História de romance proibido entre jovem casal que se comunicava por meio da comida estreia neste domingo -  (crédito: Hbo/divulgação)

História de romance proibido entre jovem casal que se comunicava por meio da comida estreia neste domingo

crédito: Hbo/divulgação

 

No início dos anos 1990, comida e cinema não caminhavam juntos. A grande referência da época era “A festa de Babette” (1987), produção dinamarquesa vencedora do Oscar de Filme Internacional. Mas eis que um filme mexicano (no período, Alfonso Cuarón e Alejandro Iñárritu davam seus primeiros passos) virou febre mundial.

 


“Como água para chocolate” (1992), de Alfonso Arau, então casado com a escritora Laura Esquivel, autora do romance homônimo (1989), se tornou símbolo do renascimento do cinema mexicano. Era uma narrativa açucarada, com boa dose de realismo fantástico, sobre um casal apaixonado separado pelas convenções sociais da época, bem como pelo turbulento período que o país atravessava, com a Revolução Mexicana (1910-1920). A relação entre os personagens se dava por meio da comida.

 


Mais de 30 anos depois, “Como água para chocolate” ganha uma nova versão, uma minissérie em seis episódios que estreia neste domingo (3/11), na HBO e Max. A produção mexicana é capitaneada por sua estrela maior, Salma Hayek, aqui como produtora-executiva.

 


Tita (Azul Guaita, da série “Rebelde”) chega ao mundo em 1892, com estardalhaço. Seu nascimento, literalmente na mesa da cozinha de casa cheia de cebolas, vem acompanhado de uma torrente de lágrimas que se espalha pelo local. É a caçula de Elena de la Garza (Irene Azuela), uma viúva com outras duas filhas para criar, Rosaura (Ana Valeria Becerril) e Gertrudis (Andrea Chaparro).

 


Caçula

Elena ressente-se da caçula, que é criada pela cozinheira, Nacha (Ángeles Cruz). Ainda criança, Tita se apaixona pelo vizinho Pedro Muzquiz (Andrés Baida), e é devidamente correspondida. Já crescidos, às vésperas da revolução, os dois são impedidos de casar. Seguindo a tradição, a filha mais nova deve permanecer solteira para cuidar da mãe.

 


Elena oferece a mão de Rosaura, que sempre invejou Tita, a Pedro. Tita passa a expressar seus sentimentos por meio dos pratos que prepara. O primeiro episódio cobre o início da trama, até a decisão de Elena sobre o destino da primogênita.

 


“Uma das melhores coisas em contar uma história em vários capítulos é poder chegar aos detalhes. Por meio da série, podemos compreender por que Elena era essa pessoa amargurada. Tudo o que tinha na vida lhe foi tirado. É uma viúva à frente de uma fazenda, então tem que ser rígida, não quer que as filhas sofram como ela”, disse Irene, durante entrevista coletiva virtual com o elenco feminino da série.

 


Apresentada como a vilã da série, a personagem Rosaura foi defendida por sua intérprete. “Acho que todas as mulheres que estiveram no contexto da revolução tinham dentro de si suas próprias revoluções. Rosaura está querendo aceitação e amor, e o único meio que ela conhece para conseguir isto é seguir as tradições”, afirmou Ana Valeria.

 


Para Salma Hayek, o romance de Esquivel apresenta não só as mudanças políticas no México, como também sociais. “As mulheres não participaram da revolução porque tiveram que defender suas casas, suas famílias. Acho que o livro mostra como as mulheres tiveram que fazer para ter voz e controlar o próprio destino.”

 

 

A produtora defende novas versões da história. “Laura Esquivel escreveu um clássico que as novas gerações não conhecem. Aqui, há uma nova interpretação. E quando você assiste a um clássico em outra versão, percebe coisas que não havia visto antes. Acho que ‘Como água para chocolate’ tem questões suficientes para, quem sabe, daqui a 30 anos ser refeito novamente.”

 


“COMO ÁGUA PARA CHOCOLATE”
• A minissérie, em seis episódios, estreia neste domingo (3/11), às 3h, na Max, e às 22h, na HBO. Novos episódios aos domingos. O filme original também está disponível na plataforma.