Marc-André Grondin é Ellias Barnès, protagonista em apuros no filme

Marc-André Grondin é Ellias Barnès, protagonista em apuros no filme "O sucessor"

crédito: KG Productions/divulgação

 “O sucessor”, atração do Festival Varilux do Cinema Francês, é daqueles filmes difíceis de escrever sobre. Um detalhe a mais e você poderá entregar (e estragar) a história. O que é possível dizer é que em seu segundo longa, depois do badalado “Custódia” (2017, quatro prêmios César e o Urso de Prata de direção em Veneza), Xavier Legrand encaminha o espectador para uma jornada ao inferno.

  


Ellias Barnès (Marc-André Grondin) está no topo do mundo. À frente de uma das mais importantes casas de alta-costura de Paris, começa a história em um desfile que o consagra. A passarela, em formato de espiral, remete ao “Inferno de Dante” e a “Psicose”, diz Legrand. É um sinal do que está por vir.

 

 

 

Barnès tem um problema do coração. A descoberta vem quase simultaneamente à morte do pai, com quem não falava havia mais de duas décadas. Ele se vê obrigado a ir sozinho para Quebec, no Canadá, para o funeral. Ali vai entender que a saúde é o menor dos seus problemas.

 

 

 


“O sucessor” é como dois filmes em um. “É quase uma mudança de gênero. Dou pistas falsas para que a gente veja o personagem em sua vida real. Depois, a partir das descobertas (que fazemos junto ao protagonista) o filme pega outro caminho, que não permite voltar atrás”, diz Legrand.

 

Já na segunda parte da narrativa, o diretor afirma ter utilizado propositalmente códigos do cinema de horror, como a câmera colocada embaixo de uma escada, aumentando o clima de suspense.

 

 

No romance, o protagonista trabalha com comércio. “Quis que no filme ele estivesse no mundo da moda porque o glamour é muito grande, ainda mais na França. Além de ser um universo que objetifica as mulheres, queria que meu personagem caísse de um lugar muito alto”, acrescenta o diretor.

 

Para ele, “O sucessor” é também um teste sobre a capacidade de empatia do público. “Alguns irão julgar o personagem e condená-lo. Mas isso acontece porque não tentaram entendê-lo. Empatia é entender, o que não quer dizer validar seus atos”, conclui Legrand.

 

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“O SUCESSOR”


Sessões em Belo Horizonte nos cines Centro Cultural Unimed-BH Minas (17/11, às 15h55; 20/11, às 20h30), Ponteio (15/11, às 15h55; 18/11, às 14h) e UNA Belas Artes (14/11, às 18h10; 19/11, às 20h30)