trevisan | Editora: Alfaguara

 


“Nunca vou te perdoar por ter me obrigado a te esquecer”, de Jacques Fux | Editora: Faria e Silva

 


“Oração para desaparecer”, de Socorro Acioli | Editora: Companhia das Letras

 


“Quem falou?”, de André Cunha | Editora: Penalux

 


“Salvar o fogo”, de Itamar Vieira Junior | Editora: Todavia

 

 

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