A feira Junta, criada em 2016, surgiu com o objetivo de complementar o mercado de arte tradicional, oferecendo um espaço democrático para a comercialização de obras de artistas diversos – desde iniciantes até os mais experientes que ainda não têm acesso ao mercado estabelecido.

 

 


Idealizada pelos artistas Binho Barreto, Thiago Alvim, Ticiano Rottenstein e Comum, a feira começou como bazar de final de ano que visava a circulação de materiais artísticos a baixo custo. Com o desenvolvimento do projeto, o grupo percebeu a necessidade de eventos que abrangessem maior diversidade tanto de artistas quanto de técnicas apresentadas.

 



 


Neste ano, a Junta acontece na Funarte MG em dois finais de semana: 26 e 27 de outubro e 2 e 3 de novembro. É também a maior edição da feira até o momento, com a participação de 71 artistas. Além da exposição e venda de obras, o evento conta com lançamento de catálogo, podcast e atrações musicais com DJs.

 


A partir da diversidade dos artistas selecionados, a feira se destaca por oferecer oportunidade única para os consumidores. “Por ser um bazar feito por artistas, a gente consegue trabalhos com preços mais acessíveis, que pessoas que não são necessariamente colecionadoras de arte contemporânea conseguem adquirir. Com essa história, a gente vai criando um novo público, girando o mercado das artes”, explica Thiago Alvim, idealizador e curador da Junta.

 

 

Braço educativo

 

Uma novidade desta edição é a inclusão de residência artística. Para essa primeira experiência, os curadores da feira convidaram Karine Mageste, de Minas Gerais, e Paola Rodrigues, da Bahia, para produzirem suas obras, durante 20 dias, em uma galeria aberta a visitas.

 

 

Pintura de Karine Mageste, artista que produzirá obra ao vivo na galeria da Junta durante 20 dias

Karine Mageste/divulgação

 


“Nesses oito anos de Junta, a gente percebeu que no campo das artes plásticas, por mais que o artista tenha um curso superior, não é ensinado o movimento prático, como precificar uma obra ou como produzir. Então, a gente sentiu a necessidade de ter um braço mais educativo para além da finalidade comercial, no qual o artista pudesse produzir em conversa com os curadores, outros artistas e o público também”, diz o organizador.

 

 


A artista mineira Karine, bacharel em pintura pela Escola de Belas Artes da UFMG, tem o desenho da figura humana como seu principal foco de pesquisa. Ela relembra que, desde a infância, costumava pintar as pessoas que via e foi durante essas primeiras tentativas que despertou seu interesse pelo estudo do retrato humano.

 


 
Este ano, Karine decidiu se dedicar ainda mais à carreira artística. Ao ver o anúncio da residência oferecida pela Junta, enxergou a oportunidade ideal para impulsionar seu desenvolvimento profissional, especialmente por já ter participado da feira como expositora nas edições de 2021 e 2023.

 


A residência, a primeira da artista, está proporcionando a ela a chance de explorar novos projetos. No estúdio desde 15 de outubro, Karine conta que levará para a feira obras que exploram diferentes materialidades.

 


“Estava em uma pesquisa sobre materialidade que me levou a uma questão das dobradiças de guarda-roupa. Fazendo meu trabalho nesses dias, pensei que seria interessante e lembrei que aqui poderia fazer isso. Então, estou utilizando as dobradiças para juntar as telas uma na outra e fazer um quebra-cabeça com os meus retratos”, detalha Karine.

 


FEIRA JUNTA


Neste sábado (26/10) e domingo (27/10), e também nos dias 2 e 3 de novembro, das 10h às 20h, na Funarte MG (Rua Januária, 68 – Centro). A residência artística ocorre desta sexta (25/10) até 3/11, no mesmo local, com visitação aberta ao público dentro do horário de funcionamento do espaço, das 9h às 21h. Entrada gratuita.


* Estagiária sob a supervisão da subeditora Tetê Monteiro

compartilhe