Chico Buarque e Jorge Helder são amigos, colegas de trabalho e apaixonados por música popular brasileira -  (crédito: Leo Aversa/divulgação)

Chico Buarque e Jorge Helder são amigos, colegas de trabalho e apaixonados por música popular brasileira

crédito: Leo Aversa/divulgação

 Homenagear Chico Buarque, com que trabalha há mais de três décadas, é o objetivo de Jorge Helder, que acaba de lançar o álbum “Samba e amor” (Selo Sesc). O repertório tem oito músicas do homenageado com arranjos de Helder, conhecido como o baixista mais requisitado da MPB.

 

Jorge Helder destaca que “Samba e amor” reúne canções com letra e melodia de Chico Buarque – sem parceiros. “Fiz isso para prestigiá-lo como melodista. Para mim, além de ótimo letrista, Chico é também um grande melodista”, ressalta.

 

 

 

O baixista diz que se trata de um projeto coletivo, com a participação de Filó Machado e Vanessa Moreno (vocais), Chico Pinheiro (guitarra), Helio Alves (piano) e Vitor Cabral (bateria).

 

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O álbum, claro, é fruto de sua camaradagem com o homenageado. “Foram muitos anos tocando samba e compartilhando amizade com o Chico. Tudo começou quando estava fazendo shows de lançamento do meu álbum 'Caroá' e passei a incluir duas músicas dele, 'As vitrines' e 'O que será?'”, relembra.

 

O repertório do tributo é um pouco “obra” dos dois. “Como ele gostou da ideia, comecei a trabalhar as canções, fazendo os arranjos. Aliás, o produtor do álbum é o Alexandre Segundo, de Belo Horizonte. Graças a ele pude fazer esse projeto, porque o Alexandre acreditou. No começo, até investiu financeiramente. Este é o meu segundo disco pelo Selo Sesc”, orgulha-se.

 

 

As gravações ocorreram em janeiro deste ano, em São Paulo. “Chamei alguns músicos de lá. Gravamos duas instrumentais, 'As vitrines' e 'Deus lhe pague', para manter a minha característica de fazer discos solistas com a cara de música instrumental brasileira”, explica.

 

Helder ressalta que procurou dar destaque a instrumentistas e cantores. “Quis mostrar o lado do instrumentista e também da música brasileira de uma forma mais virtuosa, vamos assim dizer.”
Além de criar todos os arranjos, ele assina a direção musical do novo trabalho, que está disponível nas plataformas digitais e no YouTube.

 

 

Agora, a ideia de Jorge é viajar pelo país para divulgar “Samba e amor”. “Isso envolve muita gente que tem agenda cheia, teremos de conciliar. Na verdade, é meio complicado conciliar agendas de todo mundo, mas uma hora vamos conseguir”, promete.

 

A “complicação”, aliás, começa pela agenda do próprio Jorge, que assina a direção musical da turnê que os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia vêm apresentando desde agosto. “Estivemos em BH, no Mineirão, onde compareceram mais de 50 mil pessoas. Um show lindo, com a plateia toda cantando todas as músicas”, afirma.

 

Trajetória

 

Cearense radicado no Rio de Janeiro desde 1986, Jorge Helder, de 62 anos, tem mais de quatro décadas de carreira. Trabalhou em nada menos de 350 discos de vários artistas.

 

Além de Chico Buarque, Maria Bethânia e Caetano Veloso, colaborou com Tom Jobim, Dorival Caymmi, Sandra de Sá, Emílio Santiago, Cássia Eller, Rosa Passos, Leila Pinheiro, Gal Costa, Marcos Valle, João Bosco, Ivan Lins, Adriana Calcanhotto, Edu Lobo, Guinga, João Donato, Nana Caymmi e Dori Caymmi.

 

Em 2020, lançou o álbum autoral “Samba doce”, com parcerias com Aldir Blanc, Chico Buarque e Rosa Passos. Dois anos depois, Jorge Helder gravou “Caroá”, formando quinteto com Chico Pinheiro (guitarra), Helio Alves (piano), Tutty Moreno (bateria) e Marcelo Costa (percussão). Esse projeto também trouxe as participações especiais do mineiro Sérgio Santos, Mônica Salmaso, Zé Renato e do saxofonista Zé Nogueira, que morreu em abril, aos 68 anos, devido a problemas cardíacos. 

 

FAIXAS

 

• “As vitrines”

• “O que será?”

• “Morro Dois Irmãos”

• “Basta um dia”

• “Ela desatinou”

• “Deus lhe pague”

• “Brejo da Cruz”

• “Samba e amor”

 

 

 

“SAMBA E AMOR”


. Álbum de Jorge Helder
. Oito faixas
. Selo Sesc
. Disponível nas plataformas digitais