Paula Morelenbaum, que viu Tom Jobim criar

Paula Morelenbaum, que viu Tom Jobim criar "Passarim", e Arthur Nestrovski homenageiam o compositor em "Jobim canção"

crédito: Biscoito Fino/Divulgação

 

Depois de trabalhar por mais de 10 anos com o maestro Antonio Carlos Jobim, a cantora Paula Morelenbaum se juntou ao violonista Arthur Nestrovski para lançar o álbum “Jobim canção” (Biscoito Fino). O disco traz 10 faixas com músicas do compositor carioca e conta com as participações de José Miguel Wisnik (voz), João Camarero (violão sete cordas) e Marcelo Costa (percussão).

 


Paula, que é casada com o violoncelista Jacques Morelenbaum, lembra que em 2024 faz 30 anos da morte de Tom Jobim. A cantora carioca conta que convidou Nestrovski para o novo álbum após os dois trabalharem juntos em um projeto da Revista Piauí sobre a obra de Tom. “Como aquele trabalho ficou bonito e gostei bastante, o convidei para fazer esse álbum.”.

 

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A artista explica porque optou por fazer um disco no formato de voz e violão. “Queria fazer algo mais para o simples, ao mesmo tempo leve, uma música que sobrevoasse, que não tivesse uma base, uma coisa pesada, mas uma coisa que flutuasse, essa era a minha imagem. Conforme a gente foi pensando no repertório, veio a ideia de chamar o João Camarero para fazer alguns violões extras e o Marcelo Costa para tocar percussão.”


Presente do destino

 

Quanto ao repertório, Paula conta que fez uma grande pesquisa para escolher quais canções seriam gravadas e as sugeriu a Nestrovski. “Eram músicas que eu nunca havia gravado, à exceção de “Passarim” e “Piano na Mangueira” (parceria com Chico Buarque), que gravei com o Tom, quando eu cantava na banda dele.”

 

 

Além das duas composições, completam o disco “Caminhos cruzados” (parceria com Newton Mendonça), “Wave”, “Você vai ver”, “Nuvens douradas”, “Cala, meu amor” (parceria com Vinicius de Moraes), “Eu não existo sem você” (parceria com Vinicius de Moraes), “Gabriela” e “Pois é” (parceria com Chico Buarque).


A cantora se emociona ao relembrar da sua participação na banda de Tom Jobim. “Um presente que ganhei do destino. Por exemplo, 'Passarim', que abre o nosso álbum, eu vi o Tom fazendo essa música. Tom tinha mil possibilidades daquela letra de 'Passarim' e não tinha decidido ainda qual seria a derradeira.”


Novas gerações

 

Para a artista, é importante que as novas gerações conheçam a obra de Antonio Carlos Jobim, que ela mesmo define como atemporal. “Tom é uma pessoa, um músico importantíssimo para nós todos que fazemos música e também para os brasileiros em geral. O legado dele é infinito, não tem preço e nem época. Quando você escuta uma música dele, acha linda, independentemente da sua idade ou onde você esteja, é uma beleza, uma coisa rara.”

 

 

Sobre as três décadas de ausência de Tom, Paula Morelenbaum afirma que “é uma ausência física, porque a espiritual não existe”. E acrescenta: “Isso porque ele está aqui junto com a gente, em todos os momentos e a música do Tom é eterna. A gente quer que o mundo continue escutando Tom Jobim, com muita atenção e que as novas gerações continuem tocando e retocando as músicas dele." 

 

“JOBIM CANÇÃO”
. Disco de Paula Morelenbaum e
. Arthur Nestrovski
. Biscoito Fino
. 10 faixas
. Disponível nas plataformas digitais