O cantor e compositor capixaba lançou em maio

O cantor e compositor capixaba lançou em maio "Encantado", álbum com 16 faixas inéditas

crédito: jorge bispo/divulgação

O cantor e compositor Silva chega a Belo Horizonte neste sábado (2/11) com a turnê de seu mais recente álbum, “Encantado”. O disco foi lançado em maio, depois de o artista superar uma crise existencial.

 

Com a carreira na ativa desde 2012, Silva já se apresentou na capital mineira em diversas ocasiões, em locais como o Cine Theatro Brasil Vallourec e a Esplanada do Mineirão. Este será, no entanto, seu primeiro show no Palácio das Artes. “Estou louco para me apresentar no Palácio. Era meu sonho! Acho um lugar muito lindo e chique”, diz.

 


As 16 faixas de “Encantado” retratam um Silva que recuperou seu encantamento pela vida depois de se frustrar com os bastidores do mercado da música. Com o gosto pelo ofício retomado, aos 36 anos o capixaba conta estar vivendo um momento de muita produtividade na carreira.

 

“Estou tendo várias ideias. Só na semana passada foram seis esboços. Vai chegando o verão e eu vou ficando doido pra fazer musica”, afirma.

 


Na sequência do disco, Silva lançou um livro no qual mostra em detalhes como foi o processo criativo do álbum, com fotografias feitas no estúdio e uma extensa entrevista conduzida pelo produtor Marcus Preto.

 

 

 


Ainda sobre o projeto, ele diz: “É algo que a gente caprichou para ser bonito. Tem a parte não só do conteúdo, mas também da estética. Arte também é estética e esse foi um trabalho em que nós brincamos de ser artistas. Nos últimos anos, a gente tem confundido fazer arte com produzir conteúdo. Com esse álbum, eu volto a bater o pé que eu sou músico, o que eu sei fazer na minha vida é música. Sou apaixonado por isso. É isso que me deixa feliz e eu estou feliz de novo.”

 

À vontade no palco

Belo Horizonte será a nona capital brasileira a receber a turnê de “Encantado”. Segundo Silva, a experiência tem sido diferente de tudo o que fez nos últimos anos. Grande parte disso se deve aos aprendizados de seu projeto anterior, o Bloco do Silva, de releituras de sucessos do carnaval. Ele se vê como uma pessoa introspectiva e avalia que esses shows o deixaram mais à vontade no palco.

 

 

“O Bloco me tirou do meu lugar de conforto. Foi bom pra mim como cantor. Tirei aqueles desconfortos que uma pessoa tímida tem de estar sempre pensando se vai imprimir bem. Acabei ficando mais natural e mais à vontade no palco. Isso acaba deixando a experiência mais gostosa para quem assiste também”, diz.

 

Para ele, o ponto alto da turnê de “Encantado” até aqui foi tocar na Concha Acústica, em Salvador, local onde esteve com Gal Costa (1945-2022) pela última vez. Em 2018, o capixaba compôs “Palavras no corpo” para a baiana. No novo disco ele coleciona colaborações com outros grandes da música brasileira – Leci Brandão, Arthur Verocai e Marcos Valle entre eles.

 

Música na novela

Na semana passada o cantor e compositor lançou uma regravação de “Farol das estrelas”. A música, lançada pelo Soweto em 1999, já fazia parte do repertório do Bloco do Silva e ganhou até registro em um disco ao vivo. Agora, nova versão de estúdio na voz de Silva é tema da atual novela das sete, "Volta por Cima" (Globo). A faixa embala o romance entre os personagens de Fabrício Boliveira (Jão) e Jéssica Ellen (Madá).

 

 

 


“Foi muito legal revisitar esse arranjo com a cabeça que eu estou agora. Gosto de evoluir em cada gravação, mesmo que seja algo que só eu perceba. Sou muito autocrítico. Não no sentido de me maltratar, mas, sim de querer evoluir, querer sempre soar melhor do que eu soava antes”, afirma.

 

Ele conta ter tido o sonho de trabalhar com a produção de trilhas sonoras no início da carreira. Nesta mesma época, chegou a ser aprovado no vestibular da universidade de música norte-americana Berklee.

 

 

Para o show de hoje em BH, o artista diz que as únicas faixas que vão ficar de fora são aquelas que ficaram “tecnicamente inviáveis” ao vivo. É o caso de “Arrebol”, em que o cantor brinca com várias camadas de distorção de voz. No palco, além dos vocais, ele também toca violão, piano, sintetizadores e violino. A banda que o acompanha é formada por Bruno Buarque (bateria e programações), Gabriel Ruy (guitarra e percussão), Rômulo Quinelato (guitarra e sintetizador) e Hugo Maciel (baixo e sintetizador).

 

Violino

“Nos últimos anos, eu estava só servindo os outros, pensando no que eles iriam gostar, qual setlist iria agradar todo mundo o tempo inteiro. Chegou uma hora em que eu decidi equilibrar melhor as coisas. Também preciso gostar do que eu estou fazendo, gostar do meu repertório. É isso que eu estou experimentando agora. Recalculei minha rota”, comenta.

 

 

“O que eu mais gostei desse álbum é que cada pessoa gosta de uma música diferente. Não tem unanimidade. É um show que te sugere vários afetos e várias emoções, não é só de entretenimento, como eu vim fazendo nos últimos anos. Está sendo muito legal poder passear por essas nuances e poder tocar meu violino de novo, que eu não tocava há séculos”, diz.

 


“ENCANTADO”
Show de Silva, neste sábado (2/11), às 21h, no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537 - Centro). Ingressos à venda na bilheteria e no Eventim. Plateia 1: R$ 500; Plateia 2: R$ 420 e Plateia Superior: R$ 220 (inteira).